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O primeiro deploy a gente nunca esquece

“Giulia, o desenvolvimento foi aprovado! Pode fazer o deploy.”
“Deploy? Que deploy?”

O tal do deploy. Lembro-me da primeira vez em que ouvi essa palavra no primeiro estágio como programadora. Apesar de ter um portfólio caprichado com projetos na minha stack, nunca tinha feito um deploy em um ambiente real.

Quando comecei na tecnologia não existiam as definições claras como "júnior", "pleno", "sênior", "frontend" ou "backend". Éramos programadores e desenrolávamos em múltiplas tarefas, utilizando diversas linguagens. Havia aqueles que tinham mais experiência e outros que estavam começando. E quando alguém experiente me solicitava um deploy, a mensagem subentendida era que eu deveria, de alguma forma, já saber como fazer.

Quando iniciei minha jornada na programação, sentia medo de fazer perguntas. O receio de que questionamentos pudessem ser interpretados como uma falta de conhecimento e, consequentemente, colocar minha vaguinha em risco, me impedia de buscar esclarecimentos.

Além disso, nem sequer utilizávamos o git naquele tempo. Então, pode imaginar o resultado quando, uma estagiária, na sua primeira experiência, sem orientação, tentou fazer deploy por conta própria e com ajuda de fóruns da internet.

Meu maior aprendizado nessa experiência foi a distinção crucial entre teoria e prática. A teoria nos dá a base para atacar problemas e pensar soluções, mas a prática nos apresenta à realidade e seus imprevistos.

Já ouvi daqui: “Ah, mas no curso que fiz, a gente fez o deploy da aplicação.”E isso é excelente! Curso bem feito te dá a base, te mostra o caminho certo, e ainda te ajuda a ganhar segurança com um passo a passo claro. Mas vale lembrar: ambientes de curso são preparados pra dar certo. Na vida real, nem sempre tem script, às vezes nem tem processo.

No trabalho, tu pode pegar um sistema legado, sem CI/CD, com deploy feito via FTP e senha grudada num post-it. Ou descobrir que o “manual de deploy” foi escrito por alguém que saiu da empresa a 10 anos, e desde então ninguém mais seguiu aquilo.

Então sim: o curso é o treino controlado que te prepara pro jogo. Mas quando tu entra em campo, precisa estar pronto pra adaptação. Nem tudo vai estar na documentação. E é aí que entra a softskill mais valiosa: a humildade de perguntar e a coragem de dizer: “não sei como faz aqui, me mostra?”

Como eu me prepararia para o primeiro deploy? (sem surtar)

Primeiro: não tenta ser herói solitário de produção. O que tu quer é estabilidade, não glória. Procura alguém mais experiente e pede pra fazer junto. Ver o passo a passo, entender o porquê de cada etapa e anotar tudo que parecer “mágico” (porque spoiler: nunca é).

Segunda coisa: Não seja desumilde e aceite que não saber é normal. Ninguém nasce sabendo deploy, rollback, pipeline, staging, DNS, cache TTL, .env ou permissão de sistema. E ninguém vai te julgar por perguntar, o que assusta é fazer cagada em silêncio e derrubar o sistema de faturamento numa sexta-feira às 18h.

Terceiro: cada empresa tem seu processo. Tem lugar que deploy é só um git pull. Tem lugar que envolve três aprovações, um Jenkins, dois containers, e uma oferenda. Então, antes de tudo, entende o processo da casa. Não tem "receita universal".

E lembra: fazer backup não deve ser opção, deve ser instinto de sobrevivência de um iniciante.

🖖 Esse foi um artigo da News: Deploy na Sexta Onde compartilho um pouco sobre a minha história na programação.

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