Vou fazer o que eu pedi no meu comentário e explicar porque eu e talvez porque outras pessoas negativaram o seu comentário. Como sempre faço, escrevo para todos lerem.
A calculadora atrofia o pensamento de qualquer pessoa, mesmo que ela não perceba. Nao quer dizer que cientistas não vão usar ferramentas para agilizar seu trabalho, mas se eles forem um pouco espertos, muitos são, outros nem tanto (já vi doutor idiota), eles continuaram fazendo algumas contas de cabeça, no papel, porque ele sabe que atrofia se parar de usar. Tem estudos mostrando isso. Mesmo que sua crença e de muitos seja outra só mostra o enorme perigo que estamos. É claro que muitas vezes o ato em si não será percebido porque se você sempre usar a ferramenta não precisará muito. Mas o cérebro é talvez a biologia mais complexa do universo e uma coisa afeta outra sem a pessoa perceber, tanto que um transtorno geralmente traz junto outros porque não tem compartimentos estanques, falhou em uma coisa, no mínimo afeta um pouco outras áreas. Mesmo que ele não perca algo diretamente pode perder o que não percebe.
Absolutamente tudo que não é praticado é esquecido de alguma forma. Não quer dizer que a pessoa esquece por completo como se nunca tivesse aprendido, pode voltar rápido, mas é afetado.
Pode não ser a melhor pergunta para quem está lendo isto, porque se a pessoa não assustou com o tamanho do texto e desistiu ela já está em vantagem, mas vamos lá: quantos livros você leu este ano ou nos últimos? Eram todos técnicos? Foi pulando partes? QUando se deliciou com eles? Quantos te fez pensar, e criar conhecimento além do que leu? Quantos te divertiram e produziam melhor capacidade de fazer diversas coisas melhor sem ser pelo conteúdo dele? Leu ficção? Leu sobre assunto não relacionados à TI ou exatas? Foi atrás de papers e outras formas de informação? Lê noticiário regularmente? Procura ler quem se opõe ao que você pensa? Para melhorar seu conhecimento e pensamento ou para xingar o autor (mesmo que silenciosamente)?
O autor do texto está, de forma simplificada, é verdade, até porque a cabeça de algumas pessoas não suporta mais ler textos grandes e o autor foi esperto nisso, apesar dos malefícios que vêm junto, mas se interpretar o texto como um todo, e ele fala sobre o assunto de forma subliminar, ele não diz que deve queimar a IA na fogueira, ele fala em uso consciente e produtivo. Ele não fala como cada um deve fazer isso, até porque hoje provavelmente ninguém sabe direito, e o fato de algumas pessoas acharem que sabem é um perigo real. Especialmente para o pensamento crítico a IA é uma ferramenta complicada, mesmo assim pode ser usada com valor por quem souber aproveitar. Mas como a pessoa sabe disso? Ninguém está ensinando. Será que ela está fazendo certo ou se iludindo? Certamente se está fazendo pelo menos parcialmente certo é porque tem uma bagagem enorme criada porque a IA não estava presente. Mas o que acontecerá quando as pessoas estiverem cada dia mais se "formando" com a IA "ajudando"? A crítica do autor é sobre isso.
A IA tem me ajudada cada dia mais, mas também estou sentindo que a preguiça vai fazendo uma força para eu usar de forma erradas. Quantas pessoas vão sucumbir? Até mesmo sabendo que não pode ceder a isso. Quantas já estão no deslumbramento total e praticamente irreversível e que vão usar pela produtividade sem medir consequências? Quantas vão só olhar o resultado, e em certa medida vão apenas "trapacear" para obtê-lo. Sei que preciso reforçar para alguns que a IA é uma ferramenta que vai nos ajudar muito.
