IA não está substituindo empregos nem impactando salários, segundo economistas

Uma pesquisa realizada na Dinamarca entre 2023 e 2024 analisou o impacto da IA no mercado de trabalho, envolvendo 11 ocupações, 25 mil trabalhadores e 7 mil locais de trabalho. Muitas dessas profissões — como suporte ao cliente, desenvolvimento de software e ensino — são frequentemente citadas como vulneráveis à automação por IA.

O estudo avaliou em que medida o investimento das empresas em IA levou à adoção dessas ferramentas pelos funcionários e como os chatbots influenciaram os processos de trabalho.

Embora a tecnologia tenha proporcionado economia de tempo para entre 64% e 90% dos usuários nas funções analisadas, os pesquisadores identificaram que 8,4% dos trabalhadores passaram a executar novas tarefas associadas ao uso de IA, incluindo alguns que sequer utilizam essas ferramentas diretamente.

Professores, por exemplo, relataram gastar tempo verificando se alunos utilizaram o ChatGPT para fraudar tarefas. Além disso, muitos profissionais estão dedicando parte de sua jornada à revisão das respostas geradas por IA ou à elaboração prompts mais eficientes.

Os autores observam que os resultados contrastam com estudos anteriores, que indicavam ganhos de produtividade de até 15%. Eles explicam essa diferença destacando que pesquisas anteriores foram conduzidas em ambientes controlados, focando em ocupações com alto potencial de automação, enquanto este estudo utilizou dados fiscais reais do mercado de trabalho.

Nos casos em que há aumento de produtividade, estima-se que apenas uma fração — entre 3% e 7% — seja repassada aos trabalhadores em forma de aumento salarial.