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Criar apps sem saber programar é picaretagem?

Fala pessoal, blz?

Quero a opinião de vocês sobre um debate que há meses perturba meu cérebro haha.

Vamos lá.

Sou dev back-end, mas já faz alguns bons anos que não trabalho mais pra outras empresas.

Tenho meu próprio negócio, bem sólido e digital, negócio esse que vem crescendo já há alguns anos, que por sua vez depende de tecnologia — e é aí que meus conhecimentos entram: resolvo minhas demandas internas, contrato quando necessário, lidero os projetos e por aí vai.

Meu negócio sempre precisou de apps internos, dashboards, automações... e o meu eterno gargalo sempre foi o front-end.

Sempre fiz questão de desenvolver o back quando dava, porque eu amo isso, me divirto e gosto de colocar a mão na massa... PORÉM, o front eu delegava 100%.

E só pra contextualizar: eu não tenho uma software house, nem uma startup. É um negócio digital com uma “ala tech”, mas o core mesmo é outro.

Enfim, com o avanço da IA, posso dizer que essa dor praticamente sumiu.
Pelo amor de Deus, eu não estou desmerecendo devs front-ends. Eu estou falando que para O MEU NEGÓCIO / CASO DE USO, realmente eu consigo ter em poucos minutos o que eu precisava aguardar semanas para estar pronto (até porque tenho diversas documentações, APIs prontas, padrões arquiteturais, etc).

Hoje, eu desenvolvo as APIs (REST, tRPC, etc.), e com a ajuda da IA, consigo criar apps internos, painéis, ferramentas — tudo do meu jeito.

Alguns desses apps são BEM COMPLEXOS: envolvem filas, mensageria, milhares de usuários, etc. E mesmo neles, uso IA como braço direito.
Mas tem um ponto importante: eu sei o que ela tá fazendo.
Eu escrevi as specs. Eu sei o que é thread-safe, sei onde a IA alopraria sozinha. Eu sou dev raiz, macaco velho.

E aí... onde eu quero chegar?

É o seguinte: pra quem SABE programar, a IA é uma aliada absurda.
Ela tá sendo pra mim.

Mas tá rolando uma onda meio preocupante...

Gurus ensinando a “criar apps com IA sem saber programar”.

E eu nem me incomodava tanto porque isso SEMPRE TEVE e SEMPRE VAI TER...

A maioria desses cursos usavam Bubble, FlutterFlow e afins, eu até entendia — ferramentas limitadas, ambiente controlado, foco em MVPs simples que até FAZEM SENTIDO para algumas situações e eu não vejo PROBLEMA ALGUM!

MAS AGORA TEM UM DIFERENCIAL QUE MUDA COMPLETAMENTE O JOGO!

Tem gente ensinando a usar Cursor + LLMs pra fazer apps completos, sem nenhuma base de código, nem noção de stack, sem saber o que é um hook ou como funciona um banco de dados.

E o pior: com liberdade total pra fazer qualquer coisa. Inclusive, pra fazer merda.

Eu vejo esses anúncios e penso: meu Deus, isso vai dar ruim.

Tão criando uma geração de “pseudo-devs” que acham que sabem construir software só porque a IA cuspiu uma tela bonita.

  • Mas quando der pau? Quem vai debugar?
  • Quem vai garantir segurança, escalabilidade, performance?

Ou será que essa galera vai começar a vender prompts milagrosos tipo: “prompt definitivo pra resolver erro 500 em produção”? 😂

E do ponto de vista ético.
Será que seria ético vender algo para um cliente sendo que nem você sabe como isso funciona?

E aí que vem a dúvida real, que queria compartilhar com vocês:

Será que eu tô certo?
Ou será que tô só virando o tio da máquina de escrever, puto com o surgimento do computador

Será que existe sim um caminho honesto de ensinar pessoas a criarem apps com IA, mesmo sem background técnico?

Talvez algo voltado pra donos de negócios, creators, etc., que querem validar uma ideia, montar um MVP, automatizar um processo simples...

Sem prometer que vão virar dev sênior em 3 dias.

Existe esse caminho do meio?
Ou isso tudo é só uma nova embalagem pra velha picaretagem?

Quero saber o que vocês acham.
Comenta aí 👇

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Para responder diretamente à sua pergunta Não, criar apps sem saber programar não é necessariamente picaretagem.

Permita-me dissecar essa questão em duas perspectivas distintas, pois é aí que reside a confusão e, por vezes, a má fé.

