Um jovem programador empolgado tem muitas ideias, mas é quase certeza de que você não sabe como uma lei é formulada na prática, e nesse assunto por mais que seu conhecimento teórico seja avançado isso não basta.
Além dos fatores técnicos, há uma questão humana e socioeconômica por trás de tudo isso que você está desconsiderando totalmente.
Vamos fundar juntos o movimento de código que vai hackear o sistema — pelo bem.
Pelo bem sob a ótica de quem? Estamos em um país polarizado, onde grupos de pessoas contrariam os próprios princípios para fazer parte de uma ideologia.
E mesmo se descartar a questão da polarização, ainda sobra vários outros pensamentos sociais que divergem, para quem a IA daria mais atenção? Veja, pela nossa constituição o Estado é laico, mas temos uma bancada evangélica e nosso dinheiro tem a frase "Deus seja louvado", como uma IA lidaria com essas contradições? Sem falar nas questões de justiça social, que é fundamentalmente baseado nos sentimentos humanos vivendo em sociedade.
Perceba que política, seja partidária ou não, não deveria ter nenhuma IA como alicerce ou engrenagem fundamental. Pois política não é lógica e tão pouco exata.
Quer criar algo parecido com isso, tente criar uma IA que faça o que está propondo mas restrito ao cotidiano de um condomínio. Quando conseguir gerir regras de condomínios de luxo, de classe média e de classe baixa como CDHU, COAB etc. Aí você terá um vislumbre do que seria colocar isso em um aspecto mais amplo, como uma pequena prefeitura.