Absolutamente ninguém de cybersec vai prometer isso daí. Não apenas coloco minha mão no fogo, mas também o corpo inteiro. Duvido! Nem o estagiário diria isso.
Muito pelo contrário, geralmente é o pessoal que não entende de cybersec que acredita nisso e o pessoal de cybersec aponta exatamente o oposto: não existe sistema 100% seguro. Isso é praticamente "frase popular" entre o pessoal de cybersec, de tão repetida que é.
E esse negócio de achar que segurança é "tudo ou não" é erro de definição, segurança não é uma dicotomia. Não existe isso de "ou é 100% seguro ou é uma ilusão".
Segurança sempre foi, até mesmo antes dos computadores existirem, sobre reduzir riscos e ameaças. Não tem nada a ver com perfeição ou um ideal inalcançável, é sobre diminuir o número de pessoas no mundo que conseguiriam quebrar a segurança do sistema. E aí tem várias estratégias para isso:
- Tornar o ataque tecnicamente mais complexo. Assim menos pessoas seriam tecnicamente capazes de fazer isso.
- Tornar o ataque mais caro. Assim menos pessoas teriam dinheiro suficiente para isso.
- Tornar o ataque mais demorado. Assim menos pessoas conseguiriam ser bem sucedidas antes de serem pegas.
- Tornar o ataque rastreável e auditável. Assim menos pessoas conseguiriam evitar serem descobertas e presas.
- Tornar o ataque mais necessário de inteligência prévia. Assim menos pessoas teriam as informações necessárias para conseguirem fazer um ataque bem sucedido.
- etc.
Sempre é sobre reduzir riscos e ameaças, nunca é sobre perfeição.
E é ilusão esse negócio de que as pessoas são a parte mais importante da segurança da informação. Conscientização de segurança é importante, mas sem investir pesado na parte técnica é como ensinar uma pessoa a nadar e depois jogar ela em uma água cheia de tubarões: não vai adiantar de nada.
Primeiro você constrói um ambiente seguro para a pessoa nadar, depois você ensina ela a nadar. Sem construir a segurança técnica primeiro, você está ensinando a pessoa à se proteger em um ambiente onde é impossível se proteger.