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Esse cara era eu…

Sabe, eu sempre fui visionário — pode parecer meio arrogante, mas não é essa a intenção. Durante toda a minha vida, tive uma porção de ideias que depois vi se consolidarem no mercado, coisa de cinco, sete, dez anos depois. Tenho quarenta e quatro anos e criei o primeiro rastreador de gado aceitável no mercado brasileiro, que só conseguiu entrar em operação quase dez anos após ter sido criado. Ou seja, desenvolvi a tecnologia há dez anos e somente agora ela está começando a ser amplamente aceita.

Veja bem: o problema não é a inovação nem o projeto, mas sim a aceitação das pessoas. Para uma ideia emplacar, é preciso haver uma mudança de paradigma, de consumo e, às vezes, até de geração. Por isso, concordo plenamente com a sua ideia de dar tempo ao tempo. O problema é que isso é muito chato e, na minha opinião, apenas 1 % da população mundial pensa assim. Eu mesmo me cansei; confesso que não tenho mais paciência para lidar com as pessoas, com as ideias e com a vontade de mudar o mundo. Sei como fazer, mas simplesmente não quero mais. De certa forma, o sistema me venceu, e agora prefiro seguir o fluxo e planejar um futuro mais simples. Mas, como todo bom cyberpunk rebelde, vou deixar minha contribuição honesta — mesmo que este post acabe servindo apenas para roubar ideias dos outros (espero que não).

Entenda que, para mudar alguma coisa de verdade, você precisa ir contra o governo. Veja o caso do Bitcoin: se você estudar a fundo, perceberá que a ideia é escapar da regulação, da autoridade e do confisco governamental. O governo pode espernear, fazer leis e gritar o quanto quiser; ele nada pode fazer contra a rede do Bitcoin. Pois bem, para um programador como eu, que acompanha o mercado cripto desde antes do próprio Bitcoin, o verdadeiro valor — ainda muito incompreendido — das criptomoedas está em sua tecnologia, não na moeda em si. As criptomoedas são apenas uma pequena amostra do que é possível; são apenas um produto derivado de uma tecnologia que pode gerar trilhões de outros produtos.

E, se você quer realmente botar pra quebrar, ignore o governo: crie um software em blockchain que audite todas as contas governamentais — principalmente as licitações. Cada pagamento seria rastreado, registrado como bloco na rede e ficaria lá, auditável publicamente por todos. Isso sim seria transparência: você acabaria com o desvio de dinheiro público. O mais interessante é que o governo seria cobrado: “Se o software existe, por que não usar?” Pegaria muito mal não adotá-lo. Claro, eles iriam espernear, fazer leis e gritar o quanto quisessem, mas, no fim, isso plantaria uma semente que precisaria de uma mudança de paradigma, de consumo e, quem sabe, até de geração para florescer.

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