  1. A Democratização e o "Codar por Vibe":

Existe um lado genuinamente positivo na IA para a criação de software por não-programadores. Pense em um pequeno empresário que precisa de um dashboard simples para visualizar suas vendas, ou um criador de conteúdo que quer automatizar um fluxo de trabalho interno. Para esses casos, onde o objetivo é resolver um problema pontual, testar uma ideia, ou até criar algo porque não tem orçamento para contratar um dev, a IA é uma aliada fantástica.

É como a minha relação com a marcenaria. Gosto de "tentar" fazer caixas de som. Elas são, para ser generoso, rudimentares e acusticamente questionáveis. Eu sou um marceneiro? Evidentemente que não. Mas me divirto, crio algo palpável e elas até funcionam bem. Não há picaretagem alguma nisso. O problema começaria se eu tentasse vender essas caixas como equipamento de alta qualidade.

Portanto, esse vibe coding, como alguns chamam, para fins pessoais ou validações rápidas e de baixo risco, é perfeitamente aceitável e até desejável: é o DIY raiz, só que digital.

  1. O Desenvolvimento de Software Profissional

Aqui a conversa muda de tom. O desenvolvimento de software profissional, aquele que envolve dinheiro de cliente, dados sensíveis, reputação de empresas, escalabilidade para milhares ou milhões de usuários, segurança e manutenção a longo prazo – isso requer disciplina.

A IA, para o profissional experiente (como você), é uma ferramenta de produtividade excepcional e inevitável. Ela acelera a escrita de boilerplate, sugere refatorações, ajuda a prototipar e a se localizar. É a evolução natural do autocomplete, do LSP que muita gente já nem sabe programar sem. Da mesma forma que linguagens de alto nível nos abstraíram do Assembly para a quase todas maioria das tarefas. Nós já delegamos quase toda a escrita do código para compiladores há muito tempo; a IA é só o próximo passo lógico para quem sabe o que está pedindo e o que está recebendo.

O problema catastrófico, e o que me deixa genuinamente preocupado e um tanto farto desta discussão superficial é a galera que está sendo levada a crer que pode construir sistemas complexos e robustos delegando não apenas a escrita do código, mas a tomada de decisão e todo o processo de engenharia para uma LLM.

O X da Questão

Estou perfeitamente confortável com a IA escrevendo 100% do código, desde que um engenheiro humano competente tenha definido a arquitetura, as interfaces, os requisitos funcionais e não-funcionais (segurança, performance, escalabilidade), as estratégias de validação, os casos de verificação e é capaz de debugar e manter o que foi gerado. Sem nenhum problema, zero.

O que é inaceitável, e aí sim beira a irresponsabilidade e a picaretagem quando vendido como solução profissional, é o contrário: o humano tendo uma vaga ideia do que quer e a IA tomando todas as decisões críticas durante todo o ciclo de desenvolvimento. Alguns dos exemplos da página do Cursor, vendendo essa delegação de responsabilidade, é um sintoma dessa febre perigosa.

Concluindo:

Existe sim um caminho honesto para ensinar não-técnicos a usar IA para criar soluções simples e limitadas, com plena consciência das suas fronteiras, "brincar de ser dev". Mas a narrativa de "seja um dev profissional usando apenas IA", essa sim é a velha picaretagem de sempre com uma roupagem nova.

Estou cansado dessa conversinha de a IA vai acabar com os devs, que sempre ignora o elefante na sala: software é uma disciplina de engenharia, e não existe ferramenta mágica que substitua a responsabilidade. A IA é uma ferramenta, mas sempre vai ser uma pessoa que assina, um engenheiro de software que coloca o dele na reta, por um código que ele não compreende e confia completamente ou é lunático ou bandido. Não existe outra opção.

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Meus 2 cents:

O que é inaceitável, e aí sim beira a irresponsabilidade e a picaretagem quando vendido como solução profissional, é o contrário: o humano tendo uma vaga ideia do que quer e a IA tomando todas as decisões críticas durante todo o ciclo de desenvolvimento. Alguns dos exemplos da página do Cursor, vendendo essa delegação de responsabilidade, é um sintoma dessa febre perigosa.

Isso deveria estar escrito em bronze e ser colocado na sala de cada DEV, uma espada de damocles para lembra-lo o que se espera dele.

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meu Deus, isso vai dar ruim.

Daqui 2 anos vamos ver empresas falindo por conta do mau uso de IA. Pode escrever!

Será que existe sim um caminho honesto de ensinar pessoas a criarem apps com IA, mesmo sem background técnico?

Não. Como você vai saber se o que a IA criou funciona se você não sabe como fazer isso?

