Transmitir imagem de drone em tempo real ainda é difícil. Resolvi criar minha própria solução
Quem já trabalhou com transmissão ao vivo sabe que “tempo real” quase nunca é realmente tempo real.
Na prática, a maioria das plataformas entrega atrasos de 10, 20 ou até 30 segundos — o que, dependendo do cenário, simplesmente inviabiliza o uso.
No meu caso, isso virou um problema recorrente quando precisei transmitir vídeo ao vivo em situações onde cada segundo conta: eventos, produções externas e principalmente transmissões com drones.
O cenário que encontrei
Testei várias soluções prontas do mercado. Algumas são estáveis, outras têm boa qualidade de imagem, mas quase todas esbarram em pelo menos um desses pontos:
- Latência alta demais para uso ao vivo de verdade
- Dependência de aplicativos específicos
- Configurações complexas para algo que deveria ser simples
- Custos elevados mesmo para transmissões básicas
Para quem trabalha com drones, por exemplo, um atraso grande elimina qualquer possibilidade de acompanhamento em tempo real.
O que decidi fazer diferente
Em vez de tentar adaptar mais uma plataforma genérica, resolvi construir uma solução focada exclusivamente em latência mínima, partindo de alguns princípios claros:
- Transmissão realmente em tempo real
- Envio via RTMP padrão, compatível com qualquer encoder
- Reprodução direta no navegador, sem app proprietário
- Setup simples, sem etapas desnecessárias
- Funcionamento em redes móveis, fibra, rádio e Starlink
A ideia não era criar “mais um produto”, mas resolver um problema real que eu estava enfrentando.
A solução construída
O sistema funciona com envio do sinal via RTMP e reprodução via WebRTC direto no navegador.
Na prática, isso reduz a latência para poucos milissegundos, mantendo uma experiência fluida para quem transmite e para quem assiste.
Quem está no campo transmite com OBS, drone ou encoder de hardware.
Quem recebe o vídeo acessa apenas um link, sem instalar nada.
Onde isso tem sido usado
Hoje a solução é utilizada principalmente em cenários como:
- Transmissão ao vivo com drones
- Eventos e coberturas externas
- Monitoramento remoto
- Produções que exigem resposta imediata
- Testes técnicos de streaming em baixa latência
O que aprendi nesse processo
Alguns aprendizados interessantes ao longo do desenvolvimento:
- “Tempo real” é muito mais arquitetura do que bitrate
- WebRTC no navegador muda completamente a experiência do usuário
- Reduzir fricção de uso gera mais adoção do que adicionar features
- Streaming ao vivo é, antes de tudo, um problema de latência e previsibilidade
Projeto
Para quem tiver curiosidade, o projeto está disponível aqui:
🔗 https://streambr.com.br
Feedbacks, críticas e sugestões são muito bem-vindos.
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Fonte: https://streambr.com.br/