Não consigo vender meu produto!
Bom dia, amigos.
Com frequência vejo aqui no Tabnews (e em outros lugares) pessoas que têm uma ideia, desenvolvem uma aplicação, investem toda sua energia mental nela… e só depois começam a procurar pra quem vender seu maravilhoso sistema.
Não encontrando compradores, começam a tentar entender onde erraram — afinal, sua aplicação é de fato útil.
Apesar da complexidade da questão, nesse post quero explorar um problema que foi apresentado numa conhecida palestra de Steve Jobs, ao retornar à Apple:
"Uma das coisas que acabei descobrindo é: você precisa começar com a experiência do usuário e trabalhar de trás para frente até a tecnologia. Você NÃO pode começar com a tecnologia e depois tentar descobrir onde vai tentar vendê-la." — Steve Jobs
Nós desenvolvedores costumamos amar nossas aplicações. Criamos ferramentas que economizam cliques, que nos fazem ganhar tempo, que nos agradam.
Mas o que não podemos fazer é acreditar que tudo que faz sentido pra nós fará sentido para outras pessoas.
Mais perigoso ainda: acreditar que fará sentido para MUITAS pessoas — a ponto de investir tempo e dinheiro antes de validar a ideia.
Um exemplo pessoal:
Eu amo xadrez.
Então, na minha época de estudos, criei um jogo de xadrez em JS para treinar herança e classes. E ficou muito bom (na minha humilde opinião).
Mas… se eu quisesse transformar isso num negócio?
As pessoas que jogam xadrez hoje querem mais uma plataforma online? Sendo que já existem pelo menos três muito conhecidas, estáveis e (ao menos duas) gratuitas?
Eu teria clientes o suficiente pra manter servidores em tempo real?
Minha plataforma teria algum diferencial para alguém pagar sequer 1 real por uma conta Premium?
Nem preciso pensar muito para saber que não.
(E colocar a cara do Pikachu na cabeça dos peões — apesar de ter feito uma garotinha de 5 anos rir — não seria o que o público espera.)
Outro exemplo:
Desenvolvi uma To-Do List personalizada que me servia muito bem.
Quando comecei a colocar recursos pensando na minha gerente (como delegar tarefas), ela viu e pediu para eu parar.
Disse que aquilo não era prioridade no momento. Que estava feliz com sua agenda manual.
Mas ela também disse: “Admiro o que você é capaz de fazer. Mas sabe o que seria ótimo? Um sistema de agendamento de pacientes que todos pudessem usar.”
Todos os profissionais desejavam isso.
Desenvolvi o que ela pediu, e aquele sistema se tornou o mais importante da unidade em que trabalhei.
Era o que as pessoas queriam.
Moral da história: se você quer vender seus produtos ou sistemas, vá além da programação.
Estude negócios, modelos de negócio, validação de ideias.
Defina um público-alvo e descubra o que ele realmente deseja, e não apenas o que você acha útil.
Do contrário, você pode gastar tempo, dinheiro e energia… com pouco ou nenhum retorno.
E você? Já viveu algo parecido?
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