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Ainda vale a pena ser programador?

Nota: Veja meu vídeo no YouTube com os gráficos.

Se você abriu o LinkedIn nos últimos seis meses, é provável que tenha sentido uma pontada de ansiedade.

A narrativa dominante é assustadora, especialmente para quem está começando na carreira de programação:“A IA vai roubar nossos empregos.”“A programação morreu.”“Qualquer um agora pode criar software.”

Eu estou cansado de ver esse tipo de post alarmista. Como alguém que está no mercado, isso me parece uma loucura. A verdade é que 70-80% do nosso trabalho ainda precisa de um ser humano para operar e fazer a coisa acontecer de verdade.

Mas, mais do que “achismo”, eu decidi investigar os dados. E o que eu encontrei muda completamente o jogo.

O Gráfico Assustador (Que Não é o Que Parece)

Tudo começou quando vi um artigo com um título dramático: “Este aqui é o novo gráfico mais amedrontador do mundo”.

O gráfico mostrava algo que nunca tínhamos visto antes: a linha do S&P 500 (as 500 maiores empresas dos EUA) subindo, enquanto a linha de “criação de novas vagas” estava caindo.

Desde 2003, essas duas linhas andavam juntas. Quando as empresas crescem (S&P sobe), elas contratam mais (vagas sobem). Lógico, certo?

Mas, a partir de 2022, essa lógica quebrou. As empresas estavam crescendo, mas as vagas caindo. A conclusão óbvia de todos? A culpa é do ChatGPT (lançado em Nov/2022). As empresas estão usando IA para crescer sem precisar de pessoas.

Será?

O Verdadeiro “Vilão” da História

Acontece que, quando damos zoom nos dados, vemos um detalhe crucial.

O pico de contratações não foi em novembro de 2022. O pico foi em Março de 2022. E foi exatamente em Março de 2022 que o Fed (o Banco Central Americano) começou a subir agressivamente a taxa de juros.

Quando os juros sobem, o dinheiro fica mais caro. Isso significa menos investimento, menos apetite a risco e, naturalmente, menos contratações.

A “anomalia” assustadora começou 8 meses antes do ChatGPT se tornar público. O que estamos vendo não é (apenas) um “boom” de IA; estamos vendo uma desaceleração econômica normal e esperada.

“Ok, mas as vagas de TI caíram!”

Sim, caíram. Mas quão forte foi essa queda em comparação com outras áreas?

Outro gráfico do mesmo estudo mostra as áreas que mais sofreram com a queda na abertura de vagas. E adivinhe? As áreas que mais caíram foram Manufatura e Mineração — trabalho mais braçal.

A área de “Information” (onde TI se encontra) foi uma das menos impactadas.

Ou seja, mesmo em um cenário de desaceleração econômica, a nossa área provou ser muito mais resiliente do que a maioria. Isso, por si só, já destrói a narrativa de que “a programação está morrendo”.

Onde a Crise Realmente Está

“Mas Guilherme, eu sou iniciante e o mercado ESTÁ horrível para mim.”

Você está 100% correto. E os dados também mostram isso.

Um gráfico compilado pelo Lucas Montano, analisando o headcount (número de pessoas trabalhando) por faixa etária, mostra a imagem completa:

Early Career (22-25 anos): Queda abrupta. A pancada foi aqui.

Mid-Level (26-34 anos): Cenário muito mais estável.

Sênior (35+ anos): A curva segue subindo, como se nada tivesse acontecido.

Então, o problema não é que “a programação morreu”. O problema é que o mercado fechou a porta para o iniciante sem fundamentos.

A IA é uma ferramenta como o Excel

E é aqui que o título desta newsletter faz sentido.

Por que os seniors continuam crescendo? Porque eles entenderam a regra do jogo: “Programador Experiente + IA = Sucesso.”

A IA não substitui um bom programador; ela o potencializa. Ela é uma colega de trabalho brilhante.

