Não vejo essa frase da moda. Na verdade minha observação é que está menor do que já foi. E está menor que várias outras linguaguagens. E Python tem lá seus defeitos, como toda linguagem, e com o tempo e a pessoa vai se aprofundando mais vai descobrindo novos defeitos. Quem não se aprofunda na computação, não entende o todo, e não se aprofunda de todos os mecanismos que uma linguagem oferece, não consegue fazer uma boa avaliação, e geralmente cai em algo extremamente opinativo e sem muita sustentação, seja uma avaliação positiva ou negativa.
Na verdade, para entender melhor seria bom dar uma lida em https://www.tabnews.com.br/maniero/faq-do-programador-perdidao.
A forma coo coloca os 2 grupos mostra um viés e já coloca de uma forma como se esses grupos estivessem fazendo algo errado e quem não está neles é que são "os certos". Pois bem, na verdade só tem dois grupos dos que falam que Python não deve ser usado ou não presta, e essas duas formas de qualificar já é indício de qual grupo a pessoa pertence. Se ela fala que Python não presta é do grupo das pessoas que não tem a menor ideia do que está falando. E as que sabem onde Python deve ser usado ou não, e tem vários lugares que não deve, mesmo que funcione, e quem tem viés ou não domina a computação, não sabe como agregar valor ao negócio da melhor forma, acaba não sabendo fazer essa escolha e vai escolher usar ou não usar pelos motivos errados, novamente, pode "atender" a necessidade ou não, pode ser o melhor ou não. Somente pessoas com amplo domínio da computação, mente orientado à ciência e experiência sabe fazer a escolha certa. É aquela pessoa que nem defende e nem ataca tecnologias, mas expões defeitos e anuncia qualidades, quando for pertinente. Em geral é mais importante falar dos defeitos porque são eles que morderão sua bunda um dia.
Mercado não define se a linguagem presta ou não. O argumento do mercado não se sustenta porque ele é volátil e oferta e demanda tendem a se alinharem e sempre acaba indo mais para um lado ou para outro. Há um hype grande para as pessoas irem para JS, tão grande que é uma das tecnologias mais difíceis de conseguir uma vaga, apesar do mercador enorme. Mas daqui um tempo se alguém ler isso aqui, pode percewber que já não é mais assim. Ainda que não veio a frase "Python paga as contas". Essas é uma das frases mais estúpidas já ditas por algiém, porque todas as linguagens pagam as contas, algumas são mais agradáveis que outras. Mas o que conta no final, em termos de valor a receber ou agradabilidade ou ainda se a pessoa consegue empregos mais facilmente, é mais a pessoa do que o todo, não podemos universalizar isso.
A seção de universalismo vale para quase todas as linguagens mainstream, não tem diferencial aí. Vale até para JS que é a única stack que sai framework novo quase a cada dia, mas na prática, nenhum vinga mais.
Lentidão é aceitável ou não depende de cada projeto. Muitos projetos começam aceitando e um dia descobrem que o requisito mudou, aí até pode dar conta, mas vai gastar muito mais e ter que fazer adaptações complexas. Em computação em nuvem, mobile e outros cenários não é questão de ser rápido ou não é de gerar custo ou não, de acabar com a bateria rápido ou não, de atender a expectativa do usuário pelo resultado ou não. Não é fácil decidir por isso, a não ser que tenha outros fatores que se somam a este e torna mais fácil, 7x1 é mais fácil de dizer o que é superior do que 4x4 (embora em alguns casos esse 1 pode ter um peso tão grande que ele pode bater os outros 7, tem que tomar cuidado com isso).
Bom mostrar que tem deficiências, tem várias outras, algumas mais pontuais, algumas decisões erradas, tem que analisar que a linguagem tomou um rumo que desagradou até seu criador e ela não evolui de forma tão bem gerida como antes (embora não seja tão trágico quanto algumas outras linguagens).
Python pra mim é para fazer scripts, alguns até mais poderosos, mas não para aplicação, embora algumas quase se confundem com aplicações. Acho Python um salto quando a pessoa não está mais conseguindo fazer algo no Excel ou até um Power BI. Não tenho nada contra programadores sérios usando Python, porque ela pode ser útil em cenários mais de desenvolvimento de software, mas eu vejo Python mais usado por "não programadores". Note que não estou dizendo que só ou "não programadores" deveriam usar, desenvolvedores podem se dar bem com Python em muitos cenários, mas aí Python já não tem tantos pontos fortes, é só fazer uma análise sem viés, com experiência, talvez usando a técnica SWOT. Para scripts nem precisa pensar muito, Python ganha fácil.
Devemos tomar cuidado com o "se tais instituições usam, então deve ser bom". Isso não se sustenta, isso não tem valor para seus casos. É como microsserviços, serve uma p um ou outro caso, e quero reforçar que é um ou outro, mas uma quantidade brutal de organizações está adotando só pelo hype. Ter adoção não é o mesmo que ter qualidade.
É verdade que o certo é adotar a ferramenta certa para o problema, e isso envolve muitas vezes aspectos mais políticos do que técnicos, e o fato de você ser e sua equipe serem bons em uma linguagem tem um pes o enorme, não tem nada de tão errado assim em adotar algo porque você gosta, desde que saiba que está fazendo por esse motivo e não seja uma discrepância tão grande, e entenda que terá algumas deficiências que não teria com outra ferramenta, mas que elas são aceitáveis para o projeto.
Existe um certo mito de que toda tarefa tem uma solução ideal e isso é inexorável. A melhor ferramenta para a tarefa é uma pergunta simples de fazer, mas muito difícil de responder certo.
Muitas vezes a solução ideal passa por linguagens que são boas em vários pontos, mas não perfeita em um deles. Então Java, C#, Kotlin, Swift, Go, entre outras pode ser a solução meio termo ideal. Tanto que são linguagens que geram muitos empregos, diferente de C++ ou Rust que estão aí para projetos muito específicos, a comparação de Python com essas últimas não é nem justa, tamanha a diferença de características.
S2
Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente (não vendo nada, é retribuição na minha aposentadoria) (links aqui).