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Respondendo a "E o "mais legal de tudo" é que essa moda vai pe..." dentro da publicação Volkswagen cobra assinatura para liberar potência de carro
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abnercorrea

Qualquer um que tem o mínimo de noção sabe que o carro 100% elétrico é um desastre ecológico em toda sua cadeia produtiva, que vai beneficiar apenas alguns players da industria de mineração. E o pior é que em toda cadeia de produção se usa maquinario pesado a diesel, e no transporte marítimo dos carros usa-se óleo bunker que é ainda mais poluente que o diesel.

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Oletros

Meus 2 cents,

A afirmação de que veículos 100% elétricos constituem um “desastre ecológico” em toda a sua cadeia produtiva é um tanto exagerada quando analisada à luz das evidências disponíveis. Embora seja correto afirmar que a produção de baterias envolve impactos ambientais relevantes, como a mineração de lítio, níquel e cobalto, a literatura especializada demonstra que, ao longo do ciclo de vida, veículos elétricos apresentam uma redução significativa das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em comparação com veículos a combustão interna (ICE – Internal Combustion Engine).

  1. Emissões ao longo do ciclo de vida

De acordo com o relatório da International Energy Agency (IEA, 2022), um veículo elétrico emite, em média, 50% a 70% menos GEE ao longo de sua vida útil do que um veículo equivalente movido a gasolina ou diesel, mesmo considerando a pegada de carbono da produção de baterias. Essa vantagem tende a aumentar à medida que a matriz elétrica global se torna mais renovável.

  1. Mineração e cadeia produtiva

É verdade que a mineração de minerais críticos gera impactos ambientais e sociais. Contudo, a Agência Internacional de Energia (IEA, 2021) destaca que esses impactos podem ser mitigados com avanços tecnológicos, maior eficiência de extração, reaproveitamento de materiais e expansão da reciclagem de baterias. Além disso, a dependência de extração mineral não é exclusiva dos elétricos: a indústria de combustíveis fósseis também depende fortemente da mineração, perfuração e transporte de recursos não renováveis, gerando danos ambientais contínuos (IPCC, 2022).

  1. Uso de combustíveis fósseis no transporte e na produção

De fato, maquinário pesado e transporte marítimo ainda utilizam combustíveis fósseis altamente poluentes, como o óleo bunker. No entanto, a Organização Marítima Internacional (IMO, 2023) estabeleceu metas de neutralidade de carbono até 2050, impulsionando o uso de combustíveis alternativos (metanol verde, hidrogênio e eletrificação parcial). Em paralelo, fabricantes de equipamentos de mineração já desenvolvem caminhões e escavadeiras elétricas ou híbridas (McKinsey, 2021), sinalizando uma tendência de descarbonização progressiva da cadeia.

  1. Benefícios adicionais

Além da redução de emissões globais, veículos elétricos contribuem para a melhoria da qualidade do ar urbano, reduzindo poluentes como NOx, CO e material particulado, que estão associados a doenças respiratórias e cardiovasculares (WHO, 2021). Esses benefícios não são marginais: segundo a Agência Europeia de Meio Ambiente (EEA, 2022), a poluição atmosférica causada por veículos a combustão resulta em centenas de milhares de mortes prematuras anuais na Europa.

Conclusão

Embora seja incorreto negar os desafios ambientais da produção de veículos elétricos, classificá-los como um “desastre ecológico” é uma simplificação que ignora as evidências empíricas. O consenso científico aponta que a eletrificação do transporte, associada à expansão das energias renováveis, constitui uma das estratégias centrais de mitigação climática no século XXI (IPCC, 2022).

📚 Referências