Desapego, amadurecimento e o tempo que levei para acordar
Por anos, fui aquele programador que vivia no automático: dia escrevia código, noite jogava. O ciclo era simples — e confortável. Comprava um PC gamer novo achando que, com mais FPS ou RGB, de repente me tornaria mais produtivo. Spoiler: não me tornei.
O legado pessoal que me cegava
Assim como no meu texto anterior, em que vivo estagnado em manutenção de sistemas antigos, também ficava estagnado em outros desafios, mas não técnico: era psicológico. Manutenção de bugs internos, procrastinação, upgrades… tudo isso virou rotina, e a falsa sensação de evolução virou um peso enorme (veja aqui).
A cada final de semana arruinado por jogo atrás de jogo, eu dizia “amanhã eu começo de verdade” — mas nunca começava. Era mais fácil olhar para a próxima partida do que encarar minhas próprias escolhas.
Quando o hobby vira muleta
Não vou demonizar os games — só percebi que, valendo-me deles, eu evitava aprender, criar e crescer. Eu não era mais apenas um dev — eu era um refém de distrações. E, honestamente, esse era o maior legado tóxico que eu estava construindo para mim mesmo.
O despertar do amadurecimento
Aos poucos, vi que precisava desapegar. Não só dos jogos, mas da desculpa de que estava tudo bem. Amadurecer doeu: tive que aceitar que desperdicei tempo que não volta. Foi preciso coragem pra determinado um “basta” e iniciar mudanças, passo a passo.
Não estou 100% livre do passado — ainda tenho meus momentos de fraqueza. Mas agora estudo tecnologias novas, trabalho melhor intenções mais claras. Busco consistência, direção, propósito.
O que aprendi — e espero te ajudar
| Insight | Reflexão |
|---|---|
| Desapego é liberdade | Libertei-me de vícios e hábitos que não me serviam mais. |
| Tempo é o que temos de mais precioso | Cada madrugada em frente a um jogo roubou algo que eu não recupero. |
| Evolução é escolha diária | Não é sobre mudar tudo de uma vez, e sim sobre não apagar o “hoje” com procrastinação. |
| Admitir o erro é poderoso | Somente reconhecendo o quanto perdi consegui começar realmente a mudar. |
E agora?
Faço o que amo (programar) com consciência e intenção. E descobri prazer em desafios reais: criar em vez de apenas manter; aprender por mim mesmo, não por obrigação.
Talvez você também sinta que está no mesmo ciclo. Se sim: saiba que você não está sozinho. Reconhecer e resistir à estagnação já é um ato de coragem – e mudança acontece a partir daí.