Europol projeta ondas de crimes cometidos por robôs em 2035
A Europol, agência policial pan-europeia, descreve um cenário futuro em que os avanços acelerados em inteligência artificial e robótica se tornam tanto ferramentas estratégicas para as forças de segurança quanto armas eficazes nas mãos de criminosos. A análise faz parte de um relatório que se propõe mais como um exercício de “antevisão” do que como uma previsão concreta, explorando possíveis desdobramentos tecnológicos até o ano de 2035.
Nesse cenário, máquinas inteligentes estariam amplamente presentes no cotidiano, ocupando espaços como casas, hospitais, fábricas, delegacias, lojas e escolas. O documento alerta que robôs de cuidado, utilizados em hospitais ou nas residências de pessoas com deficiência ou idosos, poderiam ser sequestrados para fins criminosos, como espionagem de famílias, coleta de informações sensíveis e até manipulação direta de vítimas.
O relatório também aponta riscos relacionados a veículos autônomos e drones, que poderiam ser hackeados para vazar dados sensíveis ou utilizados como armas físicas. Em um nível mais sofisticado, enxames de drones poderiam ser empregados para atacar cidades ou monitorar atividades policiais para obter vantagem operacional sobre as forças de segurança.
Para enfrentar esse tipo de ameaça no futuro, a Europol destaca a necessidade de maiores investimentos em treinamento e no acesso das polícias às tecnologias mais recentes.
Especialistas, no entanto, fazem ressalvas ao documento, afirmando que projeções para 2035 são incertas diante da velocidade do desenvolvimento tecnológico. Segundo eles, a adoção em larga escala não depende apenas da tecnologia em si, mas também de fatores como mercado, custos e capacidade de produção em massa, que podem limitar o nível de disseminação robótica imaginado no relatório.