Estudo utilizado no desenvolvimento do chip Majorana da Microsoft teria passado por manipulação de dados
A pesquisa, conduzida pela Universidade de Tecnologia de Delft com financiamento da própria Microsoft, explorava o uso das chamadas Majoranas — entidades exóticas que não são partículas reais, mas padrões no comportamento de elétrons — como base para qubits mais estáveis e menos suscetíveis a erros, um dos principais desafios da computação quântica.
O estudo afirma que é possível conduzir elétrons por nanofios de forma suave, sem distorções que poderiam gerar falsos sinais de presença das Majoranas, algo considerado um requisito técnico fundamental para validar a abordagem.
No entanto, e-mails internos de 2021 revelam que um dos coautores já havia identificado, durante a elaboração do artigo, a seleção direcionada de dados para sustentar conclusões específicas. Dos 21 experimentos realizados com junções de nanofios, apenas os resultados de quatro foram incluídos na publicação.
A revista Nature Communications corrigiu o artigo em 2024, após uma investigação, mas não o retirou. A Microsoft, por sua vez, anunciou em fevereiro de 2025 o lançamento do chip quântico Majorana com oito qubits baseados em nanofios e declarou que os resultados foram validados por revisões independentes.