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Quando Automatizar Deixa de Ser Criar

Vivemos um tempo curioso: enquanto a inteligência artificial avança, a inteligência natural parece recuar. A promessa era que a IA nos libertaria para pensar — mas o que mais se vê são pessoas usando IA e automação para fugir justamente do pensamento.

Automatiza-se tudo: respostas, decisões, conteúdos, interações. A inteligência artificial virou desculpa para não ser mais inteligente. A automação virou desculpa para não entender o que se está fazendo.

Ao invés de algoritmos que criem, temos sistemas que apenas replicam. Ao invés de resolver problemas reais, construímos fluxos para manter a ilusão de produtividade. O foco não está mais em gerar valor, mas em escalar o irrelevante.

Esse cenário caminha inevitavelmente para a saturação. E quando isso acontecer, apenas os que realmente criam — aqueles que partem da compreensão, da proposta original, da visão de mundo — permanecerão relevantes.

Criar não é delegável. Criar não é automatizável. Criar é ato de consciência. E consciência, ao menos por enquanto, não se copia.

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