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COMO CONSEGUI MEU PRIMEIRO EMPREGO JR COM 1 ANO E MEIO DE ESTUDO

Antes de tudo, meu background com programação era zero. Morria de medo de abrir um terminal. A única coisa que eu tinha de contato com tecnologia eram jogos, nada além disso. Sempre gostei muito de finanças e de uma possível carreira no mercado financeiro (dava um dinheiro legal), mas aqui na minha cidade não há curso de Economia e, convenhamos, o mercado financeiro do meu estado é fraco.

Todos ao meu redor sempre me viam passando muito tempo no computador e falavam que eu deveria fazer algo relacionado à tecnologia. Na época, a área de TI estava aquecida, mas já estavam rolando alguns layoffs (meio de 2023). Em julho, comecei a dar uma chance para a programação. Consumi conteúdos como "como aprender programação", assistia a vários canais tech para saber a melhor maneira de começar e, como não poderia ser diferente, iniciei pelo curso de lógica de programação do Gustavo Guanabara, um excelentíssimo professor.

Quando cheguei na parte de laços de repetição, fiquei completamente perdido, como todo iniciante. Nunca fui um mestre da matemática, inclusive sou mediano para baixo. Na minha vida escolar, sempre passava raspando, quando não ficava de recuperação ou final. Acho que isso pode ter me impactado um pouco, mas nada que eu não possa estudar hoje e melhorar.

Após o curso do Gustavo, fui para o front-end e fiquei apaixonado, estudando por volta de 7 a 8 horas por dia. Mas vacilei, porque perdi tempo demais estudando HTML e CSS, algo que, olhando hoje, percebo que se aprende mais na prática do que realmente estudando — se é que vocês me entendem. Fiquei um mês nesse ciclo até começarem minhas aulas na universidade (Sistemas de Informação) . Comecei com Python e depois Java, o que me deu uma grande noção sobre POO, que é fundamental mesmo para quem trabalha com front-end.

Sempre buscava vagas no LinkedIn, mas não estava apressado, até mesmo porque queria ter uma base sólida. Cheguei a fazer umas duas entrevistas antes de realmente conseguir meu emprego no início deste ano. Inclusive, essa vaga onde estou trabalhando foi indicação de um professor, por quem tenho extrema gratidão. Ele sempre me via interessado nas aulas e esforçado em comparação com meus colegas de turma, além de perceber que eu tinha mais conhecimento. O networking foi extremamente importante para essa conquista.

Levando em consideração que comecei a estudar em julho de 2023, consegui um ano e meio de estudos. Mas, sendo sincero, não se compare comigo. Até hoje tenho uma grande síndrome do impostor, porque ainda não sei algumas coisas básicas, o que me faz me sentir para baixo e pensar que sou um fracasso.

Como é uma vaga júnior, tenho mais responsabilidades do que um estagiário, mas esse era um problema que eu queria ter quando estava na universidade. Mesmo aos trancos e barrancos, estou feliz, porque sei que há um tempo esse era meu sonho. Hoje, tentaria arrumar um estágio primeiro, mas não recuse oportunidades, elas podem ser únicas! Estou agarrando essa minha vaga com unhas e dentes. É um trabalho CLT, onde tenho benefícios como vale-alimentação (Bem gordo até, 800 reais) e vale-transporte (não uso) e, sendo bem sincero, estou ganhando bem para um júnior que sabe o básico.

Aqui vão algumas lições que aprendi nessa jornada de um ano e meio. Espero que te ajudem:

  • Networking é mais importante do que você imagina. Você pode não saber muita coisa, mas se souber conversar e demonstrar interesse, isso já pode fazer uma grande diferença.
  • Você nunca vai saber de tudo, então, no começo, tente aprender o máximo sobre back-end, front-end, cloud... Tenha ao menos uma base de conceitos básicos.
  • Não dê ouvidos aos outros, siga sua jornada. Tudo tem seu tempo.
  • Sente a bunda na cadeira! Essa é a única maneira de realmente aprender.
  • Fique ao lado dos "nerds". Sempre busquei esse tipo de networking, pessoas interessadas ou que já tinham experiência na área. Se você anda com quatro programadores, você será o quinto e aprenderá muita coisa por osmose.

Caso fique alguma dúvida, será um prazer responder você!

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Em primeiro lugar, parabéns, inclusive por ajudar outras pessoas com seu relato, um relato meu tem pouca serventia porque na minha época era diferente, eu tenho um background diferente, talvez nem tanto, mas vê-se uma certa preocupação em contextualizar, que já é um ponto positivo que muitos não têm.

