Falar em Inglês: Criei um MICRO SAAS com 💵 40,00 REAIS em DUAS semanas
Resumo
Neste post, vou mostrar como estou criando softwares performáticos, manuteníveis por humanos, que entregam valor real ao usuário, com custo extremamente reduzido e praticamente nenhum gasto para mantê-los rodando.
Vou detalhar o escopo do software que usei como exemplo neste post, as tecnologias utilizadas, o tempo de desenvolvimento, as fases do projeto, os custos para criar a primeira versão e o custo para manter o sistema em produção.
No final, quero mostrar como você pode acompanhar todo o desenvolvimento — linha a linha — e usar isso como base para criar o seu próprio projeto.
Introdução
Olá, pessoal, tudo bem?
Sou desenvolvedor de software há cerca de seis anos. Foi nesse período que entrei na área como estagiário.
Desde que comecei, meu foco sempre foi entender como criar uma aplicação completa do início ao fim. E sim, ao longo desse tempo, aprendi a fazer isso — e de várias formas diferentes.
A razão de eu estar escrevendo este post é compartilhar como estou conseguindo criar micro SaaS em apenas duas semanas, com um orçamento extremamente enxuto.
Nesse cálculo, claro, não estou incluindo o custo de desenvolvimento, já que sou eu quem o faz. Caso você contrate mão de obra ou utilize agentes de IA pagos, o custo final será diferente.
Importante: no meu caso, não utilizei agentes de IA, mas esse tempo pode ser reduzido com o uso estratégico de IA no desenvolvimento.
MVP I – Falar em Inglês
- Ideia: micro SaaS para pessoas que querem melhorar a fala em inglês.
- Funcionalidade principal: chat com diálogos que simulam conversas reais e corrigem erros de fala com feedback em tempo real.
Prototipação
Como desenvolvedor, minha experiência com prototipação visual é limitada, mas mesmo assim fiz questão de, antes de escrever qualquer linha de código, criar um protótipo com a ideia inicial do que imaginei para esse meu “pseudo Duolingo”, que oficialmente estou chamando de Falar em Inglês.
Para isso, utilizei o Figma, uma das melhores ferramentas disponíveis para esse tipo de trabalho. É simples de entender e usar, mas ao mesmo tempo extremamente poderosa.
Diagrama de Negócios
Com as telas prontas, o próximo passo foi criar um diagrama de negócios, onde especifiquei as principais funcionalidades do micro SaaS, suas conexões, fluxos de dados, autenticação e integrações. Também defini como seria o processo de login, onde os dados seriam armazenados, como seriam recuperados e qual backend atenderia melhor às necessidades do sistema.
Meu projeto é, em essência, simples: o usuário escolhe uma lição (um chat pré-pronto) e simula uma conversa. Apesar de parecer básico, essa estrutura envolve funcionalidades avançadas — e é aqui que entra o principal fator que garantiu tanta performance no desenvolvimento.
Estou utilizando o Firebase como backend. Ele oferece uma série de recursos que agilizam enormemente o desenvolvimento de um SaaS, como autenticação pronta, banco de dados em tempo real, e hospedagem integrada.
No diagrama, defini como o frontend se comunica com o Firestore, o processo de autenticação via Google, o envio de e-mails de boas-vindas através das Cloud Functions e outros detalhes técnicos.
O segredo está em diagramar o máximo possível — assim como no protótipo. Isso facilita demais a etapa de desenvolvimento e ajuda a visualizar com clareza o funcionamento completo da aplicação.
Aplicação Web Responsiva
Com o protótipo e o diagrama prontos, comecei a desenvolver a interface web.
Transcrevi o design do Figma diretamente para o código, priorizando as tecnologias que já domino. Essa escolha agiliza o processo e evita a perda de tempo aprendendo ferramentas do zero.
Aqui, utilizei React com Vite para o frontend. Como o projeto não exige SEO, essa configuração simples atendeu perfeitamente.
O Tailwind CSS foi essencial para ganhar agilidade no layout, economizando tempo na criação de estilos e dispensando o uso de bibliotecas de componentes prontas.
Como o sistema é voltado à prática de fala em inglês, usei as APIs nativas do navegador:
- Speech-to-Text, para transcrever a fala do usuário;
- Text-to-Speech, para gerar o áudio dos diálogos e criar uma experiência mais imersiva.
Para o feedback dos erros de fala, desenvolvi um script simples que analisa a similaridade entre palavras, sem depender de IA — o que representa uma grande economia e mantém a aplicação leve e acessível.
Aplicativo Android e iOS
Nessa etapa, foquei em criar uma versão mobile híbrida, capaz de rodar em Android e iOS.
Atualmente, a publicação está disponível apenas na Google Play, já que ainda não possuo uma conta de desenvolvedor Apple.
Para isso, utilizei React Native, aproveitando boa parte da base da versão web.
Também usei o NativeWind (versão pré-release) para integrar o Tailwind CSS ao projeto mobile.
No mobile, precisei de bibliotecas externas para lidar com text-to-speech e speech-to-text.
Utilizei a lib do próprio Expo para o TTS e uma biblioteca da comunidade para o STT.
Tive alguns contratempos com a nova arquitetura do React Native, mas no fim consegui fazer tudo funcionar.
O mesmo script de análise de erros usado na versão web foi reaproveitado no mobile — e funcionou perfeitamente.
Backend com Firebase
Essa foi a parte mais intensa do projeto.
Conectar o Firebase aos frontends (web e mobile) exigiu ajustes finos, mas o ecossistema do Firebase facilita bastante, oferecendo SDKs prontos tanto para React quanto para React Native.
Utilizei a autenticação com Google e o Firestore para persistência de dados.
No caso do React Native, precisei gerar uma build de desenvolvimento para integrar as bibliotecas com código nativo.
Deploy
Para o deploy, adquiri o domínio falaremingles.com.br.
Com ele, configurei uma conta no Resend para envio de e-mails aos usuários e migrei o Firebase para o plano Blaze, que permite o uso de Cloud Functions para lógica avançada de backend — ainda sem custos reais enquanto o uso é baixo.
Criei também um projeto separado no Firebase para o ambiente de produção.
Como todo o processo manual seria repetitivo e propenso a erro, automatizei o deploy completo, incluindo o trigger de build do Android no Expo, usando GitHub Actions para CI/CD.
Custos
O custo real do projeto ficou restrito ao domínio, que custou cerca de R$ 40,00.
O Firebase foi escolhido justamente por permitir começar gratuitamente e oferecer uma generosa cota free tier, suficiente para manter o projeto em produção por bastante tempo.
Acredito que terei um bom período até precisar investir mais — e, quando isso acontecer, provavelmente o sistema já estará gerando receita por meio da monetização.
Conclusão
Este projeto foi desenvolvido em tempo recorde — e o mais interessante é que ele é real e está em produção no domínio apresentado acima.
Todo o processo de construção, passo a passo, está documentado em vídeo e disponível gratuitamente no meu canal do YouTube, somando mais de 24 horas de conteúdo direto ao ponto, sem enrolação.
O principal ponto que quero destacar é que essa “receita” que apresentei aqui pode ser replicada facilmente por qualquer pessoa interessada em criar seu próprio micro SaaS.