mano, é só dormir minimamente bem que a tua cabeça para no lugar. cada noite de sono mal dormida te custa um ou mais dias da sua vida, tanto pelo mal inflingido ao corpo e mente quanto pelo fato de ser impossível fazer bem o que quer que seja sob privação de sono. quando eu me privo de sono, o que acontece? é batata, eu sei que o dia seguinte vai ser um inferno. não vou conseguir me concentrar naquilo que importa, não vou atender aos meus compromissos com 100% de dedicação e foco, isso se eu comparecer, e eu vou ser tomado por um sentimento de crise existencial. isso com uma única noite mal dormida. some a isso os fatores culpa e frustração por saber que eu sou o único responsável e você tem um dia de merda. num estado mental fragilizado desses sua mente tende a recorrer ao caminho de menor esforço (que surpresa!) e você é levado a reviver velhos hábitos ou chafurdar na sua zona de conforto, o que te leva a um ciclo vicioso. uma única decisão ruim e que parece inofensiva pode te custar muito se você não tiver esse nível de self awareness pra reconhecer o mal e reajustar a rota a tempo. todo esse seu papo me lembra dos monólogos que eu costumava ter depois de noites mal dormidas ou durante as semanas em que eu nutria uma higiene de sono pobre. sabe o que acontecia com essa confusão toda depois de botar o sono em dia? sumia, simples assim. todo o nevoeiro mental e a confusão, e a ansiedade, e as incertezas, e a melancolia, e a anedonia que decorrem da privação do sono e que são amplificadas por ela simplesmente somem. não importa o quanto você queira chegar em um lugar, raramente adotar um ritmo de 100 metros rasos é uma boa ideia ou se mostra sustentável a longo prazo. priorize e foque, é tudo que eu posso dizer. esse fear of missing out é crônico na nossa área e corre o risco de se esparramar pela nossa vida pessoal, e quanto mais cedo você entender isso (de verdade), melhor você vai saber navegar. no pior dos casos, como você curte ler e eu também, você pode perder uma boa leitura que poderia sim expandir seus horizontes, mas esse raramente é o caso. na melhor das hipóteses, você não perdeu nada e eu acredito profundamente que isso é muito mais provável que não isso. são poucas as obras que são realmente basilares e que valem apena pra cada nicho da experiência humana, o resto é reciclagem ou literatura barata pra lucrar em cima de quem não tem o mínimo de discernimento e vive em busca de uma pílula mágica ou um caminho fácil. existem muitos milagres modernos pra quem não se satisfaz com a tradição religiosa e a indústria editorial não passa longe. ela é exatamente o que o nome diz ser, uma indústria. ela vive pelo lucro. enquanto tiver gente comprando o lixo que pega carona na força motriz de verdadeiros criadores, esses sim dignos de atenção, mas dificilmente acolhidos pelas massas justamente pelo fator esforço, o suprimento nunca vai acabar, apenas se multiplicar.
Em resposta a Como ler 300 livros arruinou a minha vida (Parte 1)
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