Como gerar valor em escala
Por que produzir conteúdo é o caminho mais rápido para o sucesso
Em 2018, numa mesa de bar, depois de um evento de tecnologia, um amigo me disse algo que mudou completamente o rumo da minha vida. Aquela frase, dita entre risadas e cervejas, foi o estalo que me fez amadurecer. Hoje, anos depois, percebo que as conversas certas, com as pessoas certas, podem valer mais que qualquer curso caro.
E se tivesse uma forma de escalar essas conversas? Na edição de hoje da Newsletter do Moa, eu explico por que acredito que criar conteúdo é uma das formas mais efetivas de gerar valor em escala.
O poder da comunidade
Nesse final de semana que passou, aconteceu a Python Brasil 2025 aqui em São Paulo e, por mais que tenha sido numa Python Brasil que a minha vida começou a mudar, eu decidi não ir ao evento este ano. Um evento que, antes, era dedicado ao Python, atualmente, está sequestrado ideologicamente e, por isso, deixa de servir ao seu propósito principal, que é discutir sobre a linguagem e sobre a tecnologia. Obrigado, mas eu passo.
Não por isso deixei de rever os grandes amigos que fiz frequentando a comunidade de programação. Aproveitei a sexta e o sábado à noite, e fui jogar conversa fora com a turma que veio para o evento. Esse é, sem dúvidas, o grande valor da comunidade: as trocas profundas que acontecem nessas conversas.
A primeira grande virada de rumo da minha vida aconteceu num ambiente como esse. Python Sudeste de 2018, a gente saiu do evento e foi tomar cerveja no Charme da Paulista. Ali, meu amigo Henrique Bastos me convenceu: “sua vida só vai andar para onde você deseja quando você sair da casa da sua mãe e ir morar sozinho”. Contra a opinião de todos à minha volta, segui seu conselho e, ali, começou meu processo de amadurecimento.
A partir daí, eu aprendi a me colocar em contato com pessoas que já conquistaram o que eu desejo conquistar. Eu aprendi que gente interessante tem um poder absurdo de gerar valor para quem está interessado. E essa geração de valor acontece justamente nessas trocas.
Nesse final de semana, ao me reunir com amigos que eu não via há muito tempo (alguns há mais de 8 anos), eu pude relembrar como esse tipo de troca de idéias tem a capacidade de gerar valor.
Mas, o que é “gerar valor”?
Eu aprendi sobre geração de valor com meu amigo Henrique Bastos. Eu o conheci numa Python Brasil, que aconteceu no ano de 2017. Nessa época, eu vinha de uma série de fracassos profissionais, e estava disposto a fazer o que fosse preciso para dar certo.
Acontece que, devido à minha imaturidade, eu só queria saber de dinheiro. Pior: eu só queria saber de formas fáceis de ganhar dinheiro. Devido a uma série de questões pessoais, eu acreditava que o dinheiro era um fim em si mesmo, e que meus problemas acabariam se eu ficasse rico.
Ao conhecer a turma do Welcome to the Django, comunidade criada pelo HB, e ter contato com os ensinamentos que circulavam entre essa galera, eu pude entender que o dinheiro não é um fim, mas, sim, uma consequência. Não devemos buscar pelo dinheiro, mas, pela sua causa: gerar valor ao próximo.
Gerar valor é melhorar a vida do próximo. Quando a gente melhora a vida do outro, a gente gera valor e, consequentemente, pode capturar parte desse valor gerado. É como um garçom, que serve bem seu cliente para, depois, levar 10% de gorjeta.
É possível gerar valor ao próximo de diversas formas. Quando eu presto um serviço que melhora a vida de alguém, eu gero valor. Quando o código que escrevo faz o próximo economizar dinheiro, eu gero valor. Quando o ensinamento que espalho faz o próximo ganhar mais dinheiro, eu gero valor.
Conversar gera valor
No ano passado, eu participei de um programa de desenvolvimento pessoal que foi transformador na minha vida: o fórum Landmark. É muito difícil explicar o que é o fórum, mas, de forma beeeeeem resumida, diria que é um programa que nos incentiva a questionar as histórias que contamos para nós mesmos e, com isso, agir de forma diferente.
