Toda semana tem uma avalanche de lançamentos, fusões e “revoluções” prometidas. Mas o que separa notícia de ruído é simples:

impacto na produção (custo, velocidade, tooling)
impacto no risco (segurança, golpes, zero-days)
impacto na carreira (mercado, entrada de júnior, educação)

Abaixo, o compilado da semana 13–19 de dezembro de 2025, com um filtro bem prático: o que muda na tua vida como dev/creator hoje e o que aponta pra 2026.

1) Disney + OpenAI: personagens no Sora e o “manual” do licenciamento na era IA

A Disney e a OpenAI anunciaram um acordo para levar personagens de marcas como Marvel/Star Wars/Pixar para dentro do Sora, com investimento reportado na casa de US$ 1 bilhão e foco em padrões de segurança e direitos autorais. oai_citation:0‡OpenAI

O que isso sinaliza pro mercado (mesmo se você não usa Sora):

Grandes IPs estão escolhendo licenciar + controlar, em vez de só “lutar contra a maré”.
O jogo vai ser: quem tem IP + dados + distribuição (streaming, redes, lojas) vai “embrulhar” IA como produto.

Takeaway pra creator/dev:
Se você vive de conteúdo, a conversa muda de “posso gerar?” para “posso publicar/monetizar com segurança?”. Esse tipo de acordo é o início do “framework” comercial que todo mundo vai copiar.

2) Google vai encerrar o Dark Web Report (e isso diz muito sobre produto de segurança)

O Google anunciou o fim do Dark Web Report:

para de monitorar novos vazamentos em 15/01/2026
remove a ferramenta e apaga dados históricos em 16/02/2026 oai_citation:1‡The Verge

O motivo é quase uma aula de produto: segundo o próprio posicionamento, o report avisava… mas não ajudava com próximos passos acionáveis. oai_citation:2‡The Verge

O que fazer na prática (sem drama):

Ative 2FA em tudo que importa.
Use gerenciador de senhas + alertas de senha vazada.
Use alternativas de verificação de vazamento quando fizer sentido (ex.: serviços dedicados). oai_citation:3‡The Verge

3) AWS: “substituir júnior por IA é erro” (e por que isso deveria te animar)

O CEO da AWS, Matt Garman, reforçou que substituir devs júniores por IA é um erro para empresas que querem construir no longo prazo. oai_citation:4‡WIRED

Por que isso importa de verdade:

Júnior é parte do “pipeline” de formação do sênior do futuro.
E IA não cria, sozinha, maturidade de engenharia: trade-offs, confiabilidade, incidentes, cultura, arquitetura.

Mensagem escondida aqui:
2026 não é “fim do dev”. É mudança do papel: menos digitação, mais design de sistema, mais responsabilidade por qualidade.

4) GPT Image 1.5 e a virada do “AI art” para “AI produção”

A OpenAI lançou o GPT Image 1.5, com promessa de:

geração mais rápida (reportada como até 4x)
melhor seguimento de instruções
edição mais consistente (preservando elementos importantes)
nova aba/fluxo de criação no ChatGPT oai_citation:5‡The Verge

Por que isso muda o jogo pra quem cria (e pro dev que entrega produto):

edição precisa = menos retrabalho em criativo, thumb, banner, assets de marketing
ferramenta vai ficando “studio”, não “brinquedo” oai_citation:6‡The Verge

5) Gemini 3 Flash: a era do “bom + barato + rápido” chegou de vez

O Google lançou o Gemini 3 Flash com posicionamento claro: baixa latência e baixo custo, mirando devs que precisam escalar produto sem falir em tokens. oai_citation:7‡thenewstack.io

Trend de 2026:
A briga não vai ser só “melhor benchmark”. Vai ser:

custo por tarefa
tempo de resposta
previsibilidade
integração (tools, workflows, agentes)

6) Coursera vai comprar a Udemy: consolidação pesada na educação online

A Reuters reportou que a Coursera vai adquirir a Udemy em um acordo all-stock, avaliando a empresa combinada em ~US$ 2,5B, com fechamento esperado no 2º semestre de 2026 (aprovações regulatórias e acionistas). oai_citation:8‡Reuters
A própria Coursera detalhou termos como a relação de troca de ações. oai_citation:9‡investor.coursera.com

O que pode mudar pra quem aprende/ensina:

Mais foco em treinamento corporativo e trilhas de IA/data/dev.
Incerteza natural sobre marketplace, precificação e “modelo creator” (especialmente para quem vive de curso).

