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100 semanas seguidas escrevendo: o resultado final e tudo o que aprendi

Depois de mais de 200 mil palavras, resolvi abrir o jogo!

Chegamos a incríveis 100 edições e eu decidi comemorar! Na edição #100 da Newsletter do Moa, compartilho minha jornada até aqui, e os maiores aprendizados de quem escreveu quase 200 mil palavras — uma vez por semana, por 100 semanas.

Um compromisso público

O som estava alto. A luz piscava. Eu já devia estar no meu sexto copo de cerveja. Era open bar, então eu estava aproveitando. Mas, eu não estava ali para farrear. Estava me divertindo, sem dúvidas, mas, o objetivo principal de estar naquele happy hour era aprender. O happy hour estava acontecendo depois de uma imersão intensa em conteúdo para empreendedores digitais. Não só eu, mas todos que estavam ali queriam aprender.

Um dos caras que conheço que mais gosta de aprender é o Murilo Andrade. O Murilo é um empresário digital. Mas, é um empresário raiz. Começou cedo, quando tudo era mato. Apesar de a gente não se encontrar com frequência, sempre que a gente se vê o papo é enriquecedor. Foi o caso daquela noite.

Eu comentei com ele que estava sentindo falta de produzir conteúdo. Comentei também que não estava sentindo tanta confiança sobre o que produzir. Aquela boa e velha síndrome do impostor. Então, ele me deu uma moral: “você é um cara foda, e tenho certeza que tem muito a ensinar às pessoas”. Ele falou algo parecido com isso. Me fez pensar. Um pouco mais pra frente da conversa, ele me convenceu a fazer um compromisso público: até dia 30/04/2023, eu publicaria a primeira edição da minha newsletter. O compromisso foi honrado.

Corta para 2025. Esta é a edição de número 100 da Newsletter do Moa! Durante praticamente 100 semanas seguidas, eu me sentei nesta cadeira e escrevi quase 200 mil palavras sobre algum assunto relacionado a marketing, vendas, empreendedorismo, carreira em tecnologia, ou até mesmo sobre a vida, de um modo geral. São 200 mil palavras que, se formatadas, dariam em torno de 600 a 700 páginas. Durante as últimas 100 semanas, eu escrevi o equivalente a 3 ou 4 livros. É MUITA coisa!

Deixo aqui meu agradecimento público ao Murilo. Obrigado por ter me incentivado a sair da zona de conforto e voltar a produzir conteúdo. Esse hábito me trouxe MUITOS benefícios e aprendizados. Nessa edição número #100, quero compartilhar um pouco deles.

Os números

Newsletter não é um jogo de grandes números. Pelo menos, eu não consegui jogar esse jogo nessas primeiras 100 edições. Ainda assim, os números que obtive aqui foram suficientes para diversas conquistas, tanto pessoais quanto profissionais.

Ao longo dessas 100 semanas, eu conquistei um pouco mais de 3.300 inscritos. Essa, sem dúvida, é a parte mais difícil de todas desse jogo: crescer e conquistar sua audiência.

O lado bom de produzir uma newsletter é que, por aqui, você não depende de agradar a um algoritmo. O lado ruim é esse também. Por sorte, o substack, plataforma em que hospedo minha newsletter, possui um sistema de recomendação que nos ajuda a conquistar novos inscritos. 66% da minha audiência veio desse sistema. Hoje, eu consegui conquistar o feito de ter 31 outras newsletters me recomendando. Mas, assim como Taleb nos ensina, 63% dos inscritos recomendados vieram graças à indicação do meu amigo Bruno Okamoto, em sua newsletter A Nova Economia do Micro-SaaS.

Minhas 100 edições tiveram, somadas, um pouco mais de 150 mil visualizações. Dessas, 75% vieram exclusivamente do email. Se, por um lado, é difícil conquistar novos leitores, por outro, é muito fácil seguir se comunicando com quem já te segue.

Essas 150 mil visualizações vieram de 80 mil usuários únicos. Você tem ideia do que é isso? É um Maracanã inteiro de pessoas que leram um ou mais dos meus textos. Para efeito de comparação, uma cidade com 80 mil habitantes já é considerada uma cidade de médio porte, no Brasil. Se enfileirarmos 80 mil pessoas, essa fila teria cerca de 40km de comprimento, distância entre São Paulo e Jundiaí. É MUITA GENTE!

O mais legal disso tudo? É que muitas dessas pessoas não leram apenas um texto meu. A taxa média de abertura da Newsletter do Moa é de 30%. Isso significa que, semanalmente, entre 1.500 e 2.000 pessoas lêem o que eu tenho a dizer.

“Tá, Moacir. Mas, e a bufunfa?”

Meu objetivo com esta newsletter não é ganhar dinheiro. Pelo menos, não diretamente. Por isso, os rendimentos foram irrisórios. Até agora, recebi R$ 744,91 de assinaturas pagas. Recebi, também, R$ 6.044,45 vindas de outras receitas relacionadas ao conteúdo que publico aqui. São workshops que ministrei, e algumas mentorias pontuais.

