A ânsia de ter e o tédio de possuir
Ansiedade disfarçada de empolgação
No começo, tudo é empolgação. Você descobre que dá pra trabalhar com programação, vê vídeos de gente que virou dev em seis meses, e pronto: começa a saga.
Baixa o VS Code, assina três cursos, monta um repositório com nome em inglês e até muda o papel de parede do notebook pra algo mais “tech”. A ansiedade se disfarça de motivação — e tudo vira urgência. Urgência de ter o setup ideal, de aprender logo cinco linguagens, de montar um portfólio impecável em tempo recorde.
A cabeça corre mais que o código. O foco está em ter: ter conhecimento, ter projetos, ter reconhecimento.
Quando o vazio bate depois da conquista
Mas aí, depois de um tempo... algo muda. Você até tem algum conhecimento, sabe fazer umas telas, brincar com API, montar um CRUD. Mas parece que nada acontece.
O portfólio tá ali, mas ninguém olha. Os freelas não aparecem. As vagas pedem 2 anos de experiência pra estágio. E você sente aquele gosto estranho: o tédio de possuir.
É como se, depois de correr tanto, você não soubesse o que fazer com o que já tem. O curso que antes empolgava agora parece repetitivo. O projeto pessoal fica parado. E surge a dúvida: "Será que isso é pra mim mesmo?"
Persistência é menos glamour e mais hábito
É aí que vem o ponto de virada. Não existe atalho que substitua a constância. Persistir é continuar mesmo quando parece que nada está andando.
Você começa a valorizar pequenos avanços: um botão que finalmente funciona, um bug que você resolve sozinho, uma mensagem de alguém que viu seu repositório. Aprende que evoluir na área é menos sobre grandes saltos e mais sobre pequenos commits diários — mesmo que só mentalmente.
Descobre que ninguém começa pronto, e que errar faz parte. Persistência é quando você continua mesmo sem glamour, sem certeza, sem likes.
Conclusão: calma, vai no passo a passo
Entrar na área de desenvolvimento é muito mais sobre estar em movimento do que chegar em algum lugar.
A ânsia de ter e o tédio de possuir fazem parte do processo. O que muda tudo é a forma como você encara cada fase. Não se compare com quem está anos na frente. Valorize cada pequena entrega sua, cada erro que te ensinou algo.
E se você já passou (ou está passando) por isso: comenta aí.
Que dica você daria pra quem tá começando agora? O que te ajudou a seguir em frente?
Sua experiência pode ser o empurrão de alguém...