Deixa-me colocar algo para todos, já que há um entendimento geral sobre esses títulos que eu considero errado por tudo o que já vi em mais de 40 anos na área, pelo conhecimento que tenho em RH (que é mais indireto) e a forma como eu raciocínio procurando sempre a definição correta, mesmo que nem todo mundo concorde com ela, ou eventualmente eu pareça voz dissonante, porque sou dos poucos que fala nisso. E este é um exemplo que a maioria fala o oposto do que eu falo, embora tenha uma quantidade grande de pessoas que enxergaram o mesmo que eu e parece fazer mais sentido.

Esses títulos servem de classificação de RH, então tanto az se disseram que você é júnior ou qualquer outra coisa, é só a classificação deles. Eu já sai de empresa grande e importante de tecnologia como sênior e fui ser programador júnior em uma empresa pequena de outra área, ganhando muito mais e sabendo fazer muito mais. Isso não me incomoda porque só incomoda quem não entende nada disso e mesmo que alguém assim cruze meu caminho, o melhor pra mim que a gente não trabalhe juntos em ambiente errado.

Se cada empresa classifica de um jeito esses títulos não tem valor universal, eles não deveriam ser pronunciados fora desse ambiente.

Eu entendo que na verdade as pessoas estão falando mais de ser iniciante, intermediário ou experiente. Mas mesmo isso é uma classificação sem muito valor, cada um pode interpretar do jeito que quiser. Não tendo uma fonte canônica de classificar, o certo é a pessoa dar muitos detalhes e fazer certos testes para avaliar a cada momento, não se apegar a um título. Nem mesmo o tempo de experiência conta, eu conheço gente com 3 anos de experiência melhores que alguns de 30 anos. Eu sei que foi força de expressão, mas existem várias formas de começar aprender programação, algumas melhores do que outras, e depende de quem, do objetivo.

Eu não posso avaliar como foi o progresso de cada pessoa, a não ser trabalhando muito com ela, e a dosagem de teoria e prática precisa ser boa, e o que mais vejo não é isso, em geral o pessoal vai demais para a prática e apresenta resultados, mas sempre parciais, esse é um dos motivos que quase todo mundo usa um título absolutamente localizado como se fosse universal, a pessoa fala o que todo mundo está falando, não raciocina sobre aqui, até por falta de teoria, começando pelo método científico.

Em geral a pessoa pega uma vaga sabendo fazer um currículo, não importa como é a formação dela, destacando o que poderia ser visto como defeito, mas tem algo positivo, aceitando qualquer cosia no início, e ter desenvoltura com todo o contato. Muitas vezes até para mandar o currículo a pessoa erra, e a "menina do RH" geralmente não tem tempo para perder e precisa fazer um filtro rápido, então o menor indício da pessoa ter uma deficiência, ela cai fora.

Muitas vezes eu vejo o texto da pessoa e já sei bem superalimente se ela tem algum potencial ou não, muitas pessoas, não conseguem escrever um texto básico coerente ou possuem uma quantidade de erros linguísticos absurdo. Essa pessoa terá dificuldades com muitas coisas, especialmente programação. Mas vejo alguns textos que eu sei que se ela entrar em uma equipe boa poderá desenvolver bem esse potencial. Se der azar e entrar em uma ruim porque era o que tinha, ela provavelmente terá criticidade para absorver a parte boa e deixar de lado o ruim, vai cometer erros, mas se preparará para algo melhor em seguida. Pegou uma equipe ruim, mesmo em empresas famosinhas, pode ser que ela se perca no caminho, e talvez vire mais um pseudoprogramdor.

De fato, o networking bom é a melhor forma de conseguir principalmente a primeira vaga, o que é para ser difícil mesmo, no começo você não tem nem experiência nem uma rede boa. Isso tem seu lado bom que você vai colher lá na frente. Ter uma rede de pessoas que sabem que você é fraco não ajuda muito.

Saber que tem falhas é o primeiro passo para saná-las, depois é só partir para a ação e resolver isso.

A dica que não sou muito fã é querer aprender ferramenta logo. Entendo que algumas pessoas não podem se dar ao luxo, não têm muito tempo para conseguir algo antes de ter problemas, mas isso é um tiro no pé, a pessoa se ilude, até começa bem, mas depois enrosca. Porque a pessoa aprende muita coisa errada, treina esse erro e depois é difícil se livrar dele, eu sei porque tenho os meus treinamentos de erros.