A IA é como aquele júnior / estagiário que acabou de entrar na empresa.

Se der liberdade à ele e não monitorar pode ter certeza que ele vai estragar alguma coisa.

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Vou fazer um texto que vai desagradar, o que inclusive servirá para exemplificar o que estou falando.

Picaretagem é um termo popular que é tratado pela filosofia como algo moral e ético.

A Filosofia evita um pouco respostas únicas, especialmente quando envolve moral e ética. Esse tipo de pensamento depende de macroculturas, microculturas (pode ser até individual), época e momento (algumas pessoas pregam o oposto em questão de minutos por sua própria conveniência, que é outro problema que podemos analisar na personalidade da pessoa).

O Brasil não é o pior país nisso, mas é um dos que mais tratam a picaretagem como algo normal e até mesmo desejável, desde que não prejudique diretamente a pessoa que está fazendo essa análise moral e ética. TOdos acham a corrupção errada mesmo que virtualmente todos são corruptos de alguma forma, inclusive eu pra deixar claro.

È claro que algumas pessoas trem limites mais estritos do que outros e a educação muitas vezes está ligado a isto. Mas educação forte mesmo, algo raro no país, e que muitas vezes só se consegue por conta própria.

Então picaretagem achamos em cada esquina, até literalmente, e aceitamos bem, em alguns casos é considerado obrigatório, como sonegação, pirataria, etc. Em países melhor educados e com melhores contextos sociais vai ter a cada duas esquinas ou mais, mas também tem.

Eu não sei o que é pior (não sei mesmo, não estou sendo irônico), a pessoa achar que isso não é picaretagem ou saber que é e ainda achar que é normal fazer isso. Mas eu sei que em qualquer caso é bem aceito quase universalmente em boa parte do mundo, especialmente no nosso país.

Picaretagem pode ser crime, imoral, antiético em vários níveis e escalas, e a régua de cada um vai determinar se é um problema ou não de acordo com o tamanho de cada ação. Note que mesmo alguns crimes são muito bem aceitos por grande parte, talvez maioria da população.

è óbvio que uma picaretagem que não cause prejuízos reais para alguém até eu mesmo tendo a aceitar mais. Embora eu sei que algumas coisas podem demorar para dar o prejuízo.

Qualquer pessoa que faça algo fora do que se espera como normalidade está fazendo uma picaretagem, desde o cara que faz "espetinho de gato" e todo mundo está adorando, ou está fazendo no meio da rua sem autorização, sem a higiene necessária, sonegando impostos, trazendo problemas para pessoas até mesmo no entorno, entre outros. Mas quantas pessoas acham que isso é picaretagem?

Até o fiscal faz picaretagem quando aceita propina do "churrasqueiro empreendedor em ambiente público" para não fazer nada, ou mesmo que não aceite a propina mas aceita o mal-feito porque tem preguiça ou porque acha que o cara está só trabalhando e não merece que tenha a lei aplicada como foi criada, até porque ele não está vendo ninguém ser prejudicado, mesmo que um dia aconteça, e talvez vire notícia. E dia a pós dia programas policiais estão cheio de histórias assim que dão certo em mais 99% das vezes mas até mata algumas pessoas em alguns casos.

Fazer algo que não sabe fazer é clara picaretagem.

Ah, mas a IA fz por mim, assim como uma máquina faz coisas em indústrias, então estou fazendo algo certo

AH é? Você sabe fazer e usou a IA só para te dar mais produtividade? Então estamos falando de outra coisa. QUando você entrega algo bom por coincidência ou algo mais menos porque foi o que deu, ou algo ruim e "foda-se", tudo é picaretagem, com resultados diferentes.

Você gostaria que um charlatão agisse como médico com você e que poderia te matar? Ele está fazendo picaretagem, e a maioria das pessoas não vão morrer ou passar mal, alguns talvez recebe atendimento melhor que um médico habilitado pelo CRM. O que pode ser que ambos sejam picaretas.

Grande parte das pessoas que farão essa picaretagem acharão que estão fazendo o bem, e até pode acontecer na maioria dos casos e por isso não acha que deva não fazer. A reação exata dependerá de cada pessoa.

Não estou ignorando o fato que a pessoa precisa sobreviver, que a vida não é fácil, que ela é injusta, que num mundo de picaretas, não ser um pode ser uma desvantagem, e entremos em outros pontos de filosofia e principalmente sociologia. E por isso eu não vou falar para as pessoas não fazerem essa picaretagem, mas vou incentivar var a pessoa não precisar mais disso, que seja pelo menos algo temporário

Eu sei por experiência que algumas pessoas sequer vão entender este texto, aí já entramos em problemas educacionais.

