A parte mais curiosa dessa teoria é que, mesmo que a gente não leve ela ao pé da letra, existe um fenômeno bem real por trás dela. Quando a maior parte do conteúdo é impulsionada por algoritmos, não por pessoas, a sensação de artificialidade aparece mesmo que ninguém esteja usando bots.
A internet começou como um espaço de nicho em que cada postagem tinha intenção humana clara. Hoje, muita coisa existe só para alimentar recomendação, preencher buraco de feed ou otimizar engajamento. Isso cria uma espécie de “ruído semelhante ao humano”, que talvez seja o que dá essa impressão de internet morta.
E ironicamente, quanto mais IA entra no jogo, mais valioso fica justamente aquilo que só um humano consegue produzir: contexto, história pessoal, vulnerabilidade e pensamento próprio.
No fundo, talvez a internet não esteja morta. Talvez ela só esteja saturada. E o que a gente sente é essa dificuldade crescente de separar ruído de presença humana real.