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Trate sua empresa como uma empresa

E não como uma “galinha dos ovos de ouro”

Você dedica anos construindo sua empresa, trabalhando como um louco para que ela dê certo. Mas, no fim do mês, raspa o caixa, como se ela fosse só uma máquina de pagar boletos. E se eu te dissesse que esse hábito está matando as chances de você se tornar um milionário?

Na edição de hoje da Newsletter do Moa, eu decidi falar sobre a importância do empresário tratar sua empresa como uma empresa, de fato.

Investindo em ativos

Ultimamente, tenho ouvido alguns podcasts sobre M&A. Por indicação do meu amigo Doug Petronilio, fundador e CTO do Merlin, fui ouvir o podcast “Do Zero ao Exit”. São histórias de fundadores que construíram e venderam suas empresas. Gostei, e muito! Conteúdo de alta qualidade com convidados de peso.

Paralelo a isso, estou lendo um livro chamado Seeking Wisdom, de um autor chamado Peter Bevelin. O livro explora a sabedoria de grandes pensadores, como Darwin, Richard Feynman, Benjamin Franklin e, principalmente, Charlie Munger, que era braço direito de Warren Buffett na Berkshire Hathaway. O objetivo do livro é responder a seguinte pergunta: Como podemos tomar melhores decisões?

Eu já li outros livros do Munger. Em um deles, “Poor Charlie's Almanack”, eu fiquei maravilhado sobre um exercício mental que Munger propõe. Não vou lembrar ao certo, agora, mas, era algo como “Como você criaria uma empresa que chegaria a um valor de mercado X em 200 anos?”. A resposta era, basicamente, construir uma empresa igual à Coca-Cola, e ele vai explicando, ponto a ponto, os motivos pelos quais uma empresa como essa teria um potencial de valor tão grande.

Consumir todos esses conteúdos me abriu os olhos para poder enxergar que o que essas pessoas fazem para ganhar dinheiro é investir em ativos que possuem potencial de valorização ao longo do tempo. O investidor investe dinheiro, e o empreendedor investe tempo e esforço.

Sua empresa é um ativo

Um ativo é qualquer recurso que tem valor econômico e pode gerar retorno ou benefício no futuro. Existem diversos tipos de ativos. Por exemplo: um imóvel é um ativo, pois possui valor de mercado e rende aluguéis. Um domínio de internet é um ativo, pois pode ser estratégico para uma marca.

Uma empresa também é um ativo. Talvez, um dos mais valiosos que exista. Uma empresa que cresce e gera fluxo de caixa pode ser muito valiosa. Quer um exemplo? Se você compra ações do Itaú, o que você está fazendo, na prática, é comprar um pedaço do Itaú. Se o Itaú dá lucro no trimestre, você sai ganhando. Isso se dá de duas formas: esse dinheiro pode ser reinvestido no crescimento da companhia e o preço da sua ação se valoriza, ou esse dinheiro pode ser distribuído para seus acionistas em forma de dividendos.

Qual é a diferença do Itaú para a sua empresa? Na definição, nenhuma. Ambas são organizações criadas para produzir, vender ou oferecer bens e serviços com o objetivo de gerar valor. A diferença se dá no tamanho da empresa e também na qualidade dessa empresa. Mas, ambas são empresas. Ambas são ativos. Sua empresa é um ativo, tal qual o Itaú é um ativo.

Pense com a cabeça de investidor

Quando você é funcionário e trabalha para uma empresa, na prática, você está vendendo horas. Você trabalha por oito horas por dia durante 22 dias úteis no mês e, ao final do período, recebe um salário em troca. Nesse caso, você é um recurso (humano) trabalhando em prol de um ativo (empresa).

Quando você é empreendedor, você também fornece horas de trabalho para sua empresa e também recebe um salário em troca das horas trabalhadas (se não recebe, deveria). Acontece que, nesse caso, você também é um acionista da empresa que está criando. Você é dono do ativo.

A sua empresa é um ativo, isso é fato. Agora, se ela é um bom ou mau ativo, isso depende de alguns fatores. Se sua empresa não dá lucro, consome caixa, está muito endividada, ou depende 100% do dono, ela é um ativo ruim. Se sua empresa dá lucro e funciona direitinho, de forma autônoma, você tem um ativo que possui valor de mercado.

Você tem ouro nas mãos

Imagine que você pudesse voltar ao tempo, mas, sabendo o que aconteceria no futuro. De repente, você está em 1980, mais especificamente em 12 de dezembro de 1980. Essa foi a data do IPO da Apple. Imagine que você decida investir $10k na Apple no dia de seu IPO. Se você tivesse feito isso, hoje teria algo em torno de US$ 19,3 milhões (sem considerar dividendos). Você teria multiplicado seu capital em duas mil fucking vezes.

Ok, dificilmente sua empresa terá o potencial de valorização da Apple. Mas, sim, ela possui potencial de valorização. Você possui um ativo em mãos com um enorme potencial de valorização. Mas, para que esse potencial se torne realidade, você precisa tratar sua empresa, de fato, como um ativo.

A maioria dos donos de pequenas empresas não tratam suas operações como ativos, mas, sim, como uma “galinha dos ovos de ouro”. São donos que se comportam como funcionários caros, que destroem o valor de suas empresas, ao invés de construir. Esses empresários mensalmente raspam o caixa de suas empresas, ao invés de usar o lucro para reinvestir no negócio. Eles matam o potencial do efeito composto.

Você deixaria de investir em uma oportunidade que vai retornar 10x, 100x, 1000x seu capital para investir em oportunidades que retornem 1,5x, 2x, 3x no máximo? Pois, quando o empresário saca o lucro da empresa para comprar imóveis, investir em CDB ou Tesouro Direto, é exatamente isso que ele está fazendo.

Se o empresário não reinveste na sua empresa, ele está perdendo a oportunidade de se aproveitar do efeito composto.

“Ah Moacir, mas investir na minha empresa é muito mais arriscado que esses outros investimentos”.

Meu amigo, se você não quer correr risco, você está na profissão errada. Se você tira dinheiro da sua empresa para investir na empresa dos outros, a mensagem é muito clara: você confia mais nos outros do que em você mesmo.

O efeito composto só funciona para quem reinveste. É no efeito composto que o resultado de hoje se soma ao resultado de ontem. Repetir esse ciclo diversas vezes é o que faz seu ativo crescer de forma exponencial.

Para ficar rico, basta comprar barato e vender caro

Esse é o princípio mais antigo do capitalismo. Comprar barato, agregar valor e vender caro é a fórmula da riqueza. Já escrevi sobre isso antes.

A sua empresa é um ativo que você comprou barato. Muito provavelmente nem dinheiro você investiu. O “comprar barato”, nesse caso, foi investir seu tempo, seu know-how e seu talento para construir algo do zero. Como competência é algo que ninguém te tira, você pagou barato.

Agora, você tem nas mãos a chance de agregar MUITO valor à sua empresa e vender por uma grana preta. Mas, para isso, é preciso enxergá-la como um ativo, não como uma “cash cow”.

Agindo dessa forma você praticamente não tem downside. Na “pior das hipóteses”, você não vende sua empresa, mas, ela se torna um ativo que vai te gerar “renda passiva” através de dividendos. Agora, na melhor das hipóteses, você tem a chance de vendê-la por 3x, 5x, 10x seu EBITDA (ou até faturamento), e colocar tanta grana no bolso que, provavelmente, você nunca mais precisará trabalhar na vida.

Que Deus nos ouça hehe.


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