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Olá, @watheusHenry. Como o @Oletros comentou, esse tema volta e meia aparece aqui no TabNews. Ainda assim, queria deixar minha contribuição — mesmo sabendo que muita gente já sabe boa parte do que vou falar.

1. SaaS não é só código, é um negócio

Antes de qualquer coisa: se você está construindo um SaaS, você não está “só fazendo um sistema”. Você está empreendendo. Está tentando tirar uma ideia do papel e transformá-la em um negócio real.

***> E a verdade é dura: isso não é fácil, não é trivial, e mais da metade dos negócios vão fracassar.


2. Trate seu negócio com respeito

Tendo consciência de que está empreendendo, comece a tratar o seu negócio com respeito e carinho.

Quando vamos construir uma casa, temos etapas claras: fundação, estrutura, colunas, vigas, cobertura…
Se você pula uma dessas etapas, a casa pode literalmente ir ao chão.
Com negócio é a mesma coisa: não dá para sair “levantando parede” sem cuidar do alicerce.

3. Baixa barreira de entrada = baixa disposição para pagar

Você comentou que montou o SaaS em um final de semana usando IA. Isso é incrível do ponto de vista técnico, mas traz um alerta:

Se a barreira de entrada é baixa, qualquer um consegue fazer algo parecido.
E se qualquer um faz, poucos vão querer pagar por isso.

4. Resolver dor do cliente é o básico do básico

**

Resolve a dor do cliente?**

Isso aqui é tão básico que eu nem gosto de alongar muito: sem dor real, sem demanda real, não existe negócio sustentável.
SaaS sem problema claro pra resolver vira brinquedo de dev.

5. Viabilidade econômica e custo de oportunidade

Pensa assim:
Imagine você indo ao banco pegar 100 mil reais emprestados para colocar nesse negócio.
Agora imagina esses mesmos 100 mil aplicados, rendendo todo mês, sem dor de cabeça.
E agora imagina que esses 100 mil foram fruto de 5 a 10 anos de trabalho e economia sua.

A pergunta é:
**Você realmente aportaria esse dinheiro nessa ideia?
**Ou deixaria rendendo quietinho?

Se a resposta sincera for “não sei” ou “provavelmente não”, talvez o negócio ainda esteja fraco em viabilidade.

6. Ambição, desejo e sonho

Se você perguntar para 10 pessoas aleatórias na rua se elas querem ficar ricas, “11” vão responder que sim.
Desejo, sozinho, não significa nada.

Sonhar grande ou pequeno gasta a mesma energia mental.
O que faz você continuar na linha, sem desistir quando a coisa aperta, é ambição (não confundir com ganância).
E como eu disse lá no começo: não é fácil. Se não houver ambição suficiente, você desiste no primeiro tranco.

7. “Queimar os barcos”

Aqui é o divisor de águas, o ponto de inflexão – o que separa quem está realmente empreendendo de quem está só “brincando de empreender”.

“Queimar os barcos” é, antes de tudo, um exercício de fé: você acredita tanto na ideia que decide assumir riscos reais.
Pode ser largar o emprego, pode ser pegar dinheiro emprestado, pode ser reduzir padrão de vida por um tempo.

É o ponto em que não tem mais volta confortável:
ou o negócio dá certo, ou você vai passar por dificuldades sérias.

Se olhar para a história de quem construiu negócios grandes, quase ninguém fez isso com conforto e segurança total. Sempre houve risco pesado em algum momento.

8. De forma pragmática: seu SaaS é um negócio

Se o seu SaaS é um negócio, então ele precisa de:

  • Domínio próprio
  • CNPJ
  • Contabilidade mínimamente organizada
  • Marca registrada no INPI

Sem isso, você tem um projeto legal, não um negócio.

9. Seu SaaS precisa ser vendido

Negócio vive de venda, não de features.
Tenha grana separada para Ads (Google, Meta, o que fizer sentido).
Tenha uma estratégia de vendas, ainda que terceirizada ou simples no começo.
Gaste energia real em funil, proposta, negociação, follow-up.

10. Pare de polir demais o produto

Não fique eternamente “polindo” o SaaS.
Se já está minimamente funcional, pare de inventar feature e vá cuidar do business:

  • captação de clientes,
  • validação de oferta,
  • entender objeções,
  • ajustar preço.

Venda é o coração do negócio. SaaS bonito e não vendido é só um hobby caro.

11. Capacidade de pivotar

Se não está dando certo, você precisa ter coragem de:

  • testar outros produtos,
  • testar outros serviços,
  • ajustar o posicionamento,
  • ou até mudar de nicho, mantendo a mesma base técnica.

Persistência não é teimosia. Persistir na direção errada só acelera o fracasso.

12. A janela que a IA abriu para devs

Nós, devs, ganhamos um superpoder com a IA. Hoje é muito mais rápido e fácil construir um sistema que, antes, levaria meses.

Mas essa janela não vai ficar aberta pra sempre.
Logo todo mundo vai conseguir fazer “mais do mesmo”.

Por isso, quem tem desejo de empreender deveria usar essa fase para focar em construir negócios, não apenas sistemas.

Tem muitos segmentos (PDV, CRM, ERP, etc.) obsoletos, confusos e saturados.
Empresas grandes, engessadas, com custo operacional altíssimo.
Um trabalho bem feito, com foco em experiência, nicho e eficiência, consegue ganhar mercado mesmo em área “cheia”.

No fim das contas:

  • Não desista dos seus sonhos.
  • Tenha resiliência.
  • Aprenda a vender (isso é mais importante do que aprender mais um framework).
  • Quando você junta técnica, negócio e venda, o dinheiro acaba vindo como consequência.

Grande abraço e sucesso na jornada.

http://foundryship.com.br

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