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Meus 2 cents,

Hummm, tenho serias duvidas quanto a assertiva apresentada.

Esse argumento tem um fundo de verdade, mas ele parte de uma visão reducionista do papel das abstrações e da prática de desenvolvimento de software. Vamos analisar alguns pontos:


1. "Bibliotecas escondem implementações"

Sim, abstrações escondem detalhes – mas esse é o objetivo delas.

Não é razoável esperar que todo desenvolvedor saiba como funciona internamente um protocolo de rede ou um algoritmo de renderização do navegador. O ganho de produtividade vem justamente da confiança nessas camadas.

👉 O que torna alguém substituível não é usar bibliotecas, mas usá-las sem senso crítico. O problema não é a abstração, e sim a falta de curiosidade e aprofundamento seletivo.


2. "Trabalhamos em terreno desconhecido"

Isso é relativo.

Conhecer o "terreno" não significa saber cada detalhe do código-fonte de uma lib. Significa entender quando, como e por que usá-la.

Um bom engenheiro não precisa saber escrever um ORM do zero, mas deve entender o impacto de consultas N+1, índices, locks, escalabilidade etc. – coisas que independem da lib em si.

👉 Logo, não trabalhamos "no escuro". Trabalhamos em cima de contratos e garantias de abstrações bem projetadas.


3. "Isso nos acomoda"

Na verdade, as abstrações abrem espaço para inovação.

Se todo mundo tivesse que reinventar um parser JSON ou um motor de templates, não sobraria tempo para resolver problemas de negócio, experiência do usuário, segurança ou arquitetura.

👉 Abstrações não acomodam; elas permitem que o profissional suba de nível e ataque problemas mais complexos.


4. "Acomodação te torna substituível"

Esse é o ponto mais frágil do argumento.

O que te torna substituível não é usar abstrações, mas:

  • não evoluir em pensamento crítico,
  • não entender conceitos fundamentais (mesmo que de forma abstrata),
  • não saber comunicar valor ou tomar decisões arquiteturais.

De fato, qualquer programador pode "chamar uma função de lib". Mas poucos conseguem:

  • escolher a melhor lib,
  • avaliar trade-offs,
  • migrar quando necessário,
  • otimizar pontos críticos,
  • ensinar e liderar outros no uso dela.

👉 É isso que diferencia o profissional júnior do sênior.
Logo, não é o uso de bibliotecas que te torna substituível, mas a ausência de visão sistêmica e de evolução contínua.


Resumão:

As abstrações não nos tornam acomodados ou substituíveis; elas são ferramentas que permitem subir de nível e resolver problemas mais relevantes. O que define se alguém é valioso não é "saber a implementação por baixo da mágica", mas saber quando confiar nela, quando abrir a caixa-preta e como gerar valor com isso.

Saude e Sucesso !

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