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Em resposta a Servidor doméstico
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Opa!

Tenho um servidor rodando aqui em casa e até postei sobre ele hoje mais cedo. Vou te contar um pouco da minha experiência, talvez te ajude a montar o seu também.

Em hardware, meu servidor é um PC antigo que eu reaproveitei. Montei num gabinete 2U que suporta placa-mãe ATX. Se você está na pegada de economizar, recomendo seguir nessa linha e reciclar algum computador que esteja encostado. Mas se não tiver nenhum sobrando, tem outras opções: dá pra ir de “kit Xeon”, Intel NUC ou os mini-PCs genéricos que você encontra no AliExpress e outros marketplaces.

Lembre-se do consumo de energia! Eu recomendo que você faça como eu e compre um medidor de tomada justamente pra monitorar isso. No meu caso, a máquina consome em torno de 45W estáveis, mas já vi gente que consegue até 30W com outras placas-mãe e CPUs. Vale a pena dar uma olhada na tarifa de kWh da sua região e fazer um cálculo pra evitar surpresas no fim do mês.

Quanto ao uso, tem muita gente que configura como servidor de mídia (e.g. Plex) ou para aplicativos como a suíte Nextcloud. Eu, pessoalmente, não uso pra isso.

Meu servidor roda o Proxmox VE, que é uma distribuição Linux baseada em Debian focada em virtualização. Nele estão, atualmente, três VMs:

  1. VM com Ubuntu 18.04, usada pra desenvolvimento com uma versão do SDK da Netronome que só funciona em distribuições mais antigas;
  2. VM com Debian 12 para instalação local do n8n; e
  3. outra VM com Debian 12 que pretendo configurar para substituir o meu atual roteador doméstico — mas ainda não decidi se vou manter o Debian 12 mesmo ou adquirir uma licença do RouterOS (CHR) pra isso.

Dica: registre um domínio! Não custa tão caro, até porque não precisa ser um TLD chique, e ajuda demais no home lab. Explico:

Você cria um subdomínio pra cada máquina (e.g. proxmox.example.net para o Proxmox VE, n8n.example.net para a VM que executa o n8n, e assim por diante). Esses domínios não precisam apontar pra nada na internet pública. Você pode configurar eles no arquivo hosts das suas máquinas ou, ainda melhor, ter o seu próprio servidor DNS interno para resolver esses domínios.

E as vantagens?

Uma delas é que você pode usar esse domínio para emitir certificados por validação de DNS (e.g. usando o certbot da Let's Encrypt), pros serviços internos.

Assim, você acessa os web apps do seu servidor doméstico — até o painel de administração do Proxmox — via HTTPS, com cadeado no navegador, sem alerta de segurança, sem gambiarra para instalar certificado não confiável.

Outra é que, às vezes, você pode querer expôr alguns sistemas hospedados localmente para a internet, e o domínio válido facilita.

Um exemplo prático: o n8n depende de webhooks pra funcionar — tipo quando você quer que um fluxo dispare ao receber uma mensagem no Telegram. O problema é que, pra isso funcionar, o servidor do Telegram precisa conseguir acessar uma URL no seu servidor local. Ou seja, essa URL precisa estar visível na internet.

Agora, abrir porta no roteador, lidar com CGNAT ou configurar DMZ? Preguiça, risco e dor de cabeça. Porém, com um domínio válido, você já tem uma alternativa simples e gratuita: o Cloudflare Tunnel. Com ele, você consegue expor um servidor local específico sem precisar abrir nenhuma porta de entrada no firewall, sem se preocupar com CGNAT, sem esbarrar nas palhaçadas das provedoras de internet que bloqueiam portas aleatórias, e sem deixar a rede da sua casa pelada pra internet.

Espero ter ajudado. Se quiser trocar mais ideia ou precisar de ajuda em qualquer parte do processo, é só avisar!

Abraços!

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Muito obrigado por compartilhar isso, acabei de me aventurar na compra de um kit xeon para essa hospedar uns testes e rodar processos mais longos, que normalmente uso um servidor online.