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O que todo dev web precisa sacar o quanto antes

E aí, turma!

Comecei estudar desenvolvimento web em 2018 e por óbvio afirmo que ele não é mais nem de longe o mesmo, e não estou falando só da versão nova do seu framework favorito ou do gerador de sites estático da moda. O jogo como um todo MUDOU.

Ser um dev web (seja front ou back) em 2025/2026 é tipo ser ator: você faz 100 testes para conseguir um retorno. Talvez 200. Ou até 300.

E se rolar o retorno, é só aquela primeira mensagem exploratória. Não é um "curtimos seu trabalho, achamos que você se encaixa, isso aqui vai dar certo" verdadeiro.

E, depois desse primeiro contato, a chance de você tomar um 'ghosting' é altíssima.

Aqui estão o que acredito serem 5 motivos para isso (e outras coisas que andam tirando meu sono ultimamente):

1 - A Crise Econômica (e Política)

A economia deu uma bela capengada. E, junto com ela, as vagas tanto de tech quanto de outros setores estão sumindo, não estão sendo criadas ou estão paradas.

Muitos artigos por aí estão chamando o mercado de trabalho atual de "congelamento". Aquele grande volume de contratações (onde a galera trocava de emprego fácil) acabou. A facilidade que os devs tinham de pular de barco quando o emprego atual ficava chato, não oferecia crescimento ou pagava mal, sumiu. E a loucura das contratações também. Ninguém está pedindo demissão. Ninguém está sendo contratado.

Com a instabilidade global, muitas empresas e até países inteiros estão naquela de "esperar para ver o que acontece". O famoso modo cautela.

2 - A IA no Jogo da Contratação

O LinkedIn quer te fazer acreditar que tem um zilhão de vagas por aí.

Parece que tem muita vaga, mas também tem muito candidato.

Quando a notificação de vaga chega na minha caixa, 100 pessoas já se candidataram. Muitas vezes, o anúncio já está fechado minutos depois de ser postado.

E o jogo da contratação também mudou, assim como o código e o "mimimi" de framework que a gente tem que aguentar.

Recrutadores humanos estão sendo substituídos e/ou super ajudados por IAs que filtram e analisam currículos.

Metade dos posts que vejo no LinkedIn são de empresas de recrutamento de IA ou de softwares de IA fazendo o trabalho do recrutador. Eles caçam palavras-chave, buzzwords, datas, padrões e são eles que decidem se você passa ou não no corte. E o pior: quem usa IA para escrever o currículo é fiscalizado pelos recrutadores (e, adivinha, pela IA também!) por ter usado... IA. É a cobra mordendo o próprio rabo.

3 - A Despersonalização Monstra do Processo Seletivo

Antigamente, você se candidatava, conseguia 3 ou 4 entrevistas em um mês e escolhia a melhor proposta.

Hoje, você tem sorte se receber uma carta de rejeição.

Os recrutadores simplesmente somem. É o 'ghosting' total.

Fiz uma entrevista há algumas semanas. Estava de em viajem com a família. Um amigo dev me indicou para uma vaga de blockchain. A recrutadora me chamou e marcamos a entrevista. Mesmo de folga, topei. Saí da piscina para voltar para o hotel e fazer a call no Zoom. Passei meia hora naquela ladainha de "fale sobre você", "qual sua experiência", "qual sua pretensão salarial", blá blá blá. Achei que tinha sido super positivo, e a vaga se encaixava perfeitamente no meu perfil. Resultado? NADA.

A recrutadora disse que me daria um retorno no dia seguinte. Depois de dois e-mails de acompanhamento e mais de duas semanas, silêncio total. 'Ghosting' novamente.

E essa foi a primeira entrevista (e o primeiro retorno de qualquer tipo) que tive depois de uns 8 meses mandando currículo. Parece que esse é o novo normal.

4 - A IA no Jogo do Código

Essa é óbvia. A IA foi criada para tarefas pragmáticas como matemática, análise de dados e lógica. E é isso que ela está fazendo. Ela fez com que pessoas que não manjam nada de código pudessem codar e criar software. Já existem ferramentas que criam e deployam apps a partir de comandos de texto.

Dá para dizer que ela já revolucionou nossas vidas.

Hoje, nas entrevistas, a pergunta: quais ferramentas de IA você usa? É um pré-requisito. Se você não usa, você é um fóssil.

O foco agora é no prompt que você usa e em como você automatiza esses prompts para reutilizar e construir as coisas mais rápido.

5 - O Aumento da Velocidade da Mudança

Outra óbvia. As coisas no mundo dev sempre foram rápidas. Se você perde um mês de newsletters ou artigos, provavelmente perdeu uma nova especificação de CSS ou uma versão de JavaScript, sem falar que seus pacotes npm já estão desatualizados.

Não existe mais essa de "pensar no futuro". Não existe uma solução ou stack simples. Não há nada que não precise ser mudado em uma semana, um mês ou seis meses.

A não ser que você use HTML, CSS e JS puro, sem bundler ou etapa de build, o que você construir hoje provavelmente será quase inútil em um ano ou menos.

E como isso afeta o dev?

Ultimamente, tudo isso tem me feito pensar no futuro da profissão como um todo.

A galera mais experiente internamente está chamando isso de "momento de pânico" dos desenvolvedores. Você tem que entrar no barco rápido, acompanhar ou pular fora.

Até pensar em código que dure, em fazer algo limpo ou em levar tempo para construir algo com qualidade é coisa do passado.

De certa forma, é empolgante, porque é um salto geracional. Ou, pelo menos, esse tipo de coisa COSTUMAVA ser um salto geracional. Agora, por causa da IA, a velocidade da inovação é assustadora. Da engenharia à energia, de armas à comunicação, a possibilidade de mudança está explodindo, e o ritmo desse potencial também.

Sempre dá para dizer que ser dev é um trabalho difícil. Muita mudança, muita coisa para acompanhar, novas habilidades, novas tecnologias, novas tendências. Se você parar por um minuto, perde tudo.

Mas talvez, neste novo mundo, isso não seja tão ruim. Com a IA, você pode ligar o último GPT ou qualquer agente, e conseguir um código melhor do que você jamais conseguiria escrever sozinho.

"A vida passa bem rápido. Se você não parar e olhar em volta de vez em quando, pode perdê-la." — Ferris Bueller

E por "perdê-la", ele quis dizer a vida. Não o último modelo de LLM. 😉

Esse post não tem intenção de ser alarmista ou desmotivar quem está começando, é apenas minha percepção acerca do que tenho visto por aí. Obrigado e vamos estudar (nenhum agente IA foi maltratado para criação desse post, apenas solicitei algumas dicas para estruturação hahaha)

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Além disso tudo, para quem está no mercado de trabalho de TI como eu e minha esposa, há uma certa pressão do empregador no uso da IA e a busca por resultados rápidos e significantes. Nessa onda, as ferramentas de trabalho mudaram, como opções no Jira para marcar se fez uso de IA, integrações no git/gilab para fazer Code Reviews, Resumos de reuniões do Teams... e por aí vai.

Aquele ditado que as inovações tecnológicas trazem mais qualidade de vida, nesse caso da IA, trouxe a pressão do fazer sempre mais e mais.