Robôs controlados remotamente podem possibilitar tratamento à distância de AVC

O tratamento padrão para um tipo comum de AVC é o procedimento chamado trombectomia endovascular (EVT), em que um cirurgião conduz cateteres pelos vasos sanguíneos até o bloqueio, guiado por imagens de raio-X. No entanto, em locais remotos, esse tratamento não está disponível, sendo necessário transportar o paciente até o hospital mais próximo, o que pode levar várias horas e agravar o quadro.

Por isso cresce o interesse em tratamentos de AVC feitos remotamente com apoio de robótica. Equipamentos colocados em regiões menos povoadas poderiam conectar pacientes a cirurgiões especialistas a quilômetros de distância, reduzindo muito o tempo até o tratamento.

Duas empresas demonstraram recentemente suas capacidades de realizar isso. Médicos do Canadá concluíram uma série de angiogramas cerebrais (o procedimento de imagem via raio-X usado no EVT) a distâncias cada vez maiores, chegando a realizar dois angiogramas entre hospitais da mesma cidade usando o N1 da Remedy Robotics, um sistema robótico cirúrgico endovascular operável remotamente.

Em outra demonstração da Sentante, foi possível realizar uma simulação de EVT entre um cirurgião nos EUA e um cadáver com fluxo sanguíneo artificial na Escócia.

Um dos desafios de realizar esses procedimentos a distância é manter conexões rápidas e estáveis por longas distâncias. Mesmo assim, embora realizar o procedimento remotamente traga problemas de latência, a velocidade do EVT, apesar de urgente, não exige reações instantâneas.