De qualquer forma estou aberto a ouvi opiniões diferentes. Infelizmente na internet é raro conseguir algo útil, a chance de alguém mudar meu pensamento provavelmente será um profissional que estudou bastante o assunto, com afinco e que obviamente terá mais argumentos que eu. Eu certamente não olhei para todos os aspectos e um deles eu até propositalmente não quis desenvolver.

E estou usando IA porque é o assunto do momento e vai piorar algumas coisas como nunca se viu antes, mas isso sempre existiu, como o autor reconhece. A crítica maior é aos cursos que têm por aí, até mesmo de universidades renomadas que estão dando diploma para alguns analfabetos funcionais. E fora de instituições costuma ser pior porque algumas perceberam que dá para fazer a picaretagem de criar um curso que faça a pessoa se sentir bem em vez de aprender de forma sólida e profunda, de que lhe dê autonomia para evoluir dali sem ajuda. Não estou excluindo que muitas faculdades são picaretas também, até públicas. Nem vou falar de uso de frameworks também é isso (não estou falando que too uso deles é picaretagem, tenho respeito por quem toma qualquer decisão por engenharia e não por picaretagem, inclusive o uso pesado de IA, mas ainda não vi nenhuma que permite fazer uso tão pesado sem ser picaretagem).

Acho a IA fantástica para fazer várias coisas mecânicas, até sites institucionais, mas quando começa ter outras implicações, ela é um risco (liability é um termo melhor para o que quero dizer, mas quem não o entende não adianta usá-lo).

Em resumo, quase ninguém liga para ética, tomo mundo fará o que der resultado para si, o jeito e o limite é que muda. Existe muito mercado para a picaretagem, seja o que for, até para composto lácteo, pão integral 30% e afins.

S2


Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente (não vendo nada, é retribuição na minha aposentadoria) (links aqui no perfil também).

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Meus 2 cents:

Acho que o grande problema eh as discussoes sobre codificacao assistida por IA (a.k.a Vibe Coding) acabam colocando tudo no mesmo saco, e na verdade existem diversas vertentes.

  1. A vertente da IA que ajuda: nao importa se voce eh DEV cabaço ou DEV macaco velho, usa a IA como aquele assistente para agilizar o processo produtivo - pede coisas para IA, delega, acompanha, tira duvidas (se um DEV senior dizer que nunca tem duvidas eh um mentiroso - sao outros tipos de duvidas, mas sao), automatiza PR, testes, e tudo mais que couber dentro de um Agente IA, sem o menor constrangimento. Eh tio que usava as Remington manuais e migrou para a IBM de esfera sem ficar reclamando que no tempo das manuais era mais "raiz". O DEV novato aqui faz uso da IA como faziamos dos livros, bibliotecas e foruns - um repositorio de conhecimento a um botao de distancia, incansavel e solicito.

  2. Vertente da IA eh Deus: apesar de ter escutado que a IA eh apenas um autocompletar com esteroids e que alucinacoes existem - ve a IA como onisciente e que consegue fazer qualquer coisa, adivinhando automagicamente o que ele quer, sem precisar de acompanhamento e revisao. Deu total acesso ao repositorio aos agentes IA, nao faz backup, e confia que vai dar tudo certo. O prompt preferido eh "escreva um app de CRM para mim" ou algo que o valha.

  3. Vertente da IA eh o Diabo: se benze cada vez que escuta a palavra "IA". Acredita que calculadoras foram a causa da derrocada da inteligencia humana, dez dedos e uma regua de calculo sao o bastante para qualquer um. Certa vez viu um engenheiro usando um Autocad e chamou de blasfemia - afinal engenheiros que sao engenheiros de verdade usam mesa inclinada com regua acoplada. Coda em C++ usando o bloco de notas.

  4. Vertente da IA must flow: Codigo ? Ate tem dezenas de macros VBA no curriculo - acredita que uma empresa so precisa de uma planilha Excel, uma banco em Access e tudo bem. Agora faz automacoes em N8N usando agentes IA e diz para todo mundo que fatura milhoes, mas escondeu o carro na vizinha para nao ser retomado pelo banco.

Enfim, acho que deu para entender.

No final das contas, IA eh so mais uma ferramenta - se usada com bom senso te leva longe para caralho. Mas um DEV meia-boca nao vai deixar de ser ruim com IA - nao eh sobre codigo, eh sobre postura. Nem se torna ruim por conta da IA - a meia-boquisse dele ja estava entranhada na personalidade, na forma de se comportar. Se ele vai mudar ou nao - nao eh culpa da IA.

