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ADD: Atomic-Driven Design for Developers and AI?

Introdução

A inteligência artificial é, inegavelmente, um multiplicador de produtividade para desenvolvedores. Contudo, surge um desafio crítico: como manter a efetividade e a segurança ao integrar código gerado por máquinas?

Observando a arquitetura de bibliotecas modernas, inclusive muitas que eu mesmo desenvolvi, notei um padrão de "overengineering": uma classe principal cercada por acoplamentos e features implementadas preventivamente para um futuro que raramente chega. Em contrapartida, as soluções mais resilientes que encontrei são minimalistas, resolvem o problema de forma direta e possuem baixíssimo custo de manutenção.

Dessa observação, proponho uma estratégia de desenvolvimento que batizei de Atomic-Driven Design (ADD), fundamentada no conceito de Átomos.

O que é um Átomo no ADD?

Um Átomo é um fragmento de código que, por natureza, possui um único objetivo específico e isolamento total. Suas características fundamentais são:

  • Unidade Mínima: Preferencialmente uma única classe em um único arquivo.
  • Baixa Carga Cognitiva: Um desenvolvedor deve ser capaz de ler, entender e validar o código em menos de 5 minutos.

Do Monólito "Frankenstein" ao Desenvolvimento Atômico

A proposta do ADD é inverter a lógica de geração via IA. Em vez de solicitar à IA que gere um sistema complexo e monolítico (o que frequentemente resulta em códigos confusos e de difícil depuração), construímos pequenas bibliotecas especialistas que, orquestradas, formam o projeto.

  • Abordagem Convencional: "Gere um projeto com funcionalidades X, Y e Z."
  • Abordagem ADD: "Gere o Átomo X", "Gere o Átomo Y", "Gere o Átomo Z".

A complexidade é gerida na composição, não na implementação interna de cada unidade.

O Padrão BHD: A Regra Prática

Para nortear a criação desses Átomos, utilizo o padrão BHD:

  1. B - Behavior-Focused (Foco no Comportamento): Se uma única classe resolve bem o problema, o desenvolvimento encerra-se ali. Não antecipamos abstrações.
  2. H - Hierarchy-Flat (Hierarquia Plana): Mantemos a estrutura o mais horizontal possível, evitando acoplamentos profundos que escondem a lógica.
  3. D - Detachment (Desapego): Se a solução atual deixar de ser suficiente, prefiro descartar o Átomo e gerar um novo do que manter uma estrutura legada por medo da mudança. No ADD, o código é tratado como uma commodity substituível.

Efeito Colateral: Sinergia com IA

Este modelo é particularmente eficaz com LLMs. Um código atômico, pequeno e explícito, oferece três vantagens imediatas:

  1. Facilidade de Geração: Redução drástica em alucinações da IA.
  2. Facilidade de Validação: Revisão técnica linha por linha sem perda de contexto.
  3. Custo de Substituição: Substituir um Átomo é computacionalmente e financeiramente mais barato do que refatorar um monólito.

Considerações Finais

O Atomic-Driven Design não é uma regra absoluta, nem substitui frameworks robustos quando a complexidade de escala os torna necessários. É, antes de tudo, uma restrição consciente para evitar a complexidade acidental.

Talvez nem todo componente deva ser um Átomo, mas certamente muitos componentes hoje são maiores do que precisariam ser.

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