Uma reflexão do Imediatismo e Brilhantismo
Introdução
Boa noite, meu leitor. Tudo bem?
Meu nome é Jorge Mota — ou melhor, esse é o pseudônimo que escolhi para publicar aqui no TabNews.
Pode soar estranho à primeira vista, eu sei. Mas a verdade é que precisei criar esse espaço paralelo para conseguir falar de mim sem tantas barreiras. Quero compartilhar vivências, pensamentos e questionamentos sem rótulos, sem máscaras, sem a necessidade constante de provar algo. Quero escrever a partir do que é mais profundo em mim — e poder conversar sobre isso com vocês.
Quando nos posicionamos profissionalmente, cada palavra carrega peso. Há expectativas, responsabilidades e julgamentos. Mesmo quando tentamos ser genuínos, existe quase sempre uma intenção silenciosa por trás: validar o ego, conquistar credibilidade, manter uma imagem. E, no fundo, nada disso contribui para o nosso crescimento humano — nem para o meu, nem para o de quem me lê.
Nesta postagem, quero falar sobre algo que aprendi ao longo dos últimos três anos trabalhando com engenharia de software. Acredito que as experiências que vivi podem servir de reflexão para muitos aqui.
Mas, para contar isso com sinceridade, eu precisava escrever sem o medo de me expor demais.
A história
Essa história começa há exatamente três anos. Eu era muito jovem — no auge dos meus 16 anos — quando iniciei minha carreira na programação como engenheiro de software. Aos 17, já estava efetivado, ganhando mais do que eu imaginava que poderia ganhar tão cedo.
Antes mesmo de completar 18 anos, tinha alcançado meus primeiros 50 mil. E isso, ao mesmo tempo em que me trouxe uma confiança quase inabalável, também colocou sobre meus ombros responsabilidades que eu ainda estava aprendendo a carregar.
Eu era novo, mas era cobrado como alguém experiente.
Eu era novo, mas precisava justificar, dia após dia, minhas decisões.
Para alguns, minha presença era um incômodo.
Para outros, eu era um talento promissor.
E talvez muitos até hoje me enxerguem assim.
Mas o que percebi ao longo do tempo, nesses três anos, é que o comportamento que eu tinha não era único. Pessoas da minha idade pensavam/comportavam assim.
Acreditamos que nosso mérito, o nosso eu, é mais relevante que todos os outros. Acreditamos que somos especiais, acreditamos que temos um potencial heroico.
E isso é bom: nos motiva a continuar, a buscar crescimento, e a se desenvolver rapidamente.
Entretanto, no fundo mesmo, o que existe é apenas um ego inflado e uma supervalorização das nossas conquistas e a falta de "pé no chão".
Parece que nossa geração aprendeu apenas a olhar para si, de maneira, que a pessoa que tem que ser a protagonista, se destacar, ser relevante.
É como se acreditamos que todas as pessoas nos devem algo, mas nós não devemos nada a elas, sabe?
Eu nem lembro nessa época alguma vez que eu olhei para alguém e falei: "Essa pessoa é foda", "Essa pessoa é diferente", "Essa pessoa sabe o que ta fazendo".
O meu pensamento sempre era "Como eu posso chegar nesse nível?". Não por que eu admirava e achava bacana, mas por que eu queria validação e atenção.
Isso é bom, me fez procurar atalhos, procurar caminhos mais fáceis para atingir um objetivo, e me comprometer com eles. Mas, fez eu dar super valor a comportamentos e conquistas que só beneficiava eu.
É claro que com ganho financeiro acentuado pude ajudar minha família, dar suporte, e arcar com certas responsabilidades.
Mas era só isso que eu iria oferecer? Dinheiro? E conquistas profissionais?
Foi quando iniciei no meu novo trabalho: Experiência totalmente diferente, outra pegada. Enquanto no antigo trabalho tinhamos um foco extremo em quantidade, performance e entrega.
Nesse novo trabalho, eu precisava ponderar entre qualidade, cadência e convivência.
Eu não trabalhava mais sozinho, eu não tocava um monte de coisa sozinho. Eu não tomava decisões e me responsabilizavam por elas sozinho mais.
Isso fez com que eu questionasse muitos comportamentos meus. Mas o que mais me fez crescer profissionalmente foi meu novo chefe.
Eu tenho certeza que ele não sabe disso.
Mas ele me mostrou o quanto relacionamento com as pessoas é importante antes do eu.
Ele soube mostrar meu valor, mas soube mostrar que eu não era tudo isso.
Ele soube mostrar que eu tinha/tenho potencial, mas que eu precisava ser mais paciente e não olhar só para o próprio umbigo, e olhar para os lados, e aproveitar a jornada.
A longo prazo, não levamos com a gente nossas conquistas, ou o dinheiro na conta. Mas levamos as pessoas, os relacionamentos construídos, as experiências.
Já subimos coisas em produção às 1 da manhã. Estavamos ali, por que precisava ser feito. E isso faz parte da jornada, e um estava ali para ancorar o outro. Compartilhar o momento e dar suporte. Não para se mostrar e protagonizar o trabalho.
Isso é quase um desabafo, talvez eu apague