De novo: irrisório. Mas, se levarmos em consideração o impacto desta newsletter no meu negócio principal, a coisa muda de figura. O Tintim está chegando perto dos R$ 500k de MRR (faturamento mensal recorrente), e tenho certeza que muito desse resultado se deve aos frutos que colhi desta newsletter, e também a tudo o que aprendi, podendo compartilhar nossa trajetória por aqui.

Bom… vamos falar disso então?

Benefícios e aprendizados ao produzir uma newsletter

Foram vários. Quando parei pra pensar e listar a quantidade de coisas que aprendi ao longo desses dois anos de trabalho, eu me impressionei com o tanto de coisa que veio na cabeça. Vou listar todos esses aprendizados abaixo, e comentá-los brevemente. Alguns deles eu já me aprofundei em edições passadas. Outros, pretendo aprofundar no futuro.

Produzir conteúdo te transforma em autoridade

Quem me conscientizou sobre isso foi meu amigo Fernando Freitas. Quando você produz um conteúdo denso e opinativo, as pessoas passam a te tratar como autoridade. Isso significa que você passa a exercer uma influência maior no ambiente que seu conteúdo alcança. Semana passada mesmo, um amigo compartilhou alguns áudios comigo comentando que eles estavam discutindo um vídeo que gravei para o Youtube.

Essa autoridade ressoa de forma positiva na minha carreira e também no Tintim (claro que para que isso aconteça o conteúdo produzido tem que ser bom, né?).

“Um post de blog é uma busca muito longa e complexa para encontrar pessoas fascinantes e fazer com que elas enviem coisas interessantes para a sua caixa de entrada.”

Li esse quote na excelente newsletter do Henrik Karlsson, e não poderia concordar mais. Recomendo demais esse artigo.

Eu conheci MUITA gente foda por conta da Newsletter do Moa. Não vou citar nomes para não ser injusto ao esquecer alguém, mas, eu fiquei impressionado como tive acesso a pessoas hiper gabaritadas.

Dentro da minha audiência, existem pessoas com as mais diversas ocupações. CEO de empresa grande, CEO de empresa pequena, investidor, pessoas com altos cargos de liderança, profissionais tecnicamente superqualificados… Tem anônimo, tem famoso. Tem quem está começando e quem já chegou lá.

Eu conheci tanta gente legal por causa dessa newsletter, que cheguei até a conseguir um investidor para o Tintim. Essa audiência, sem dúvidas, é o maior ativo que conquistei através dessa newsletter.

Quem escreve pensa melhor

Escrever é o ato de editar seu pensamento. O meu pensamento é MUITO caótico. Por ter um pensamento muito acelerado, é muito difícil colocar minhas ideias em ordem. Muitas vezes, eu sei o que penso, mas, não sei como me expressar. Escrever me ajuda MUITO com isso.

O fato de eu me forçar a sentar semanalmente e escrever sobre determinado tema me força a organizar meu pensamento, fazer conexões e enxergar padrões que eu não enxergaria na loucura do dia a dia.

Eu escrevo para o outro, mas, no fundo, também escrevo para mim.

Consistência é mais importante que inspiração

A restrição é a mãe da inovação. Ter limites muito bem definidos te força a ser objetivo. O meu limite é muito claro: tem que sair um texto por semana, e o tempo que tenho para produzir esse texto é de duas horas (meia hora para planejamento e uma hora e meia para produção).

Meus textos mais vistos saíram em semanas que eu estava com zero inspiração. Doido isso, né?

Além disso, a quantidade leva à qualidade. É só escrevendo que você descobre o que quer escrever e também sobre o que você escreve bem. É um jogo meio que de tentativa e erro. Por isso, o movimento e a constância são mais importantes do que a qualidade e a inspiração.

Feedback é importante, mas nem tanto assim

Para manter a consistência de escrever semanalmente, é preciso que essa atividade seja prazerosa em algum nível. Para isso, você precisa falar sobre o que quer falar. Por isso, é necessária certa dose de parcimônia ao levar em consideração o feedback da sua audiência.

Não digo que o feedback não seja importante, longe disso. O desafio aqui é conseguir levar o feedback em consideração sem perder a sua essência. O que tento fazer é usar o feedback apenas como ferramenta de aprimoramento. O feedback não pauta questões estruturais na minha produção de conteúdo, definitivamente.

Se você não for cancelado, alguma coisa está errada

Se você quer influenciar algumas pessoas, tem que estar disposto a desagradar outras. Para ser influente é preciso despertar a admiração no próximo. Agora, pasme: o mesmo elemento que causa admiração em um causa o desagrado em outro. É assim que a vida funciona.

Para expor suas ideias na internet, é preciso entender que você vai desagradar e gerar discordância. E tá tudo bem. Vez ou outra, essa discordância ganhará uma proporção acima do comum. Esse é o tal do cancelamento. Mas, relaxa: ele parece muito mais assustador do que é, de fato. Eu sei porque já estive lá.

