O doentio mundo dev onde todos tem um belo rabo de pavão, exceto você
Ser o melhor no que faz é uma premissa básica para você ter empregabilidade. Isso é verdade para programadores, pedreiros, dentistas, etc.
Mas, confessemos: o mundo Dev é meio doentio.
Nao basta ser o melhor. Tem que mostrar que é. Tem que dominar o benchmark.
Se você faz o front na unha, "como assim você não domina o framework X?". Se você domina o framework, "como assim você não faz na unha"?
Como assim você não domina aquela linguagem "fundamental"? Como assim você nao domina a linguagem da moda? Microsservicos? Bullshit! A menos que você nao saiba, pois ai, saiba que microsservicos é o futuro.
Banco de dados X, ferramenta de build Y, ferramenta de CI/CD Z... Lista infinita.
Mas até aqui tudo bem. Se lembre da primeira frase do meu texto: premissa básica.
Mas não bastar ser, tem que parecer. Github, textos, redes sociais, lacradas na daily e "pavonices" no cafézinho. Demonstre.
E nessa do parecer ser mais importante que o ser, o que acaba acontecendo é que muita gente só parece, mesmo. Video no YouTube aqui, GPT ali e temos diante de nós mais um espone: ESpecialista de POrra NEnhuma. Mas com o mais belo rabo de pavão da selva de código.
O mundo da tecnologia não vive apenas do framework da moda, pregado pelo influencer dev da moda. Arrisco dizer que maioria do pessoal está lá, ralando no JQuery, no PHP, no Java 8, no Delphi e no COBOL que mantém o mundo em pé.
Não são menos dev. Não têm um belo rabo para mostrar na internet — o duplo sentido desta metáfora é intencional —, mas estão lá, das 9 as 17, ou no horário que o seu PJ permite, resolvendo BOs, como cada um de nós.
A verdade é que a internet e as redes sociais são um saco. Todo mundo se esforça para parecer ter um carro melhor, uma mulher melhor, um emprego melhor, uma vida melhor que a sua. E na bolha Dev não é diferente.
E sempre tem gente ficando ansiosa por parecer estar ficando para trás, sua vida parece não ter significância diante da nova "trend".
Meu sincero conselho: fecha o navegador, larga o celular e "veve" a sua vida, pague os seus boletos e estude algo novo apenas se fizer algum sentido pra você.
E de celular e navegador fechados, vai ficar mais fácil entender se você está se ouvindo ou ouvindo o barulho dessa feira chamada bolha dev, onde todo mundo quer vender o seu peixe — mais uma metáfora cujo duplo sentido não é intencional.
(É fod@ ter que explicar o sentido do texto, mas bora: a situação da educação básica produz esse tipo de coisa. O foco da crítica do texto não é no cuidado que todos temos ter com a educação e preparação profissional — leia o primeiro parágrafo —, mas sim no "rabo", essa figura metafórica que eu vou deixar pra vocês decifrarem.
Confio em vcs. Não deveria, mas confio.)