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Vou deixar aqui minha humilde contribuição depois de passar anos como programador, tech lead e até CTO.

O que eu percebi no mercado durante um tempo, inclusive na bolha que explodiu a quantidade de "devs não devs" no mercado, foi uma preocupação insana pra fazer o famoso "Clean Code", arquitetura, escrever código bonitinho, fluxos, etc...

O problema é que, na maioria desses cenários onde eles se preocupavam demais com a qualidade de código, entendiam cada vez menos os requisitos, demandas e até mesmo os colegas de trabalho.

Ser um bom programador não é só avaliado na capacidade de escrever um código limpo, conciso, performático, etc, mas é também entender requisitos, moldar ideias, ajudar pessoas e entregar projetos de valor. Eu já conheci muito dev que escrevia um código mais horrendo que o outro, era até difícil de entender, nem os comentários faziam sentido, mas era o tipo de cara que não saia da sala de reunião com o cliente até ter tudo completamente mapeado e bem definido na regra de negócio, ajustava o que fazia e o que não fazia sentido pro projeto e entregava uma parada de valor bem maior do que só um código bonito.

É claro que, pra grandes equipes, projetos robustos e etc, esses paradigmas e arquiteturas são cruciais pro bom entendimento da equipe, manutenibilidade e tudo mais, mas pra galera mais nova: Evitem se preocupar muito com essa ideia de "Será que sou bom programador? Será que o código ta limpo? Será que to seguindo os melhores conceitos?", pq na real, sempre vai vir um cara amanhã com um conceito novo, uma empresa que criou uma arquitetura mais eficiente e essa bolha da síndrome do impostor só aumenta.

Agora, uma visão extremamente pessoal, pois trabalhei com vários perfis distintos e vou destrinchar dois deles:

  1. Dev com código ruim, mas que lida muito bem com pessoas e processos;
  2. Dev extremamente bom em tech, mas que não conseguia falar um "Bom dia" sem "morder" alguém.

Ambos tem suas skills e são bons para cenários específicos mas, particularmente, eu prefiro alguém que tenha mais essa soft skill de pessoas, que entenda problemas, destrinche soluções, do que um super gênio com um cartaz nas costas escrito: "Não me interrompa".

Programação nem sempre foi (e não é) sobre o quanto você escreve de código. A tecnologia ela é só um meio.

Então sim, se você consegue entender um pedido, moldar ele na sua cabeça como ele seria, ajustar/colaborar com uma regra de negócio, arquitetar isso com o time/cliente/pessoas... Você já é um bom programador. A partir dai, escrever código é só um meio de chegar no resultado.

Ps: Minha ideia não é demonizar o perfil super senior totalmente focado em código hahaha Como falei, ambos tem suas áreas e seus valores. Aqui foi só uma definição pessoal pra galera não se impactar muito por essa questão da síndrome de impostor.

Lembrem-se: "Só sei que nada sei".

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Que contribuição sensacional. Realmente acabamos falando mais de hardskills e menos de softskills, acredito que seja devido aos requisitos das vagas exigirem cada vez mais uma lista gigantesca de tecnologias.