Para quem tem fundamentos sólidos, a IA é a melhor ferramenta já criada. Ela automatiza o trabalho chato (escrever testes, documentar, criar código repetitivo) e libera o programador para fazer o que realmente importa: pensar, arquitetar soluções complexas e resolver problemas de negócio.

O mercado não está demitindo seniors para colocar a IA no lugar. O mercado está usando a IA para fazer seus seniors produzirem 10x mais.

O perigo real não é a IA. O perigo é ser um “aventureiro”: a pessoa que não entende os fundamentos e tenta criar coisas só copiando e colando do ChatGPT. As empresas perceberam que isso gera código de péssima qualidade e um débito técnico impagável.

O que estamos vendo é uma “fuga para a qualidade”. As empresas estão preferindo pagar mais por seniors que sabem usar a IA, do que arriscar com iniciantes que a usam como muleta.

O que isso significa para você?

Se você está começando, a mensagem é clara e, na verdade, muito esperançosa:

A IA não é sua inimiga. Ela é a ferramenta que vai te ajudar. Mas, para usá-la, você não pode ser um “aventureiro”. Você precisa ter a base.

Lembre-se: é justamente nos momentos de baixa que as grandes oportunidades são criadas.

Muitas pessoas desistem agora, assustadas pelo ruído do mercado. Mas é a sua persistência em construir a base sólida, enquanto outros param, que fará você ser extremamente valorizado quando o ciclo econômico virar e a demanda por programadores experientes disparar novamente.

Seu objetivo não é ter medo da IA. Seu objetivo é focar tão intensamente nos fundamentos (lógica de programação, estrutura de dados, algoritmos) que você se torne o profissional que sabe o que pedir à IA.

Enquanto todos estão em pânico, foque no que importa. A demanda por programadores que realmente sabem resolver problemas só está aumentando.

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Para quem tem fundamentos sólidos, a IA é a melhor ferramenta já criada. Ela automatiza o trabalho chato (escrever testes, documentar, criar código repetitivo) e libera o programador para fazer o que realmente importa: pensar, arquitetar soluções complexas e resolver problemas de negócio.

Eu poderia emoldurar isso aqui ...
Sensacional!

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De maneira extremamente clara e objetiva.

Não acredito na substituição do programador com esse nivel de I.A que temos até hoje, ja teve um avanço significativo mas é pouco perto do nosso trabalho.

Mas a taxa de juros sim é o grande vilão da nossa área.

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Aguardem a bolha estourar... Vai ser muito pior que a bolha .com e ai veremos o quanto quem substituiu "gente" por máquina vai se arrepender. Como dito no artigo IA É FERRAMENTA qualquer coisa fora disso é CEO e CTO emocionado que não entende porcaria nenhuma de tecnologia e quer aparecer.

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Emocionado é o que não falta. Vejo postagens no LinkedIn de "especialistas" que me fazem pensar "Esse cara tá falando sério ou tá me zoando?"

Tem uma turma que só ignora os limites claros dessa tecnologia, e fica repetindo "programação vai acabar" como se fosse um mantra sagrado.

Quem fala isso não entende nem de programação nem de IA. É no máximo um usuário iniciante de ChatGPT que pensa ter descoberto a solução para todo e qualquer problema de sua vida em uma janela mágica que responde tudo que é perguntado.

Vamos ver no que vai dar...

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Me formei recentemente no curso de ADS, não fui atrás de vagas de estágio pois estava trabalhando e estou querendo fazer uma transição de carreira, porém agora que terminei o curso, sinto que se tivesse conseguido um estágio séria mais fácil encontrar alguma vaga como dev. Mas além das AI estão se evoluindo rápido, os recrutadores estão mais exigente, pedindo requisitos que eu não vir na faculdade.
Eu vir um comentário de alguen dizendo " e se as faculdades estiverem desatualizados?", como que seria feita essa correção entre os níveis de Juniores.

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Com certeza se tivesse ido para o estágio seria mais fácil.

infelizmente ou não quem conhece um estágio é extremamente beneficiado no futuro.