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Estou em engenharia de software, minha área é mais focada em hacking/cibersegurança, sei um pouco de python, html, css e js, e um amigo da minha turma tá fazendo um site na ereemby e ele sabe que eu ODEIO front end, não consigo centralizar uma div :') tô fazendo o site, adicionando algumas coisas etc a pedido dele, e não tenho vergonha de falar que tô usando MUITO gpt, porque é realmente não sei front, e não gosto, porém se eu tô entregando o produto, e consigo resolver quando dá ruim, pra mim tá válido. Além de que é só a parte do front, banner, estilização, etc não envolve nada muito complexo, apenas quando tem atualização na plataforma e o site 'quebra', eu consigo resolver e entender o codigo(pelo menos a maioria dele) por mais que eu não conseguiria escrever do zero.

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Picaretagem é vender sonho. Quem vive de sonho é padaria. Se o negócio funciona, dentro da lei, cumpre o que promete, tá ótimo.

Eu já vi gente vendendo planilha no Excel, Sheets. Foi basicamente um copia e cola de exercícios de técnico de informática.

Eu já vi gente vendendo landing page que foi gerada pela v0.

Eu já vi gente vendendo landing page que foi gerada pelo Lovable.

Eu já vi gente vendendo uma página de Sign Up escrita em HTML, CSS e JS.


Mas eu já vi gente vendendo sistema de IA para mercados autônomos, que na verdade as "IAs" eram Indianos. Empresa grande inclusive. Bem grande.

Eu já vi gente vendendo sistema de leitura de QR Code que usava "IA" para decifrar o QR Code, coisa que qualquer celular de 800~1000 reais consegue fazer. Porém o "sistema de IA" custava 20000.

Eu já vi gente vendendo sistema de geolocalização que era feito por "IA". Porém eram apenas vídeos demonstrativos de uma tecnologia que não existia, mas vendia um sonho.


O picareta vende sonho. O cara que tá ali tentando criar algo pra poder viver disso, cumprindo a oferta que ele prometeu, tá bom.

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Cara, não existe certo e errado sobre gerar código ou não para fazer o produto SE vc sabe o q vc está fazendo.

O problema, pelo menos para mim, é a pessoa criar código sem saber o q está acontecendo ali. Se ela não é capaz de entender, futuramente ela poderá causar um grande problemão pra ela msm. Como vc diz q sabe o q acontece, pra mim é normal, pois futuramente vc sabe como alterar e sabe como corrigir (... espero q sim).

Eu odeio o vibe coding, pq infelizmente isso influencia normalmente pessoas q não conhece o mínimo de programação ou até iniciantes a usar e gerar o produto e ser um lixo de dar manutenção. No final ele terá q jogar aquele produto fora ou ter q contratar alguém para arrumar aquele código ruim. Se até nós, devs já temos problemas de corrigir nossos próprios, imagina corrigir códigos feitos sem padronização ou coerência de um sistema/app inteiro.

Eu por exemplo, gero códigos bem específicos ou aqueles códigos com padrões repetitivos, mas nunca gero o todo, pois eu quero ter o domínio de deixar meu código legível para mim, pois qndo eu for corrigir ou alterar algo, eu sei onde e como mexer. E sempre uso testes de unidade nos meus códigos. Isso, pelo menos pra mim é meio q obrigatório, pois além de ter certeza o q ele precisa fazer, vc terá uma proteção futura para manutenção.

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Eu acho válido se for algo comum. Como CRUDS. Ou um cardápio online para algum restaurante, etc. Acho que todas as ferramentas e pessoas tem seu espaços.

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A minha resposta vai ser um resumo de pontos que outras respostas dadas tocaram. Sendo bem direto:não necessariamente, o problema, a picaretagem não se encontra em usar, desenvolver aplicações completas delegando cada etapa desse processo à inteligência artificial, mas sim na crença, na alegação de que é um desenvolvedor profissional sendo que isso é tudo que sabe fazer.

É a mesma coisa de eu criar um álbum completo onde todas as músicas, letras, batidas e vozes foram geradas por inteligência artificial e dizer que sou musicista, eu não sou, não se tudo que sei fazer é pegar resultado de prompts e publicar.

Resumindo ainda mais: É possível desenvolver aplicações com a IA com honestidade, basta não alegar ser o que não se é, ter discernimento e juízo para separar bem ser um profissional em algo de apenas publicar.