O cancelamento é o modo exagerado que a internet tem de discordar da opinião alheia. Gosto de fazer uma analogia com o trânsito. Já reparou como as pessoas são muito mais valentes e grosseiras no trânsito do que na “vida normal”? Isso acontece porque o carro as protege da consequência da sua grosseria. A internet também tem esse poder, muito mais amplificado, inclusive.

Se você acredita no que diz, o cancelamento não vai te afetar. Vai te beneficiar, inclusive, pois fará sua mensagem atingir novas pessoas.

Temos muito a ensinar

O que é simples para um pode ser game changer para o outro. Esquece esse papo de achar que o outro já sabe o que você sabe, e que por isso você não tem o que ensinar. Sabe qual é o nome disso? Arrogância.

Você NÃO SABE o que o outro sabe. Supor que sabe é superestimar seu nível de conhecimento. Só existe uma forma de descobrir o que o outro sabe ou não sabe: perguntando. Como, na produção de conteúdo, você comunica para mais de uma pessoa, chega um momento que fica difícil perguntar um por um. Mas, dá pra contornar esse problema. A forma de descobrir o que você tem a ensinar é testando.

Você vai se surpreender ao descobrir o quanto tem para agregar à vida alheia.

As pessoas não querem aprender

Mas, por mais que você tenha a ensinar, saiba que as pessoas não querem aprender. Pelo menos, não diretamente.

O principal motivo pelo qual as pessoas consomem conteúdo na internet é para se entreter. É para passar o tempo. Se ela quisesse aprender, ela estava numa sala de aula, ou lendo um livro.

É por isso que o storytelling é mais importante que o conteúdo. O segredo aqui é ensinar enquanto conta uma história. As pessoas não querem saber quais são as cinco dicas para criar uma startup do zero. Elas querem saber como o Moacir criou uma startup do zero. O ser humano é curioso. É da sua natureza.

Conteúdo educativo é commodity. Agora, suas histórias são únicas. Só você conhece 100% da sua história. Tenho certeza que mais gente também gostaria de conhecê-la.

Por isso, documente, ao invés de ensinar. Essa é a forma mais simples de produzir um conteúdo efetivo e autêntico. Ao invés de ensinar, basta documentar o que você está fazendo.

É muito difícil crescer a audiência de uma newsletter

Por fim, acho que esse é o maior ensinamento de todos. Tenho certeza que se eu tivesse dedicado 3h semanais durante 100 semanas para produzir conteúdo para redes sociais, ao invés de produzir uma newsletter, eu teria mais de 100 mil seguidores.

Se não fosse a gentileza do Bruno Okamoto em recomendar a Newsletter do Moa e permitir eu divulgar meus conteúdos dentro da comunidade dele, eu não teria metade dos seguidores que tenho hoje. Fica aqui meu agradecimento público ao Bruno.

“Mas, Moa, por que uma newsletter ao invés de conteúdo nas redes sociais?” Simples: tenho certeza que os mais de 3.000 seguidores da Newsletter do Moa são infinitamente mais engajados do que esses 100 mil seriam. Eu quero qualidade, não quantidade.

Próximos passos

Esses dois anos foram muito bons. Os melhores da minha vida, de longe. Consegui dedicar minha vida profissional a transformar o Tintim em uma empresa sólida, e também consegui construir uma audiência “nas horas vagas”.

O que vou fazer daqui pra frente é simplesmente fazer o que sigo fazendo, mas com muito mais intensidade. Hoje, o Tintim está com aproximadamente R$ 500k MRR. Eu quero multiplicar isso por 10, por 100! A Newsletter do Moa, eu quero que tenha 30 mil inscritos. 300 mil inscritos. 3 milhões de inscritos!

Como pretendo atingir esses números? Intensificando a produção de conteúdo. Há algumas semanas eu reativei meu canal no Youtube, e decidi que também publicaria um vídeo semanal por lá. A ideia é que esse canal seja o meu “topo de funil”. É lá que vou atrair novos inscritos para a Newsletter do Moa.

Se você gosta dos meus conteúdos, se prepare que vem muito mais por aí. Eu gostei dessa brincadeira hehe.


✉️ Esta foi mais uma edição da Newsletter do Moa!

💪🏻 O meu objetivo com essa newsletter é ajudar profissionais de tecnologia que desejam desenvolver uma visão mais estratégica.

Além disso, pretendo também compartilhar outras coisas, como um pouco dos bastidores da construção de um negócio SaaS, as minhas opiniões e meus aprendizados. A ideia geral é ser uma documentação pública e estruturada dos meus pensamentos e aprendizados ao longo dos anos.

Portanto, se você se interessa por soft-skill, desenvolvimento pessoal, empreendedorismo e opiniões relativamente polêmicas, sugiro que você se inscreva para receber as próximas edições. ⬇️

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