é só os pais não deixarem

Desculpa, mas as coisas não são tão simples assim.

Vai dizer que vc nunca fazia nada que seus pais não deixavam? Adolescente quando quer sempre dá um jeito, e tanto faz se tem lei ou não, se os pais proíbem ou não.

Por exemplo, existia um certo tipo de publicação mensal impressa (que na minha época era a mídia dominante) que era restrita a maiores de 18 anos e os pais não deixavam. Mas a molecada conseguia comprar mesmo assim.

O mesmo vale para cigarro/vape, álcool e várias outras coisas que são proibidas para menores, que muitos pais não deixam, mas os filhos usam/consomem/fazem mesmo assim.

Então não deveriam existir leis para proibir essas coisas para menores, pois é só os pais não deixarem que os adolescentes com certeza não usarão?

Olha, eu já pensei como você, que bastava os pais controlarem que tudo magicamente se resolve. Mas foi só eu ter filho que tudo mudou, eu vi que o buraco é bem mais embaixo e não é tão simples assim.

Enfim, concordo que adolescente não deveria acessar rede social mesmo. Até mesmo adultos deveriam usar com mais moderação, pois isso está estragando a cabeça de todo mundo.

Mas ainda estou dividido com relação a existência dessa lei. Por um lado, quanto mais o acesso é dificultado ou desincentivado, menos gente vai consumir (em tese, claro). Por outro, nem toda lei acaba tendo o efeito desejado (imagino que no Brasil teria grande chance de "não pegar"). Bom, vamos acompanhar pra ver o que acontece.

E é claro que se os pais forem conscientes e conversarem com os filhos, a chance deles não usarem (ou usarem com moderação) aumenta. Mas ainda sim é um efeito limitado, a proibição dos pais nem sempre é suficiente (ainda mais na adolescência).

Por fim, vale lembrar que a ideia da lei é, antes de tudo, responsabilizar as empresas. Assim como a lei que proíbe a venda de álcool para menores serve mais para punir os estabelecimentos. Não acaba com 100% dos casos, mas se bem aplicada (ou seja, com fiscalização adequada, etc) pode inibir bastante.