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Fala, MarcosZero.

Li seu post e a primeira coisa que pensei esse cara deveria ler este post que fiz por aqui... Resumo da opera, sem papinho de coach de LinkedIn:

É ERRADO?

Errado moralmente? CLARO QUE NÃO. Você foi contratado pra entregar um resultado. Se você achou um jeito de entregar o mesmo resultado (ou até melhor) em 10% do tempo, você não é um mal funcionário, você é um funcionário foda. Você otimizou um processo. Ponto. A empresa está recebendo o que ela te paga pra fazer.

O PROBLEMA REAL: A VISÃO DA EMPRESA

Agora senta que lá vem a real. A empresa não te paga só pelo resultado. Ela te paga por 8 horas do seu tempo. Na cabeça do RH e do seu chefe, se você termina tudo em 1 hora, você tem 7 horas "livres" que pertencem a ELES.

Você tem dois caminhos, o do otário e o do esperto.

CAMINHO 1: O "FUNCIONÁRIO DO MÊS" (OTÁRIO)

Você chega no seu chefe, peito estufado, e fala: "Chefe, lembra aquelas 20 planilhas que eu demorava o dia todo pra fazer? Criei um script aqui e agora faço tudo em 45 minutos. Sou foda, né?".

O que acontece?

  1. Nos primeiros 5 minutos: "Uau, Marcos! Parabéns! Que iniciativa! Inovador! Disruptivo!" Tapinha nas costas, talvez até um elogio na reunião mensal.
  2. A partir do minuto 6: "Marcos, já que você tá com tempo livre agora, tem essas outras 38 tarefas aqui que ninguém quer fazer. E pode ajudar a Fulaninha ali que tá sobrecarregada. E que tal já pensar em automatizar o trabalho DELA também?"

Resultado: Seu prêmio por ser eficiente é... mais trabalho. Exatamente o mesmo salário, o triplo de responsabilidade. Você virou o "menino da TI" do setor, sem ganhar pra isso. Parabéns, você jogou no modo hard sem ganhar XP extra.

CAMINHO 2: O "NINJA DO TEMPO LIVRE" (ESPERTO)

Você fica na sua. Bico calado. Roda os scripts, o trabalho fica pronto. Você abre o IntelliJ, bota o fone de ouvido e mergulha no Java. Se alguém passa, você dá um Alt+Tab pra uma planilha que já tá pronta e fica encarando ela com uma cara de concentrado, mexendo o mouse de vez em quando.

O que acontece?

  1. Cenário Feliz: Você passa meses assim, vira um monstro em Java, arruma um trampo de dev ganhando 3x mais, pede as contas e deixa a automação de presente (ou não, foda-se).
  2. Cenário TRÁGICO: Alguém descobre. Seu chefe vê você estudando o dia todo. A TI percebe um script rodando do seu login. E aí, meu amigo, o nome disso é DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA. A alegação? "Desleixo" ou "uso indevido dos recursos da empresa para fins particulares". Eles vão argumentar que te pagavam pra trabalhar 8h e você estava "matando serviço" por 7h. Provar o contrário é um inferno.

ENTÃO, QUAL A SOLUÇÃO?

Nenhum dos dois. Você vai usar a "Estratégia da Sementeira". É o puro suco da malícia corporativa.

Funciona assim:

  1. Não conte que você JÁ FEZ. Isso é crucial. O segredo morreu com você e o GPT.
  2. Plante a semente. Chegue no seu chefe um dia e solte a isca, com cara de quem tá pensando alto:
    • "Chefe, essa tarefa aqui de preencher a planilha X é muito repetitiva, né? Tava pensando... acho que com um pouco de estudo, talvez desse pra criar um 'programinha' pra fazer isso mais rápido. O que você acha da ideia?"
  3. Crie a narrativa. Agora você não é mais o cara que tá escondendo o jogo. Você é o "funcionário proativo que está buscando uma solução inovadora". Seu chefe vai falar "ótima ideia, veja aí o que consegue fazer".
  4. Jogue o jogo. De vez em quando, solte umas atualizações:
    • "E aí, chefe, tô pesquisando sobre aquela automação. É mais complexo do que eu pensava, mas tô avançando." (Enquanto isso, você tá lá, na 5ª aula do seu curso de Spring Boot).
    • "Consegui fazer uma parte do processo funcionar! Já tá me economizando umas duas horas por dia!" (Dê a eles uma vitória parcial. Isso te dá mais tempo livre oficialmente).
  5. A cartada final. Quando você estiver pronto pra sair, ou se sentir que a casa vai cair, você "finaliza" o projeto. Apresenta o script completo como se tivesse acabado de ficar pronto. Você vira herói, sai por cima, deixa um legado e ninguém pode te acusar de porra nenhuma.

Não seja honesto demais, nem malandro demais. Seja estratégico. Use a inteligência que você teve pra automatizar o trabalho pra gerenciar a percepção das pessoas.

Agora volta pro seu curso de Java.

Um abraço e bons estudos!

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Gostei da estratégia da sementeira :)
Quando der, vou usar haha

Mas eu acho que não dá justa causa se pegarem o OP não. No máximo ele pode ter uma advertência (dependendo da empresa) por estar estudando no horário do serviço. Empresa faz muito terrorismo com justa causa, mas na justiça é um tema bem delimitado e, quase sempre, a justiça reverte as justas causas (tirando se você rouba, chega bêbado {essa ainda pode ser revertidade, dificil mas possível}, assédia moralmente/sexualmente alguém, briga {de soco} com alguém, entre outras coisas assim) porque essas demiossões, vbia de regra, são feitas por pessoas que não sabem sobre legislação trabalhista (aka RH).

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Curti demais essa estratégia kk.
E vlw demais pela explicação. A empresa é praticamente familiar então tem muito processo que é praticamente redundante, muito informação picada aqui e acolá, muitas identicas com uma coluna ou outra diferente. Consigo resolver um monte de problema com uma semana de trabalho, mas vou usar seus ensinamentos para ir soltando pequenas atualizações. Assim garanto que só sairei daqui pra um trampo mais bem remunerado.