7) Reels na TV: Meta testando Instagram “de sofá” (Fire TV)

A Meta começou testes do Instagram for TV com Reels na Fire TV, nos EUA. oai_citation:10‡Instagram About

Minha leitura:
Faz sentido existir, mas competir com hábito consolidado (YouTube/Shorts na TV) é difícil. Pode virar feature de nicho — ou crescer se Meta acertar a experiência compartilhada.

8) Linux 6.19-rc1: Rust no kernel saindo do “infra” para coisa real

O Linux 6.19-rc1 saiu (com Linus publicando a partir do Japão), fechando o merge window e apontando evolução do ecossistema. oai_citation:11‡Phoronix

O que muita gente acompanha aqui é a trajetória do Rust no kernel: cada avanço é menos “discussão teórica” e mais “realidade operacional”.

9) Zero-days: Apple e Google correndo porque já estava sendo explorado

A Apple publicou correções para vulnerabilidades zero-day no WebKit exploradas em ataques sofisticados. oai_citation:12‡TechRadar
E houve correlação com correções no Chrome, com participação do Threat Analysis Group. oai_citation:13‡TechRadar

Regra de ouro (pra você e pra sua família):
Se saiu update de emergência, atualize. Segurança é hábito, não evento.

10) Alexa+ no navegador: Amazon “puxando” a assistente pro desktop

A Amazon começou a liberar o site da Alexa+ para alguns usuários (early access), com uma interface de chat e integração com tarefas/itens do ecossistema. oai_citation:14‡The Verge

O dilema:
Trazer a Alexa pro desktop parece competir com ChatGPT/Gemini/Claude. Mas o verdadeiro diferencial seria: executar tarefas na casa e nos serviços com controle e segurança.

11) Kotlin 2.3.0: Java 25 + Swift export melhorando

A JetBrains lançou o Kotlin 2.3.0, com novidades de linguagem/tooling e avanços no multiplatform. oai_citation:15‡The JetBrains Blog
E a doc oficial destaca melhoria na interoperabilidade com Swift (export mais “nativo”). oai_citation:16‡Kotlin

Se você faz KMP, isso entra no radar porque reduz atrito “Kotlin ↔ Swift” no mundo real.

12) Golpe GhostPairing no WhatsApp: espionagem sem senha, sem SIM swap, sem alarde

Pesquisadores descreveram o GhostPairing como uma campanha que explora a função de vincular dispositivos do WhatsApp, enganando a vítima a conectar o WhatsApp dela a um dispositivo do atacante. oai_citation:17‡Gen™

Por que isso é perigoso:

O app continua “normal” no celular
a pessoa não percebe que tem um “observador” via dispositivo vinculado

Checklist rápido pra se proteger:

Ative verificação em duas etapas no WhatsApp
Confira Dispositivos conectados com frequência
Desconfie de mensagens tipo “achei sua foto” com link suspeito oai_citation:18‡Gen™

O que essa semana diz sobre 2026

Se eu tivesse que resumir o rumo:

IA vai virar “infra de produto” (não só ferramenta)
Segurança vai ser rotina (golpe e zero-day toda semana)
Carreira dev vai migrar pra orquestração/arquitetura (não “fim do dev”) oai_citation:19‡WIRED

Compilado Tech (13–19/12/2025): Disney no Sora, fim do Dark Web Report, júnior não morreu, e golpes silenciosos no WhatsApp