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Entendo e concordo que muita coisa eu aprendi no dia-a-dia presencial, no contato direto com as pessoas. Mas será que isso é só um viés geracional, meu e de quem viveu a mesma experiência? Será que este é somente o choque de geração número 289782063874349 da história da humanidade? (não é o primeiro e nem será o último, é só mais um)

Nasci nos anos 80 e lembro que a geração dos meus pais vivia se gabando que "andava 10 km na terra pra ir à escola" e por isso não era preguiçosa como a minha. Assim como a minha geração se gabava de ter apanhado de chinelo dos pais, e que isso "forjou o caráter" (besteira, no máximo forjou alguns traumas que nos levaram pra terapia).

Falando de mundo corporativo, já trabalhei com gente bem velha que estava quase se aposentando, e que não queria aprender a mexer no computador. "Antes eu fazia tudo na máquina de escrever e sempre funcionou".

Não tem jeito, toda geração tem a tendência de achar que o jeito que elas sempre fizeram as coisas é melhor ou o mais correto, e mostra certa resistência quando os mais novos preferem fazer de outro jeito.

E agora eu vejo que talvez, quem sabe, uma parte de quem é contra home-office (ainda não sei dizer se é maioria ou minoria) veja de forma romantizada esse tête-à-tête no trabalho e não queira aceitar a nova realidade. Pra mim, muitas vezes cai no "eu sempre fiz assim", então esse é o melhor (ou o único) jeito. Mas talvez seja só um viés de quem viveu e trabalhou dessa forma e acha que isso vale pra todos.

Como esse fenômeno de expansão do home-office é ainda recente, estamos aprendendo a lidar com as suas implicações, e o choque geracional é inevitável. Pode ser que no futuro a gente encontre maneiras novas - e quem sabe até melhores - de prover as vantagens que o antigo presencial proporcionava.


Por fim, vale lembrar que existe um grande lobby contra o home-office (em especial do ramo imobiliário, um dos que mais perdem com a diminuição de prédios de escritórios), inclusive pagando matérias que falam mal deste, enquanto enaltecem o presencial. Então eu sempre vejo com muita desconfiança qualquer artigo/matéria que critique o home-office, e fico mais desconfiado ainda quando uma grande empresa faz algum movimento do tipo (apesar de concordar que tem casos e casos, e que home-office não é "a verdade universal").

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