Computador neuromórfico inspirado no cérebro apresenta falha no sistema de resfriamento

O SpiNNaker, projeto da Universidade de Manchester criado para simular um cérebro conectando centenas de milhares de núcleos Arm, sofreu um superaquecimento severo devido a uma falha no fornecimento de água gelada utilizada no sistema de refrigeração.

A máquina está instalada em um prédio construído em 1972, cuja infraestrutura técnica distribui água gelada para resfriamento de todas as salas de servidores. Segundo o professor Steve Furber, um dos criadores do processador Arm original, o sistema de resfriamento do SpiNNaker funciona circulando o ar quente pela parte traseira dos gabinetes, que é então canalizado para resfriadores laterais alimentados pela água gelada do edifício.

No entanto, quando a água não atinge a temperatura adequada, os ventiladores acabam agravando o superaquecimento em vez de amenizá-lo — o que levou a um aumento descontrolado da temperatura.

Como o sistema não conta com desligamento automático, os servidores continuaram em operação. Algumas placas podem ter sido desativadas por segurança, mas os switches de rede e fontes de alimentação permaneceram ligados e acabaram danificados. Esses componentes são essenciais para testar o funcionamento completo da máquina, o que limita as verificações.

Atualmente, o SpiNNaker opera com cerca de 80% da capacidade total e está disponível para uso interno, enquanto passa por testes. Embora o software tenha sido desenvolvido para suportar falhas parciais de hardware, a substituição dos componentes danificados deve exigir novas paralisações.