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Nostr e SSB: Alternativas Descentralizadas para Redes Sociais

Nostr e SSB: Alternativas Descentralizadas para Redes Sociais

Recentemente surgiram alguns posts sobre redes sociais e redes descentralizadas:

As redes sociais centralizadas, como Facebook, Instagram, TikTok e Twitter (agora X), enfrentam críticas por concentração de poder, vigilância e censura. Alternativas descentralizadas surgem para democratizar a comunicação. Duas opções promissoras são Nostr e Secure Scuttlebutt (SSB), protocolos que priorizam privacidade e autonomia do usuário.

Para quem interesse no assunto, segue abaixo uma breve introdução sobre como elas funcionam e como poderiam ser utilizadas para a criacao de uma rede social que ao mesmo tempo fosse "brasileira" (com caracteristicas culturais e regionais) e descentralizada (e resiliente).

O que é Nostr?

Nostr (Notes and Other Stuff Transmitted by Relays) é um protocolo simples e aberto, lançado em 2020 por fiatjaf. Ele usa criptografia de chaves públicas: usuários geram um par de chaves (pública para identidade, privada para assinatura). Mensagens são eventos JSON assinados e transmitidos por "relays" (servidores independentes), sem armazenamento centralizado.

Como Funcionam os Relays Públicos?

Os relays são o coração da rede Nostr: servidores que recebem, armazenam temporariamente e retransmitem eventos (posts, likes, follows).

Relays públicos são gratuitos e acessíveis a todos, hospedados por voluntários ou comunidades em plataformas como wss://relay.damus.io ou wss://nostr-pub.wellorder.net.

Qualquer um pode hospedar um relay usando implementações como nostr-rs-relay (em Rust).

Funcionamento passo a passo:

  1. Publicação: O usuário assina um evento JSON (ex.: { "content": "Olá, mundo!", "pubkey": "sua_chave_pública" }) com sua chave privada e envia para relays selecionados via WebSocket.

  2. Armazenamento e Transmissão: O relay valida a assinatura e armazena o evento. Ele o replica para outros relays conectados, se configurado (via gossip protocol), garantindo propagação sem ponto único de falha.

  3. Leitura: Clientes consultam relays com filtros (ex.: eventos de um usuário específico ou com hashtag #nostr). Múltiplos relays são usados para redundância – se um censurar, outro replica o conteúdo.

  4. Políticas Variadas: Relays públicos podem ter regras (ex.: banir spam), mas o design incentiva diversidade. Usuários migram para relays amigáveis ou mais sintonizados com suas expectativas de conteúdo, promovendo resiliência.

Vantagens:

  • resistente: Qualquer relay pode ser usado ou criado, e posts podem ser replicados.
  • Interoperabilidade: Clientes como Damus (iOS) ou Primal (web) conectam-se livremente.
  • Extensibilidade: Suporta não só posts, mas chats, pagamentos (via Lightning Network) e mais.

Nostr é ideal para microblogs ou redes sociais leves, com adoção crescente entre entusiastas de cripto e liberdade de expressão.

NIP-05: Verificação de Nomes de Usuário no Nostr

No ecossistema Nostr, as identidades são baseadas em chaves públicas hexadecimais longas (ex.: npub1...), que podem ser difíceis de lembrar ou compartilhar. O NIP-05 (Nostr Implementation Possibility 05), proposto em 2021, resolve isso ao permitir que usuários associem nomes legíveis, como [email protected], a suas chaves públicas. É uma forma simples de mapear identificadores baseados em DNS para o protocolo Nostr, melhorando a usabilidade sem comprometer a descentralização.

Como Funciona o NIP-05?

