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Calma aí meu caro como diria o Yugi com Exódia: vamos por partes:


Primeiro ponto: SaaS não é um software, SaaS é uma empresa que gira em torno de um software, logo temos um primeiro ponto crítico aí, quantas empresas você tem?

Existem 2 formas de medir isso: Um SaaS grande divido em vários micro SaaS especializados da mesma área, podemos dizer que é uma só, se são cada uma com aspectos completamente diferentes... para cada nicho, uma no seu caso duas

Isso é importante porque num SaaS o que mais vai te custar tempo não é o S de "software" mas o S de "Service" é um erro comum que faz muita gente se desiludir (e se iludir com No-Code, Low-Code e agora com Vibe-Code)


Segundo ponto: Masoquistas existem, o que eu quero dizer com isso é que "identificar a dor" do seu público alvo não é o primeiro passo, sei que tudo que é coach na internet vende que é mas spoiler: não é, o real primeiro passo é "identificar uma dor que as pessoas querem ser curadas"


Terceiro ponto: Esse já é mais clássico, passando pelo filtro de achar uma dor "curável" é hora de ver se as pessoas estão dispostas a pagar o preço, sim, são assuntos diferentes, a pessoa pode querer curar uma dor de dente e ao mesmo tempo não estar disposta a arrancar o dente, e aqui não me refiro a dinheiro, mas a todo custo acessório, por exemplo, se o SaaS é uma IA que roda em nuvem, as pessoas estão dispostas a enviar dados confidenciais para treinamento e aperfeiçoamento? Mas vamos ser justos aqui IAs por definição são probabilistas, as pessoas estão dispostas a correr o risco? Se o SaaS é uma IA local, elas estão dispostas a bancar a infraestrutura?


Quarto ponto: Você da conta? Aqui não estou falando de manter 2 SaaS, mas de desenvolver o segundo, se no primeiro seu gasto era tempo e energia, aqui já envolve dinheiro, e porque? Ao se dedicar a mais uma solução, inevitavelmente você deixará as existentes e isso inevitavelmente diminuirá receita, ainda que não fique óbvio no gráfico, um erro muito comum que quase todo empresário iniciante comete é não tratar redução de crescimento para focar em áreas não correlatas como um tipo de gasto, em analise de viabilidade precisa entrar na conta, e no caso de SaaS, entra ainda a capacidade de entregar e manter o serviço


Quinto ponto: A sua percepção de preço x valor agregado bate com o dos cliente? A lendária frase no João Apolinário "produto tem preço, benefício tem valor" é muito distorcida por aí, por um motivo simples, ela tá simplificada, a completa é "produto tem percepção de preço, benefício percepção tem valor" o que muda é que agora é que fica evidente duas coisas:

  1. A necessidade de gerenciar expectativa, não adianta fazer seu cliente supervalorizar seu produto, isso só vai aumentar seu "churn" e vai por mim, você não quer isso
  2. Cuidado para você não supervalorizar a solução acreditando que ela entrega um valor que não entrega

Ok, se passou por todos os crivos é só gritar "obliterar" e você vence o jogo, mas se qualquer ponto falhar, é consideravelmente melhor seguir com o que você já tem, e desculpa a sinceridade mas saltar de um cardápio digital para isso:

uma plataforma de reuniões online com IA no centro, para tirar o trabalho repetitivo do caminho e deixar o time focado apenas em uma coisa: tomar decisões.

Parece muito arriscado, assumindo que consiga passar pelo crivo 2, como planeja ter uma estrutura privada pra isso, um único cliente exigiria custos absurdos com 4 a 5 dígitos/mês SE usar uma solução privada, consumir APIs além de aumentar o preço (citado no ponto 3) que o cliente teria que se dispor a pagar, aumentaria o custo operacional drenando sua margem de lucro

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Muito bons os pontos que você trouxe, obrigado por compartilhar.
Alguns desses erros, inclusive, já cometi no meu primeiro SaaS.

No caso do Bonchef, que construí junto com meus dois sócios dentro da iOHub, estavamos tão focado em desenvolver rápido que deixamos de validar hipóteses importantes no início. Não criamos uma waitlist, não conversamos com potenciais clientes antes, e isso custou tempo e energia depois. Além disso, nosso MVP inicialmente era muito grande e demorou muito tempo para ser desenvolvido, o que quase chegou a nos falir.

A Amora nasce em um contexto diferente: é um projeto pessoal, paralelo, que estou tocando sozinho. E talvez justamente por carregar sozinho essa responsabilidade, estou tentando agir de outra forma.
Antes de me afundar em linhas de código sem saber onde vou parar, comecei pelo básico: criar uma página de waitlist (se interessar entre na waitlist), conversar com pessoas que vivem dores parecidas (ouvindo atentamente suas críticas ao projeto) e, aos poucos, construir um MVP só para validar se essa ideia faz sentido além do meu caso específico.

Sei que pular de um cardápio digital para uma plataforma de reuniões com IA é um salto enorme, e sim, arriscado. Mas dessa vez quero aprender errando pequeno: validando rápido, entendendo custos na prática e descobrindo se alguém estaria disposto a pagar por isso.

Ainda é cedo para dizer se a Amora vai se tornar algo real. Pode ser que não. Mas, de qualquer forma, sei que essa jornada já vai me render aprendizados que não tive no primeiro SaaS, e, com sorte, conexões valiosas com pessoas que compartilham das mesmas dores.