Perseguindo uma Vida Melhor: Como Consegui um Emprego em Tecnologia no Exterior
Você já sonhou em se mudar para outro país — começar do zero em um lugar novo, com novas oportunidades e uma melhor qualidade de vida? Para muitos engenheiros de software, a ideia de trabalhar no exterior é ao mesmo tempo empolgante e intimidadora. Eu sei, porque já passei por isso.
No Brasil, eu era um desenvolvedor com um salário confortável, mas o dia a dia era frequentemente ofuscado por preocupações com segurança — coisas simples como usar o celular em público ou caminhar para casa à noite se tornavam fontes de ansiedade. Quando comecei a pensar em formar uma família, essas preocupações cresceram ainda mais. Eu sabia que não queria que meu filho crescesse em um lugar onde a segurança estivesse sempre na minha mente.
Então veio a pandemia, que só aumentou minha frustração e sensação de inquietação. Foi então que tomei uma decisão: buscar oportunidades no exterior, em países que oferecessem não apenas um emprego, mas uma vida mais segura e equilibrada.
Neste artigo, compartilharei minha jornada, desde o planejamento e a preparação até a busca por emprego — até o momento em que recebi minha primeira oferta. Se você já considerou fazer uma mudança semelhante, ou se está apenas curioso sobre o que é necessário para se mudar como engenheiro de software, espero que minha história inspire e oriente você.
Planejamento e Pesquisa: Mantendo Simples
Olhando para trás, admito que minha fase de planejamento não foi tão meticulosa quanto alguns recomendariam. Não passei meses comparando todos os países ou construindo planilhas detalhadas. Em vez disso, adotei uma abordagem mais direta — alguns diriam até imprudente.
Meus principais critérios eram simples:
- Empresas em países desenvolvidos
- Patrocínio de visto disponível
- Bom equilíbrio entre trabalho e vida pessoal
Com esses filtros em mente, concentrei minha busca de emprego na Europa. Pulei as análises profundas de comparações de custo de vida e caminhos complexos de imigração — pelo menos no início. Minha prioridade era encontrar empresas dispostas a patrocinar meu visto, já que esse era o maior obstáculo para a mudança.
Claro, à medida que comecei a receber respostas de empregadores e aprendi mais sobre o processo, comecei a pesquisar os detalhes — como salários locais, sistema de saúde e como seria a vida em cada cidade. Mas, no começo, deixei meu desejo por uma vida mais segura e equilibrada me guiar, mantendo o planejamento intencionalmente simples para evitar me sentir sobrecarregado.
Olhando para trás, percebo que, embora um plano mais detalhado pudesse ter ajudado, às vezes tomar ação é o passo mais importante. Para quem está pensando em fazer uma mudança semelhante, não deixe o perfeccionismo te impedir de começar. Você sempre pode refinar seu plano ao longo do caminho.
Preparação e Busca de Emprego: Preparando-se e Agindo
Com a Europa como meu alvo e o patrocínio de visto como uma exigência, meu próximo passo foi preparar meus materiais de candidatura e começar a buscar oportunidades.
Atualizando Meu Currículo e Presença Online
Eu sabia que um currículo forte e um perfil no LinkedIn eram cruciais para chamar a atenção dos recrutadores. Atualizei ambos para incluir métricas específicas que demonstravam o impacto do meu trabalho. Em vez de apenas listar responsabilidades, adicionei números e resultados — como melhorias no desempenho de aplicativos, redução de tempo de inatividade ou aumento no engajamento de usuários. Isso ajudou a mostrar aos recrutadores não apenas o que fiz, mas como meu trabalho fez a diferença.
Focando em Empresas que Patrocinam Vistos
Concentrei minha busca de emprego em empresas na Europa que ofereciam patrocínio de visto. Usei quadros de empregos (como Relocate.me) e filtros para identificar essas oportunidades e prestei atenção às avaliações de empresas e ao equilíbrio entre trabalho e vida pessoal no Glassdoor.
Começando Antes de Me Sentir Totalmente Preparado
Embora eu não me sentisse 100% preparado para as entrevistas, decidi começar a me candidatar mesmo assim. Sabia que esperar o “momento perfeito” poderia significar perder oportunidades reais. Todas as minhas entrevistas foram em inglês, que não é minha língua materna, então essas primeiras entrevistas se tornaram sessões de prática extremamente valiosas. Elas me ajudaram a ficar confortável falando sobre minha experiência e habilidades em um ambiente profissional — algo que eu não fazia muito antes. Essa experiência aumentou minha confiança e habilidades de comunicação, mesmo enquanto continuava a estudar e melhorar. Reconheço que essa abordagem não funciona para todas as empresas, especialmente aquelas com processos de recrutamento longos ou altamente competitivos. Mas, para mim, agir cedo foi uma forma de aprender fazendo, em vez de esperar até me sentir completamente pronto.
