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Pesquisadores marcam luz de vídeos com marca d'água para combater desinformação

A equipe desenvolveu uma técnica para inserir marcas d’água em vídeos por meio de pequenas flutuações quase imperceptíveis na iluminação. A proposta é tornar possível a detecção de manipulações ou falsificações em vídeos, especialmente em eventos como entrevistas e coletivas de imprensa.

As variações sutis de luz, invisíveis a olho nu, são captadas por qualquer câmera que registre o ambiente iluminado com essas fontes de luz programadas. Cada uma carrega um código secreto — uma espécie de marca d’água embutida fisicamente na luz — que pode ser usado posteriormente para verificar a autenticidade do vídeo. Esse padrão pode ser reproduzido em telas de computador, lâmpadas de fotografia ou sistemas de iluminação embutidos, e os pesquisadores demonstraram que fontes de luz programáveis podem ser configuradas com um software simples. Já lâmpadas comuns podem ser adaptadas com um chip do tamanho de um selo postal, capaz de controlar o brilho conforme o código.

Diferente de métodos anteriores que inserem marcas d’água diretamente nos arquivos de vídeo — o que exige o uso de câmeras ou modelos de IA específicos —, essa nova abordagem garante que qualquer gravação feita no ambiente iluminado corretamente carregue a marca, independentemente do equipamento ou da pessoa responsável pela captura.

Cada marca d’água inclui uma versão simplificada e com registro temporal do conteúdo original, chamada de código-vídeo. Se o vídeo for manipulado, as edições entram em conflito com os padrões do código-vídeo, revelando as alterações. Em vídeos gerados por IA, os código-vídeos tendem a se parecer apenas com ruído aleatório, indicando sua falsidade. Por exemplo, se um trecho de uma entrevista for removido, um analista com acesso ao código pode detectar os segmentos ausentes. Caso objetos sejam adicionados ou substituídos, essas áreas tendem a aparecer como blocos escuros nos códigos recuperados.

Um dos principais desafios foi tornar o código invisível para o olho humano. Para isso, os pesquisadores projetaram as flutuações de luz para que se assemelhem ao “ruído” natural da iluminação ambiente, dificultando a identificação por quem não tem acesso ao código original. A complexidade e a resistência à falsificação aumentam à medida que mais códigos são combinados.

Os testes demonstraram que a técnica funciona inclusive em alguns cenários ao ar livre e com pessoas de diferentes tons de pele.

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