A questão de não dar ouvidos aos outros é uma boa dica até certo ponto, porque senão a pessoa deveria desconsiderar tudo o que está na postagem principal, este comentário e outros que surjam. Seja questionador do que ouve dos outros. Tem entender o background dessa pessoas, quais os interesses que ela têm, qual é a real capacidade dela e a coerência, se ela tem viés, se ela comete muita estupides, etc. para dar peso ao que a pessoa fala. Se souber fazer isso, ouça todo mundo, e seleciona não o que te agrada, mas o que é bom para você. Sim, eu sei que é difícil isso sem experiência a maturidade, mas tem que começar fazer. A internet está cheia de pessoas que não sabem oque dizem e algumas são bem convincentes, mais que o ChatGPT., alguns estudam como falar de forma que manipula a mente das pessoas, mas a maioria só não estudou bem e nem é tão convincente assim, convence só quem está muito perdido, vendendo cursos malucos do tipo “fique rico como eu” e as pessoas não percebem onde estão se metendo.

Você será tão bom quanto os cursos que faz, os materiais que usa, as pessoas com quem fala, segue e com quem trabalha, além da sua capacidade básica, que pode ser melhorada ou prejudicada antes até da escola

Se cada empresa classifica de um jeito esses títulos não tem valor universal, eles não deveriam ser pronunciados fora desse ambiente.

Eu entendo que na verdade as pessoas estão falando mais de ser iniciante, intermediário ou experiente. Mas mesmo isso é uma classificação sem muito valor, cada um pode interpretar do jeito que quiser. Não tendo uma fonte canônica de classificar, o certo é a pessoa dar muitos detalhes e fazer certos testes para avaliar a cada momento. Nem mesmo o tempo de experiência conta, eu conheço gente com 3 anos de experiência melhores que alguns de 30 anos.

Se a pessoa não souber achar uma solução para a carreira dela, ela não achará para desenvolver softwares.

Para mais informações: https://www.tabnews.com.br/maniero/faq-do-programador-perdidao.

Bons estudos e sorte a todos nos processos seletivos (infelizmente precisa dela também, só não pode só depender dela).

S2


Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente (não vendo nada, é retribuição na minha aposentadoria) (links aqui no perfil também).

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Muito obrigado pelo seu comentário! Feliz demais em ter compartilhado sua visão e experiência. No meu caso, realmente passei por muitas dúvidas e inseguranças, mas a persistência e o networking fizeram toda a diferença.

Sobre o aprendizado, concordo totalmente que a prática é essencial. No começo, eu também achei que precisava dominar tudo antes de tentar uma vaga, mas a realidade é que aprendemos muito mais na prática (estou vendo isso na pratica agora no meu trabalho), resolvendo problemas reais. Além disso, o contato com pessoas da área, seja através de professores, colegas e comunidades, foi um game change na minha trajetória.

Desde de já, obrigado por compartilhar sua visão!

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Faça networking. Eu não sei ensinar isso, mas posso começar ficar atento para ajudar pessoas no futuro, eu só sei fazer, provavelmente mal em alguns aspectos e bem em outros, e hoje eu preciso menos do que antes, mas semrpe é útil.

O sintoma da pessoa não saber resolver problemas é um indício que muita coisa está errada, e a solução não passa por uma diquinha. Não estou falando de resolver todos os problemas, e de que eles sejam resolbvidos perfeitamente porque ninguém consegue isso, mas o raciocínio em cima do problema, com dedicação e experimentar, melhorar, isso é fundamental para tudo. As pessoas estão viciadas em delegar seus proiblemas para outras pessoas e agora para a IA, só agrava o problema, não o resolve, no máximo dá a sensação que está resolvendo, e esta sensação é um do motivos de agravar o problema. Precisa haver uma mudança de atitude geral. Quando não tinha internet a solução era fazer, não tinha pra quem perguntar.

Para quase toda pergunta sobre o que fazer a resposta mais simples é: faça!

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No meu caso, conectei com os mais "nerds" da sala ou com pessoas que realmente estavam interessadas em programação (qualquer outro tipo de pessoa so vai te atrasar a chegar no teu resultado, elas conversam sobre assuntos futeis o tempo todo). Sempre demonstrei interesse nas aulas, fazendo perguntas e participando de discussões com os professores após as aulas para abordar alguns pontos do conteúdo. Faça o básico bem-feito e, em pouco tempo, você verá os resultados chegando.