O NIP-05 usa mecanismos de verificação baseados em web standards, como DNS ou HTTP, para provar propriedade de um domínio. O processo é assim:

  1. Configuração no Domínio:

    • O usuário controla um domínio (ex.: seudominio.com).
    • Publica um registro DNS TXT no subdomínio (ex.: _nostr.seudominio.com) com um JSON simples: {"names": {"usuario": "npub1sua_chave_pública"}}. Ou, preferencialmente, cria um endpoint HTTP em https://seudominio.com/.well-known/nostr.json com o mesmo conteúdo:
      {
        "names": {
          "usuario": "npub1abc123def..."
        },
        "relays": ["wss://relay.exemplo.com"]
      }
      
    • Isso associa o handle [email protected] à chave pública.
  2. Verificação pelo Cliente:

    • Quando alguém menciona ou segue [email protected], o cliente Nostr (como Damus ou Primal) consulta o endpoint ou DNS.
    • Valida se o domínio é confiável e se o JSON contém a chave pública correspondente.
    • Se confirmado, o handle é resolvido para a pubkey real, permitindo interações normais (follows, DMs, etc.).
  3. Opcional: Relays Sugeridos:

    • O JSON pode listar relays preferidos ("relays": [...]), ajudando clientes a conectar-se aos servidores onde o usuário publica conteúdo.

Vantagens e Limitações

Benefícios:

  • UX Amigável: Nomes como @[email protected] são fáceis de usar, semelhantes a e-mails, reduzindo erros em menções.
  • Portabilidade e Controle: Diferente de plataformas centralizadas, você gerencia seu domínio via registrador DNS, tornando-o resistente a bans em apps.
  • Integração com Web3: Facilita pagamentos e verificações em ecossistemas como Bitcoin/Lightning, e é usado por serviços como nostr.com para handles pagos.
  • Adotação: Suportado por clientes populares; por exemplo, o fundador do Nostr usa [email protected].

Desafios:

  • Dependência de DNS: Registros podem ser alterados por registradores, mas como é proof-of-ownership, ataques são difíceis.
  • Não é Obrigatório: NIP-05 é opcional; a rede Nostr funciona sem ele, priorizando chaves criptográficas.
  • Privacidade: Revela associação entre domínio e pubkey, mas não expõe conteúdo.

NIP-05 evolui a Nostr para além de "geeky", tornando-a acessível para o mainstream. Para implementar, use ferramentas como dnsimple ou cloudflare para DNS, ou integre em seu site. Experimente gerando uma chave em um cliente Nostr e configurando seu domínio – é um passo simples para uma identidade soberana!

O que é SSB?

Secure Scuttlebutt (SSB), criado em 2014 por Dominic Tarr, é um protocolo peer-to-peer (P2P) para redes off-line-first. Cada usuário armazena sua "feed" local (sequência de mensagens assinadas com chaves criptográficas) e sincroniza com pares via Bluetooth, Wi-Fi ou internet.

Características chave:

  • Privacidade total: Sem servidores centrais; dados ficam no dispositivo do usuário.
  • Resiliência off-line: Funciona em redes locais, útil em áreas sem internet estável.
  • Comunidade-focada: Apps como Planetary ou Manyverse permitem feeds sociais, fóruns e compartilhamento de arquivos.

SSB brilha em cenários colaborativos, como comunidades offline ou redes mesh, mas enfrenta desafios como escalabilidade e descoberta de pares.

Comparação e Potencial para Criação de Redes

Ambos contrastam com o modelo corporativo: Nostr é mais "federado" e escalável, semelhante a um e-mail social, enquanto SSB é puramente P2P, priorizando soberania individual. Juntos, inspiram desenvolvedores a buildar redes personalizadas – imagine uma rede social brasileira resistente a bloqueios governamentais.

Adotar esses protocolos fomenta inovação, mas requer educação em criptografia. Ferramentas como relayers públicos e wallets facilitam a entrada. No futuro, híbridos podem unir o melhor de ambos, criando ecossistemas sociais livres e inclusivos.

Em resumo, Nostr e SSB oferecem caminhos para redes sociais onde o usuário controla o destino, não as big techs. Experimente: baixe um cliente e junte-se à revolução descentralizada.

Saude e Sucesso !

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