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ok. Mas tem um ponto que ninguém está contando e que extrapola TI: a IA não está só substituindo “trabalho trivial”, ela está eliminando o degrau “pago para aprender” em todas as áreas intelectuais.

Não há mais “primeiro cliente ou patrão” que aceite pagar enquanto você erra e aprende. A IA erra muito mais rápido.

Era esse degrau que financiava a transição iniciante -> especialista. Quando ele some, o problema deixa de ser “mercado ruim pra junior” e vira colapso do próprio sistema.

Se não tem júnior agora, daqui 5 anos não haverá pleno. Daqui 10, não haverá sênior..

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Faz sentido, mas não encontrei dados que comprovem (sem sombra de dúvida) esse argumento.

Vemos sim uma diminuição na contratação de dev iniciante, mas a hipótese que você colocou carece de base. Até porque os iniciantes poderiam ser contratados para programar com auxílio de IA. Isso seria bem melhor do que sobrecarregar um senior.

Além disso, se a IA substitui os juniors, então de fato não precisamos de juniors e a hipótese do colapso também não tem sustentação. Isso porque provavelmente essa hierarquia (junior, pleno e senior) seria corrigida pelas novas ferramentas, mas o mercado precisa de tempo para concretizar esse efeito.

Eu colocaria a hipótese de que estamos em um período transiente, onde percebemos que as IAs são produtivas como os iniciantes mas a hierarquia ainda não foi ajustada. Se estiver correta, veremos vagas de junior pedindo proficiência em ferramentas com inteligência artificial no próximo ano.

Nessa nova estrutura, a senioridade seria determinada pelo domínio de fundamentos e pensamento crítico.

Agora o que realmente me preocupa é a formação de mão de obra. Se as faculdades estão atrasadas hoje, imagina no ritmo exponencial da Era das IAs.

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olá, sr, bom dia a real é q o problema n é a ia nem o mercado é a crença q tem q se adaptar pra continuar no jogo tu acha q ta entendendo o mundo pq viu gráfico mas ta só olhando sombra na parede como platão falava a galera só mudou de caverna agora é o linkedin o feed o doomscroll o tik e o teko o chatgpt a claudia e os gemeos kierkegaard já dizia o desespero é tentar ser o q o mundo quer q tu seja o dev resiliente q usa ia direito direto eh só mais um boneco do mesmo sistema camus falava do absurdo o cara q percebe q nada faz sentido e mesmo assim segue pq n vai fingir haver sentido onde n tem o lance n é estudar mais framework é parar de acreditar q ser produtivo é o sentido da vida pq o sistema te mede pelo quanto tu entrega e n pelo q tu entende o paradoxo é q pra ser livre tu tem q parar de tentar ser útil se o sr usar tecnologia pra continuar preso nesse sistema ela vira corrente se tu usar pra se entender vira ferramenta viu o resto é ilusão vestida de carreira entendeu vale mais aprender a plantar comida saber de agrofloresta de solo de água cuidar de uma chacara saber o tempo da chuva e do sol fugere urbem o velho conselho de sair da cidade e buscar o locus amoenus o lugar simples e bom onde o corpo e a mente lembram q são parte da mesma terra e nisso entra saber os fundamentos da tecnologia saber o q é um protocolo o q é rede o q é um compilador o q é energia elétrica pq sem isso tu é só usuário de alto nível alienado da própria máquina o mesmo hegel q falava da consciência mediada pelo trabalho já previa o colapso de quem produz e n entende o q produz marx mostrou o mesmo a alienação é perder o controle do meio e do fim as faculdades n tão desatualizadas o q tá parado é o humano q n se atualiza intelectualmente q n lê q n pensa q só reproduz nietzsche falava do homem q se contenta em ser animal domesticado e chama isso de civilização e vc chama isso de dia a dia ne a ia é ferramenta ela nasce boa mas o humano n e é aqui q rousseau errou o homem n nasce bom nasce bruto sem norte sem freio e a máquina reflete o criador viu se o criador é cego a criação vira espelho do erro n faz sentido substituir gente por máquina pq gente é o único bicho q cria máquina e entende pq criou a programação n vai acabar e o c++ que ta aih firme e forte nunca acabou nunca vai acabar pq sempre vai ter alguem mexendo com embarcados ou alguem q vai criar mod de minecraft bedrock pra angariar minecoins sempre vai ter um ser humano precisando transformar caos em ordem entao querer q a ia programe sozinha é o mesmo q achar q o martelo vai construir a casa sem mão pra segurar o cabo de madeira seco seco

