Excelente post! Resumo perfeito da trajetória de contradições do Brave. O marketing de privacidade deles simplesmente não se sustenta.
O ponto levantado revela uma questão ainda maior: qualquer navegador baseado em Chromium não é uma alternativa real em relação à privacidade. O problema não é só o Brave, mas o próprio ecossistema. Entregar a web de bandeja para o Google, é uma perda estratégica enorme para a internet livre.
O Firefox, ele sim, é uma escolha melhor do que qualquer derivado do Chromium. Contudo, a Mozilla, infelizmente, já não é a mesma. A sensação é parecida com a do kernel Linux: a comunidade existe, mas se tornou completamente subserviente aos interesses e ao dinheiro das grandes corporações, que ditam as regras.
As únicas alternativas verdadeiramente livres e movidas por uma comunidade ideológica são aqueles "quebradas" para a web moderna. As verdadeiras alternativas
seriam projetos como:
- Dillo e NetSurf, que têm seus próprios motores de renderização, mas sofrem terrivelmente com JavaScript e CSS moderno.
- Ladybird (o navegador do SerenityOS), que é talvez a maior esperança a longo prazo. Ele está construindo TUDO do zero (HTML, CSS, JS) e um dia pode se tornar uma alternativa viável e de fato independente.
É uma pena que, no momento, a usabilidade deles seja tão baixa para o dia a dia.
Uma menção especial vai para o qutebrowser. Apesar de ser um "wrapper", em torno do QtWebEngine (que no fim das contas é o Chromium).
No fim, a análise do post é certeira, mas vai muito além do Brave, o cenário atual deixa o usuário preso entre um monopólio disfarçado de "código aberto" (Chromium), uma alternativa comprometida (Firefox) e os ideais que, por enquanto, ainda não são práticos. No momento não tem nenhuma alternativa..