Cientistas cultivam mini cérebros humanos para operar computadores
Pesquisadores da FinalSpark, na Suíça, estão desenvolvendo uma tecnologia que utiliza organoides cerebrais como base para sistemas computacionais. A equipe acredita que, no futuro, data centers inteiros poderão operar com servidores “vivos” capazes de replicar aspectos do aprendizado de IA, consumindo apenas uma fração da energia exigida pelos métodos tradicionais. O conceito foi batizado de “wetware” (hardware úmido).
O processo começa com células-tronco derivadas de células da pele humana, adquiridas de doadores anônimos em uma clínica no Japão. Essas células são cultivadas para formar pequenos aglomerados de neurônios e células de suporte, chamados organóides, que se assemelham a pequenas esferas brancas. Após vários meses de desenvolvimento, eles são conectados a eletrodos para que possam atuar como minicomputadores biológicos, capazes de enviar e receber sinais elétricos.
Quando um comando é digitado em um teclado, o estímulo elétrico é transmitido aos organóides. Se houver resposta, é possível observar picos de atividade semelhantes a um exame de EEG em um computador convencional conectado ao sistema.
O principal desafio no momento é aumentar o tempo de sobrevivência desses organóides, que atualmente resistem por até quatro meses.