Todo conhecimento que você tem foi criado por você baseando-se em conhecimento já adquirido ou em alguns casos, sorte dessas pessoas nas vezes que fez isso, algo que vai sendo perdido depois que deixa de ser bebê, o conhecimento é adquirido só pela pura observação da pessoa, sem que ninguém o ensine, mesmo que já existe literatura ou outros meios ensinando aquilo. A forma como os neurônios se conecta quando a pessoa faz isso é bem diferente da forma quando apenas digerem o que alguém passou para ela. Por isso a aprendizado sempre funcionou melhor quando o professor instigou o aluno na direção correta do que só vomitar conhecimento, e que hoje mesmo quando isso é passado a pessoa só vai no Google e trapaceia em vez de fazer uma pesquisa extensiva lendo muito, experimentando, discutindo, forçando o pensamento. Mas hoje as pessoas querem só a informação mastigada o mais objetiva posspível para não perder tempo, não ser obrigado a raciocionar e só ir para o resultado. Por isso as pessoas estão cada dia ficando menos preparadas para um emprego e exercer outras atividades pessoais.
A conclusão geral está correta, até determinado ponto. que tudo o que você raciocina está atrelado ao que você vive, mas existe uma diferença entre isso vir por raciocínio real ou por memorização mecânica. Somente o primeiro permite a criação de interpretação de texto correta e que não seja literal, observando todos os pontos embutidos no texto. Muitas pessoas perderam e alguns nunca conseguiram ter essa capacidade desenvolvida porque a facilidade e avidez por produtividade se torou imperativa. O mais engraçado é que essas acham que os outros é que não sabem interpretar o texto.
O auto nunca disse para não usar IA, e podemos entender que ele também não diz para não usar frameworks, mas a analogia vale, a forma como a maioria usa frameworks causa dano semelhante ao que a IA está causando, o que a calculadora causou para alguns. O autor não reforçou isso, mas deixou aberto que dá para ter ganho e usar essas coisas de um jeito bom, pena que poucos estão fazendo desta forma. A IA expôs mais a questão mas j á havíamos começado o processo de atrofia no cérebro há muito tempo, até mesmo antes da internet e o framework é um bom exemplo disso, uma ferramenta poderosa (em muitos casos) que alguns usam bem e têm ganhos generalizados e que outros apenas ganham a produtividade momentânea para aparecer mais produtivo.
O texto do autor, ou o meu, não são são teses, não somos pessoas que vivem desses estudos, mas eu pelo menos vou atrás deles quando é o momento. Não os organizado justamente porque não é meu foco. Aqui é um fórum de internet, é quase uma conversa de bar, todos podem estar errados, mas não cobre algo que você também não forneceu. Você pode até dizer que não vai aceitar o que ele diz como verdade porque ele não provou (e as provas estão sendo construídas ainda), mas se quer garantir que ele está errado também deverá provar. Eu sei que se eu não provo algo eu deixo a pessoa escolher se quer me ouvir ou não, eu sei que posso estar errado, sei que estou fazendo minha parte de compartilhar o que aprendi, o que eu penso. Você não é obrigado a acreditar em mim, mas eu já vi estudos com experimentos que mostram que as pessoas perdem a capacidade de fazer certas tarefas quando elas automatizam, incluindo não lembrar mais do número de telefone das pessoas algo que há décadas as pessoas faziam muito bem, e ficava até indelével, eu sei o número de algumas pessoas até hoje que aprendi na década de 80. Não sei o telefone atual de ninguém a não ser o meu e só depois de alguns anos é que parei e me confundir com ele. Isso é anedota, não prova nada, mas tem que já provou.
A IA pode ser até positiva na construção de pensamento, mas é (ainda) difícil fazer isso), o que é bom, é da dificuldade que melhoramos. Porém, alguém discorda que quase 100% das pessoas, eu inclusive, está pelo menos em alguns casos, pegando o caminho mais fácil e gerando a citada atrofia paulatina e silenciosa? Não que esse processo se iniciou agora.
Eu já me alonguei bem, gostaria de me aprofundar mais, entretanto já estou quase indo em outras direções dentro do mesmo assunto. Então só para encerrar reflitam sobre a frase final da postagem original, ela é simples mas poderosa. O que você pode fazer para que cada prompt seja positivo e não apesar um encurtador de caminho?