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Gpt gerou uma versão um pouco melhor pra ler. Espero que o autor não se importe, gostei muito das reflexões


Olá, senhor. Bom dia.
A real é que o problema não é a IA, nem o mercado.
O problema é a crença de que a gente precisa se adaptar pra continuar no jogo.
Você acha que está entendendo o mundo porque viu um gráfico,
mas está só olhando sombras na parede — como Platão falava.
A galera só mudou de caverna: agora é o LinkedIn, o feed, o doomscroll,
o Tik e o Teko, o ChatGPT, a Cláudia e os gêmeos.
Kierkegaard já dizia: o desespero é tentar ser o que o mundo quer que você seja.
O “dev resiliente” que usa IA “do jeito certo” é só mais um boneco do mesmo sistema.
Camus falava do absurdo — o sujeito que percebe que nada faz sentido
e, mesmo assim, segue em frente, porque não vai fingir que há sentido onde não há.
O lance não é estudar mais um framework:
é parar de acreditar que ser produtivo é o sentido da vida.
Porque o sistema te mede pelo quanto você entrega,
não pelo quanto você entende.
O paradoxo é que, pra ser livre,
você precisa parar de tentar ser útil.
Se usar tecnologia pra continuar preso ao sistema, ela vira corrente.
Mas se usar pra se entender, ela vira ferramenta.
O resto é ilusão vestida de carreira.
Vale mais aprender a plantar comida,
entender de agrofloresta, de solo, de água,
cuidar de uma chácara, saber o tempo da chuva e do sol.
Fugere urbem — o velho conselho de sair da cidade
e buscar o locus amoenus: o lugar simples e bom,
onde corpo e mente lembram que são parte da mesma terra.
E nisso entra saber os fundamentos da tecnologia:
o que é um protocolo, o que é uma rede, o que é um compilador,
o que é energia elétrica.
Sem isso, você é só um usuário de alto nível,
alienado da própria máquina.
O mesmo Hegel, que falava da consciência mediada pelo trabalho,
já previa o colapso de quem produz sem entender o que produz.
Marx mostrou o mesmo: a alienação é perder o controle do meio e do fim.
As faculdades não estão desatualizadas.
O que está parado é o humano —
que não se atualiza intelectualmente, que não lê,
que não pensa, que só reproduz.
Nietzsche falava do homem que se contenta em ser animal domesticado
e chama isso de “civilização”.
E você chama isso de “dia a dia”, né?
A IA é só ferramenta.
Ela nasce boa — mas o humano, não.
E é aqui que Rousseau errou:
o homem não nasce bom.
Nasce bruto, sem norte, sem freio.
A máquina reflete o criador.
Se o criador é cego, a criação vira espelho do erro.
Não faz sentido substituir gente por máquina,
porque gente é o único bicho que cria máquina
e entende por que criou.
A programação não vai acabar.
O C++ está aí — firme e forte.
Nunca acabou e nunca vai acabar.
Sempre vai ter alguém mexendo com embarcados,
ou criando mod de Minecraft Bedrock pra ganhar Minecoins.
Sempre vai ter um ser humano precisando transformar o caos em ordem.
Querer que a IA programe sozinha
é o mesmo que achar que o martelo vai construir a casa
sem uma mão pra segurar o cabo de madeira.

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