O mais legal desse programa é como ele se dá, num formato de fórum. Em vez de uma sala de aula, temos um espaço de trocas de ideias. No fórum, cada um é incentivado a compartilhar suas insatisfações em público e ser questionado pelo mediador. É justamente por essa dinâmica que a transformação acontece: através do depoimento do outro, temos a capacidade de enxergar com clareza os nossos próprios defeitos.
Interagir genuinamente com outras pessoas é uma das formas mais poderosas de geração de valor. Quando você se interessa em entender a trajetória e as opiniões do outro, você tem uma chance única de aprender com um par seu, que jogou o mesmo jogo que você, e também deseja ser bem sucedido.
Existe muito valor em conversar com o outro, principalmente com os que estão alguns passos à frente na jornada. É a chance de aprender com a prática, ao invés da teoria. Por isso, eu sou grande fã de podcasts de entrevista, ou livros de biografia. Esses formatos são perfeitos para modelar os sucessos e evitar os fracassos do outro.
Mas, resumindo meu ponto aqui: uma das formas de gerar valor ao próximo é contar sobre sua vida e explicar os porquês das suas opiniões.
Produzir conteúdo é gerar valor em escala
Já dizia Naval Ravikant: as duas grandes alavancas de riqueza do século XXI são código e mídia. Um programador tem a capacidade de, com algumas linhas de código, impactar a vida de milhões de pessoas. Um criador, com alguns minutos de gravação, também tem a capacidade de impactar a vida de milhões de pessoas. Não à toa, essas são algumas das profissões que mais pagam bem na atualidade.
Assim como conversas numa mesa de bar têm o poder de mudar vidas, como mudaram a minha, um texto no Substack ou um vídeo no Youtube tem esse mesmo poder. Só que em escala.
Esta newsletter é lida semanalmente por cerca de 1.500 pessoas. Meu canal do Youtube impactou cerca de 1.000 pessoas nos últimos 30 dias. Podem parecer números modestos, se compararmos com grandes influenciadores, mas, analisar desse modo é olhar para o copo meio vazio.
Pense que, a cada semana, eu tenho a oportunidade de ter uma conversa de bar com cerca de duas mil pessoas. A cada semana, eu tenho a oportunidade de compartilhar minha história, meu conhecimento e minhas opiniões com cerca de duas mil pessoas. A cada semana, eu tenho a oportunidade de gerar valor para cerca de duas mil pessoas.
Quando eu compartilho conhecimento através da internet, eu tenho a oportunidade de criar pontes entre mim e outras pessoas. Ao produzir conteúdo, eu tenho a capacidade de ajudar quem eu nem conheço. É a forma mais simples e democrática de ajudar muita gente sem precisar estar fisicamente com elas.
Sem contar nos benefícios pessoais. Ao parar para organizar suas ideias, você sedimenta seu conhecimento. Sabe aquele papo de “quem ensina aprende duas vezes”? Pois é. Além disso, você gera um sentimento de gratidão e reciprocidade nas pessoas, que, em algum momento, vão querer te recompensar. É como se você estivesse fazendo um depósito num banco de favores, só que em escala.
Sem contar que, se você não se posicionar, você está deixando um espaço vago para alguém, possivelmente pior que você, se posicionar no seu lugar. No fim do dia, produzir conteúdo não deixa de ser um ato de responsabilidade.
Espero que esse conteúdo tenha gerado valor na sua vida, e que te inspire a também querer gerar valor na vida do próximo.
Tmj!
✉️ Esta foi mais uma edição da Newsletter do Moa!
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Além disso, pretendo também compartilhar outras coisas, como um pouco dos bastidores da construção de um negócio SaaS, as minhas opiniões e meus aprendizados. A ideia geral é ser uma documentação pública e estruturada dos meus pensamentos e aprendizados ao longo dos anos.
Portanto, se você se interessa por soft-skill, desenvolvimento pessoal, empreendedorismo e opiniões relativamente polêmicas, sugiro que você se inscreva para receber as próximas edições. ⬇️