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Por quê você "normalmente" acerta o futuro?

Vocês já perceberam que quando tentamos prever algo e erramos, muitas vezes dizemos: “Que estranho, normalmente eu acerto”, e todos ignoram e esquecem esse fato. Por outro lado, se por acaso acertamos uma previsão, exclamamos: “Ahá, eu sabia que tinha razão, eu sempre acerto!” 😌, e todos ficam surpresos e apenas se lembram desse fato.

Nossa mente funciona dessa maneira, não guardamos tudo, apenas armazenamos o que nos convém. E isso afeta negativamente nossas decisões futuras e caímos na armadilha da memória seletiva. 😦

Algumas verdades

  • Verdade #1: Ninguém consegue prever o futuro com precisão.
  • Verdade #2: Eventos aleatórios ocorrem com mais frequência do que imaginamos.
  • Verdade #3: Mesmo entre eventos completamente aleatórios, é natural encontrarmos padrões. Nossa mente tenta atribuir significado a essas "coincidências", mas na realidade são eventos aleatórios que podem ser calculados.

A menos que já tenha estudado Estatística e Probabilidade, ou seja um fã de matemática, é provável que seja um verdadeiro ingênuo em termos matemáticos. Você acha que consegue “adivinhar” os resultados de um campeonato esportivo? Acha que consegue adivinhar os resultados das bolsas de ações? Acha que consegue adivinhar a temperatura de amanhã? Pense novamente kkk.🤔

Apenas um chute

Este projeto tem 90% de chance de dar certo.”, “Este time de futebol tem 60% de chance de ganhar o campeonato.”, “Eu tenho 45% e chance de passar nos exames.”
Tudo isso é não mais do que um chute, um número arbitrário sem qualquer senso de razão aos eventos que tenta prever. 🥲

Expectativas Enganosas

Existem duas funcionalidades de coincidências não bem conhecidas pelo público. Primeiro, nós tendemos a ignorar o poderoso reforço das coincidências, tanto acordando e em sonhos, em nossas memórias. Eventos não-coincidentes não registram em nossas memórias com a mesma intensidade. Segundo, nós falhamos em entender a extensão com que eventos altamente improváveis ocorrem diariamente a todo mundo. Não é possível estimar todas as probabilidades de muitos eventos pareados que ocorrem em nossas vidas diárias. Nós normalmente tendemos a dar às coincidências probabilidades menores do que merecem.

Entretanto, é possível calcular a probabilidade de eventos que parecem improváveis com precisão. Esses exemplos dão dicas de como nossas expectativas falham em concordar com a realidade. Olhe, por exemplo: em uma seleção aleatória de 33 pessoas existe 50% de chance que pelo menos 2 pessoas tenham a mesma data de aniversário. Quem já não ficou surpreso de aprender isso pela primeira vez? Viste este link para entender melhor.

Natureza da aleatoriedade

O ponto é coincidências acontecem. Dizer “improvável” não é “impossível”. 0.000001% ainda não é Zero. A diferença é que raramente é possível prever com antecedência um evento em particular, mesmo assim não impossível. Ou seja, acertar 1 previsão em milhares não é impossível. Acertar todas é altamente improvável.
Essa é a natureza das coincidências: elas acontecem, por mais improváveis que sejam, é um fato, e não há nenhum agente sobrenatural lidando com isso, é apenas um evento aleatório matematicamente descritível. Prever que um certo evento vai acontecer “e” acertar também é absolutamente aleatório e não há nenhum poder místico ou intuitivo envolvido. É puramente como jogar dados e, por acaso, acertar um número. Não: você não é um vidente. 🔮

A própria natureza da aleatoriedade garante que combinações de dados aleatórios vai dar em algum padrão. Mas o que esse padrão é, não pode ser especificado com antecedência. Se alguém encontrar um padrão combinando dados aleatórios, ele ou ela pode usar isso com hipótese para investigar mais dados, mas nunca deve chegar a uma conclusão geral disso.

“Acertos” em eventos aleatórios, encontro de “padrões”, também conhecidos como “coincidências”, simplesmente acontecem. Principalmente num universo grande de eventos aleatórios — ou mutuamente exclusivos. 😉

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Isso chama overengineering. Violação do YAGNI.

Exemplo é usar ORM para poder trocar o DB. Sendo que nunca faz, mas complica o desenvolvimento para isso. E se fizer trocar o código é 10% do trabalho, se for fazer corretamente.

Boa parte dos que se ensina por aí sobre arquitetura e técnicas "modernas" (algumas com 3 letras) só acrescenta complexidade sem dar vantagem.

Eu raramente acerto o que eu não tenho controle. Eu costumo acertar bastante o que eu tenho controle. Se eu disser que tal coisa é o melhor caminho, o tempo pode mostrar que eu acertei, ou errei. Se eu disser, e não costumo fazer isso, que tal coisa será popular, quase sempre eu erro, porque eu respondo pelo que é bom, e o gosto popular costuma ser contrário.

E tem os casos que parecem populares. NoSQL era para ser bem menos usado do que é. Mas é para ser um pouco. Cada dia mostra mais que eu acertei desde uns 15 anos atrás. Cada dia ele é mais usado, então errei sobre ser popular? Não porque eu disse que poderia ser. E não porque ele tem uma parcela bem pequena de mercado, não é, e é quase certo que nunca se torne popular, mesmo que as pessoas usem porque acham que é popular de tanto que falam. O uso dele é em parte porque é a ferramenta certa, mas em grande parte porque tanto faz, então se usar não dá problema, mesmo que não seja o melhor. E tem os casos que são show de horrores. Não costumam durar muito. Só peguei um exemplo. Microsserviços é outro entre muitos.

O artigo é muito bom, e para não desperdiçar comentário quero agradecer o OP aqui

Espero ter ajudado.

Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente. Para saber quando, me segue nas suas plataformas preferidas. Quase não as uso, não terá infindas notificações (links aqui).