De dev em cassino Web3 a fundador do próprio produto: o que aprendi no primeiro trampo e estou aplicando agora
Vou compartilhar um pouco da minha experiência prática trabalhando com cassino Web3 e como isso virou base direta para eu abrir o meu próprio produto hoje. Não é post motivacional, é relato técnico + operacional, com acertos e erros.
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O primeiro trampo: cassino Web3 no mundo real
Meu primeiro trabalho relevante foi em um cassino Web3 em produção, com dinheiro real, usuários reais e problemas reais.
Não era projetinho de portfólio. Era:
• Tráfego alto e imprevisível
• Usuário tentando explorar falhas o tempo todo
• Dinheiro passando por smart contracts, wallets, Pix, cripto
• Pressão por performance, uptime e segurança
Ali aprendi coisas que curso nenhum ensina.
Principais aprendizados técnicos
- Backend não perdoa
• Race condition em saldo = prejuízo
• Falha em idempotência = usuário duplicando ganho
• Endpoint lento = reclamação, chargeback e perda de confiança
Passei a tratar tudo como transação crítica:
• Locks
• Validações redundantes
• Logs detalhados
• Reprocessamento seguro
- Segurança não é feature, é base
• Assinatura de payload
• Verificação de integridade no frontend e backend
• Rate limit agressivo
• Separação clara entre lógica de jogo e lógica financeira
Aprendi rápido que “funciona” não significa “seguro”.
- Frontend em cassino é conversão
• Milissegundos importam
• UI confusa = abandono
• Feedback visual errado = usuário acha que perdeu dinheiro
Isso me deu uma visão muito mais séria de UX e estado da aplicação.
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Do aprendizado à decisão: criar o meu próprio cassino
Depois de viver isso na prática, ficou claro:
eu já tinha visto onde dá errado.
Então decidi criar o meu próprio produto, aplicando tudo que aprendi — só que agora do zero, com controle total da arquitetura.
Não é copiar cassino existente. É evitar os mesmos erros.
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O que estou aplicando agora no meu próprio projeto
Arquitetura pensada para cassino, não adaptada
• Separação total entre:
• saldo
• jogo
• missões
• leaderboard
• Tudo com logs, histórico e rastreabilidade
• Nada de “atualiza saldo direto”
Backend mais defensivo
• Toda ação financeira é validada duas vezes
• Nenhuma lógica crítica depende só do frontend
• Fluxos pensados para falha, não só para sucesso
Frontend simples, rápido e honesto
• Menos animação inútil
• Mais feedback claro
• Estado sempre sincronizado com o backend
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O lado que pouca gente fala: é pesado
Abrir o próprio produto usando esse nível de rigor é cansativo.
• Dá vontade de “simplificar”
• Dá vontade de pular validação
• Dá vontade de fazer gambiarra
Mas a experiência anterior deixa claro:
o custo vem depois, e vem caro.
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Conclusão
Trabalhar cedo em um produto crítico mudou totalmente minha forma de programar.
Hoje eu:
• Penso em falha antes de pensar em feature
• Penso em abuso antes de pensar em UX bonita
• Penso em manutenção antes de pensar em entrega rápida
Criar meu próprio cassino não é “sonho”, é consequência direta do que vivi na prática.
Se você é dev e tiver a chance de trabalhar em algo com:
• dinheiro real
• usuários reais
• risco real
aceita. Vai acelerar anos da sua curva de aprendizado.
Se alguém quiser trocar ideia técnica sobre isso, fico aberto.