Arquitetura MVVM em aplicativos mobile com React Native
Arquitetura MVVM em aplicativos mobile com React Native
O padrão MVVM (Model-View-ViewModel) é uma das formas mais eficientes de estruturar aplicativos React Native, principalmente quando o objetivo é escalar o código sem perder a clareza entre camadas de interface, regras de apresentação e acesso a dados.
O que é MVVM?
MVVM é um padrão arquitetural que separa o aplicativo em três partes principais:
• Model: representa os dados e regras de negócio, como entidades e repositórios.
• View: é a interface do usuário (as telas e componentes React Native).
• ViewModel: faz a ponte entre Model e View, transformando dados em estado pronto para exibição e lidando com ações do usuário.
Essa separação melhora a testabilidade, a legibilidade e o reuso de código, facilitando a manutenção e o crescimento da aplicação.
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Por que aplicar MVVM no React Native?
Embora React por si só incentive a separação de responsabilidades, projetos mobile crescem rapidamente e acabam misturando lógica de negócio com lógica de interface. O MVVM organiza o projeto de forma previsível e modular:
1. Facilita testes unitários: a ViewModel é independente da interface.
2. Reduz acoplamento: a View não conhece diretamente o backend.
3. Melhora manutenção e escalabilidade: cada camada evolui sem afetar as outras.
4. Ajuda na colaboração entre times: backend, frontend e design podem trabalhar de forma paralela.
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Estrutura sugerida
Uma estrutura mínima em React Native usando MVVM pode ser organizada assim:
/app
/modules
/feature
/domain → entidades e interfaces de repositório
/infra → chamadas de API, bancos locais, adapters
/ui → telas, componentes e ViewModels (hooks)
/core → utilitários, client HTTP e injeção de dependências
Essa divisão segue princípios da Clean Architecture, mantendo as dependências sempre da camada externa para a interna — nunca o contrário.
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O papel de cada camada
• Domain: define as regras centrais, as entidades e os contratos de dados. Nada aqui depende de React ou APIs.
• Infra: implementa como os dados são obtidos (HTTP, SQLite, Firebase, etc.).
• UI (View): controla a renderização e a interação com o usuário.
• ViewModel: coordena ações, estados e fluxo de dados, mantendo a View simples e declarativa.
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Benefícios práticos
• Melhor testabilidade — é possível testar regras de negócio sem interface.
• Maior reuso — lógica compartilhada entre telas fica concentrada na ViewModel.
• Fácil substituição de backend — basta trocar o repositório, sem mexer na View.
• UX mais previsível — estados centralizados evitam inconsistências visuais.
• Integração natural com libs modernas — como Zustand, React Query e React Hook Form.
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Boas práticas
1. ViewModel limpa: sem JSX ou lógica de renderização.
2. View reativa: apenas observa o estado exposto pelo ViewModel.
3. Tratamento uniforme de erros e loading.
4. Acessibilidade (a11y): rótulos, foco e feedback visual bem definidos.
5. Performance: evite re-renderizações desnecessárias com memo e FlatList.
6. Testes automatizados: unitários no ViewModel, integração no Repository e e2e com Detox.
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Quando usar MVVM
MVVM é ideal para:
• Apps com múltiplas telas e lógicas complexas.
• Projetos que precisam crescer sem perda de clareza.
• Times com papéis divididos (UI, backend, QA).
Em projetos pequenos, uma separação mínima já é suficiente — o ganho vem à medida que o app evolui.
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Conclusão
Aplicar MVVM em React Native é uma decisão arquitetural que traz clareza, testabilidade e consistência. Com uma boa divisão entre Model, ViewModel e View, o código se torna previsível e fácil de evoluir.
Em resumo: Views exibem, ViewModels pensam e Models armazenam. Essa tríade é a base de apps React Native escaláveis e profissionais.