Você tá usando IA no código... ou só jogando conversa fora com um assistente preguiçoso?
Muita gente acha que usar IA pra programar é só deixar o assistente aberto no canto e pedir:
“Cria aí uma função que faz X”
“Melhora esse código aqui”
“Conserta esse erro”
E aí vem a frustração.
“Ah, não ajudou tanto assim”
“Fez merda”
“Prefiro fazer eu mesmo”
💡 A real é que o problema nem sempre é a IA... às vezes é o ser humaninho entre a cadeira e o monitor.
Se você usa o Cursor, por exemplo, e nunca explorou as .cursorrules, ou os modos Agent / Manual / Ask, você tá basicamente com um F1 na garagem... e andando de 2ª marcha.
⚙️ .cursorrules: não é feature secreta, mas parece
Você já parou pra pensar o que a IA está enxergando quando você manda um comando?
Onde seu cursor tá? Qual escopo ela vai considerar? Todo o arquivo? Só a função atual?
O .cursorrules resolve exatamente isso.
É um arquivo onde você pode definir regras baseadas na posição do cursor, tipo:
- Só analisa a função atual
- Considera o bloco acima e abaixo
- Aplica refatoração no escopo do método
- Respeita limites de contexto do modelo (token count)
Não é bruxaria.
É só clareza de intenção traduzida em regra.
E a maioria dos devs sequer abriu https://dotcursorrules.com ou a doc oficial.
🧠 Modo Agent, Manual e Ask: 3 formas de pensar com IA
O Cursor oferece 3 modos de interação, e combiná-los pode aumentar muito a precisão do que você pede.
1. Ask
“Modo leitura”.
A IA só explora e responde, sem mudar nada. Ideal pra investigar, entender código legado, ou planejar antes de agir.
Quer só estudar uma codebase? Esse modo é ouro.
2. Manual
“Modo sniper”.
Você diz exatamente onde e o quê fazer, com @nomedosarquivos e instruções bem específicas.
Sem exploração, sem mudanças fora do escopo.
Ex:
“Renomeia a função getUser para fetchUserProfile em @auth.ts e @profile.ts”.
3. Agent
“Modo mente própria”.
A IA analisa seu pedido, quebra em etapas, explora a codebase, edita arquivos, roda comandos no terminal e ainda tenta corrigir erros depois.
Quer um dark mode toggle no app todo?
Ele vai caçar os estilos, criar o toggle, mudar componentes, adicionar persistência.
Mas só vai funcionar bem se você der o contexto certo, e aí que entra o uso estratégico das .cursorrules + instrução clara + definição de escopo.
✨ Dica de ouro: Combinar os modos é o que deixa a experiência mais fluida.
Você pode começar com o Ask pra entender a estrutura, usar o Manual pra ajustes pontuais e chamar o Agent quando quiser que a IA resolva o caos pra você.
Se você só usa o assistant como um “chat bonitinho”, está perdendo 80% da potência da ferramenta.
O Cursor foi feito pra ser um copiloto real, mas copiloto não pilota sozinho — a inteligência do projeto ainda depende do piloto 👨✈️ (você).
Aaaah, isso sem contar a engenharia de prompt, as regras que você pode definir para seu assistant e diversas outros parâmetros e features que dariam mais 843084230 posts.
💬 Minha visão (não é verdade absoluta)
Essa é minha opinião, baseada em experimentação e uso real em projetos.
Não tô tirando isso da bunda — testei, quebrei, refinei.
Não acho que “qualquer um” pode sair usando isso e se tornar um dev mágico.
Mas também não acho que isso é só pra meia dúzia de sênior ultra experiente.
O que separa os que constroem sistemas com IA dos que só “usam assistente” é saber explorar as ferramentas com intenção, clareza e método.
E por isso que eu falo: estude o Cursor (ou qualquer outro software do tipo) a fundo.
Não só o assistente — estude o comportamento.
Como ele responde, onde ele falha, quando ele brilha.
Links úteis:
https://docs.cursor.com/context/rules
https://dotcursorrules.com/
https://github.com/PatrickJS/awesome-cursorrules