Lidando com Candidaturas e Entrevistas: Aprendendo na Prática
Uma vez que comecei a me candidatar, o processo real começou. Cada candidatura exigia atenção cuidadosa, mas as entrevistas foram onde as coisas ficaram interessantes — e, às vezes, desafiadoras.
O Processo de Candidatura
Sempre que havia a opção de enviar uma carta de apresentação, eu aproveitava para personalizá-la de acordo com os produtos, missão e objetivos da empresa. Aprendi que uma carta de apresentação bem elaborada e personalizada pode fazer uma grande diferença — ela ajuda você a se destacar entre outros candidatos e mostra aos recrutadores que você fez sua lição de casa e está genuinamente interessado em contribuir para o sucesso da empresa.
Experiências em Entrevistas
Todas as minhas entrevistas foram em inglês, o que adicionou uma camada extra de complexidade. Meu inglês estava longe de ser “perfeito”, e às vezes eu não entendia completamente o que o entrevistador dizia. Mesmo assim, consegui me comunicar bem o suficiente para transmitir minhas ideias. Na maioria das vezes, os entrevistadores foram pacientes e compreensivos.
Essa experiência me ensinou que você não precisa esperar até que seu inglês esteja perfeito para começar a fazer entrevistas. O que importa é ser capaz de se expressar com clareza e confiança, mesmo que cometa erros ao longo do caminho.
Enquanto me candidatava, também estudava todos os dias — praticar algoritmos, estruturas de dados, design de sistemas e perguntas comportamentais se tornou parte da minha rotina. Durante as entrevistas, prestei muita atenção à linguagem corporal e às reações dos entrevistadores. Se uma resposta minha não gerava uma reação positiva ou parecia errada, eu considerava isso um feedback indireto. Isso me ajudou a identificar áreas onde precisava melhorar e a focar meus estudos para entrevistas futuras.
Aprendendo com Rejeições
Nem toda entrevista resultou em uma oferta. Houve rejeições, e às vezes o feedback era difícil de ouvir. Mas tentei ver cada uma como uma oportunidade de aprendizado. Prestei atenção às perguntas com as quais tive dificuldade e as usei para guiar minhas sessões de estudo. Com o tempo, fiquei melhor em antecipar o que os entrevistadores queriam e como me apresentar como um candidato forte.
Recebendo uma Oferta e Reflexões
Após semanas de candidaturas, entrevistas e muito estudo, finalmente recebi uma oferta de uma empresa na Europa. Esse momento marcou um marco importante na minha jornada — não apenas porque significava que eu poderia me mudar, mas porque validou todo o esforço e persistência que investi.
A Oferta e o Que Ela Significou
Quando a oferta chegou, senti uma mistura de empolgação e alívio. Depois de tanta incerteza — especialmente como alguém que nunca havia vivido ou trabalhado no exterior antes —, foi reconfortante saber que minhas habilidades e experiência foram reconhecidas. A empresa estava disposta a patrocinar meu visto, o que significava que eu poderia finalmente começar a planejar minha mudança e um novo capítulo para minha família.
Olhando para Trás no Processo
Olhando para trás, percebi o quanto aprendi — não apenas sobre tópicos técnicos, mas sobre mim mesmo e do que sou capaz. Superei barreiras linguísticas, me adaptei a diferentes estilos de entrevista e lidei com rejeições com resiliência. Cada passo, mesmo os mais difíceis, me tornou mais forte e mais preparado para os desafios à frente.
Principais Lições
Aqui estão as lições mais importantes que aprendi ao longo do caminho:
- Comece Antes de Estar Pronto: Não espere o “momento perfeito”. Comece a se candidatar e fazer entrevistas o quanto antes — você aprenderá e melhorará com cada experiência.
- Personalize Sua Candidatura: Sempre envie uma carta de apresentação personalizada quando possível. Mostre aos recrutadores que você entende a empresa e como pode contribuir.
- Use Entrevistas como Prática: Mesmo que esteja nervoso ou seu inglês não seja perfeito, use cada entrevista como uma chance de aprender e crescer.
- Preste Atenção ao Feedback: Observe as reações dos entrevistadores e use-as como feedback indireto para guiar seus estudos e preparação.
- Seja Persistente: Rejeições fazem parte do processo. Aprenda com elas, ajuste sua abordagem e continue.
Quer Saber Mais?
Para manter este artigo direto e de fácil leitura, optei por focar nos pontos principais da minha jornada, omitindo muitos detalhes. Se você tem curiosidade sobre algum tópico específico — seja o processo de visto, a adaptação cultural, comparações de custo de vida, ou as entrevistas técnicas — por favor, deixe sua pergunta nos comentários. Terei o maior prazer em compartilhar mais detalhes e ajudar da forma que puder.