FizzBuzz ainda faz sentido em 2025
Achei um artigo de 2007 chamado "Using FizzBuzz to Find Developers who Grok Coding", do Imran Ghory. É curioso como ele continua fazendo sentido quase vinte anos depois.
O autor conta que, durante entrevistas, conhecia desenvolvedores que pareciam ótimos. Sabiam teoria, falavam bem, tinham currículos impressionantes. Mas quando chegava a hora de escrever código de verdade, travavam. E o mais curioso: não era só em problemas grandes... era em coisas minúsculas.
Pra testar isso, ele criou o famoso desafio do FizzBuzz: escrever um programa que imprime os números de 1 a 100, trocando múltiplos de 3 por "Fizz", de 5 por "Buzz", e de ambos por "FizzBuzz". É um exercício simples, mas mesmo assim, muita gente não conseguia fazer.
Exemplo:
Input: n = 3
Output: ["1", "2", "Fizz"]
Input: n = 10
Output: ["1", "2", "Fizz", "4", "Buzz", "Fizz", "7", "8", "Fizz", "Buzz"]
Input: n = 20
Output: ["1", "2", "Fizz", "4", "Buzz", "Fizz", "7", "8", "Fizz", "Buzz", "11", "Fizz", "13", "14", "FizzBuzz", "16", "17", "Fizz", "19", "Buzz"]
A conclusão era que não adianta falar bonito se você não sabe pensar em código. Hoje temos Claude, GPT, Grok... ferramentas que geram código completo em segundos. Mesmo assim, o problema continua o mesmo. Muita gente sabe usar a ferramenta, mas não entende o que está acontecendo. Sabe pedir pra IA resolver, mas não sabe explicar o que ela fez.
É como se a dificuldade tivesse mudado de lugar. Antes o desafio era escrever o código e entender sintaxe, mas agora é entender o que foi escrito.
O artigo terminava dizendo que o FizzBuzz não serve pra achar gênios, mas pra identificar quem realmente não entende o básico. E, sinceramente, isso ainda é verdade.
O mais irônico é o título que o autor escolheu: "Developers who Grok Coding".
"Grok" é uma palavra que significa compreender algo de forma tão profunda que aquilo vira parte de você. (obrigado Google)
Engraçado pensar nisso agora, ainda mais com uma IA que tem exatamente esse nome.