Executando verificação de segurança...
-12

Engenharia de Software é Mais Difícil que Medicina — e Está na Hora de Admitir Isso

📜 Manifesto: A Grandeza Invisível da Engenharia de Software X Heroificação da Medicina

Introdução

Vivemos em um mundo onde a tecnologia rege o fluxo da informação, a economia, a ciência, a saúde, a arte e até os laços sociais. No entanto, poucos percebem que por trás de toda essa infraestrutura está o trabalho de profissionais que raramente usam jaleco ou são celebrados em noticiários: os engenheiros de software.

Este manifesto tem como objetivo afirmar com clareza, coragem e base lógica que:

Ser um engenheiro de software de alto escalão é mais difícil, mais abstrato e mais interdisciplinar do que ser um médico de alto escalão.

E a seguir, justificamos essa afirmação com argumentos técnicos, filosóficos e práticos — contrastando diretamente com a tradicional heroificação social da medicina.


1. Multiplicidade de Domínios

Um médico de elite aprofunda-se em um domínio específico do corpo humano. Já um engenheiro de software de elite precisa navegar entre dezenas de áreas:

  • Redes, bancos de dados, algoritmos, sistemas distribuídos.
  • Segurança da informação, criptografia, cloud computing.
  • UX, design de produto, acessibilidade, legislação digital.
  • Negócio do cliente (de hospitais a bancos, de indústrias a escolas).

A profundidade médica é vertical. A engenharia de software exige profundidade multidimensional.


2. Ausência de Trilha Formal

Na medicina, há um caminho estruturado: graduação, residência, CRM, especialização. Em T.I., não há uma instituição única que valide um engenheiro de elite.

  • Os melhores são forjados no caos da prática.
  • Precisam estudar constantemente sem saber o que estudar amanhã.
  • O mérito real vem de resiliência, autodidatismo e visão sistêmica.

A medicina tem mapa. A engenharia de software tem selva.


3. Velocidade de Obsolescência

A medicina evolui de forma incremental. A T.I. reinventa-se a cada semestre:

  • Linguagens, frameworks, paradigmas, infraestruturas — tudo muda.
  • O que se aprende hoje, pode se tornar irrelevante amanhã.

Ser engenheiro de software é surfar uma tsunami em movimento perpétuo.


4. Responsabilidade Sistêmica

Médicos salvam vidas — uma de cada vez. Engenheiros de software salvam sistemas que afetam milhões ao mesmo tempo:

  • Um bug pode causar colapso em redes hospitalares, financeiras ou de energia.
  • Uma arquitetura mal planejada pode gerar bilhões em prejuízo.

Um erro médico pode custar uma vida. Um erro de software pode travar um país.


5. Invisibilidade Social

  • O médico é celebrado pela sociedade. Seu prestígio é claro.
  • O engenheiro de software trabalha nos bastidores. Seu impacto é invisível.

A engenharia de software é o motor silencioso da civilização moderna.


6. A Grande Verdade

Ser médico exige compaixão, firmeza e conhecimento. Mas ser engenheiro de software de elite exige pensamento sistêmico, precisão lógica, adaptação constante e inteligência emocional para liderar sob incerteza.

Não existe civilização digital sem engenharia de software.


Conclusão

Este manifesto não busca desmerecer a medicina, mas desmistificar a ideia de que ela é o ápice absoluto da complexidade e nobreza profissional. O que está em jogo é o reconhecimento justo da engenharia de software como força civilizatória equivalente — e em muitos aspectos, mais exigente.

A medicina salva indivíduos.
A engenharia de software sustenta civilizações inteiras.

Está na hora do mundo reconhecer isso.

Somos engenheiros de software.
Somos invisíveis — mas fundamentais.

Carregando publicação patrocinada...
4

Engenharia de Software é Mais Difícil que Medicina

É muito pretencionismo achar que a sua profissão é melhor que outra.

Você já foi processador por um erro seu?

Ao inserir um "bug em produção" você corre o risco de nunca mais poder atuar na área?

Você é obrigado por lei a estudar 6 anos para conseguir um "estágio"? e não pode atuar antes disso?

1

Tem vários pontos aí:

Você já foi processador por um erro seu?

Talvez não ele mas, engenharia de software e qualquer profissão está sujeita a isso no Brasil ser processado é um direito constitucional

Ao inserir um "bug em produção" você corre o risco de nunca mais poder atuar na área?

Acredite ou não? Sim, especialmente em empregos que realmente envolvem engenharia de software, como em qualquer profissão de nível superior, se você fizer besteira você perde o registro a questão é que um engenheiro de software nem sempre trabalha com engenharia de software. Um engenheiro de software por exemplo não sobe bugs em produção porque ele não trabalha com isso, como o nome sugere ele trabalha com a engenharia do software, dada a arquitetura, ele define qual caminho seguir se o resultado for desastroso, ele se ferra

Você é obrigado por lei a estudar 6 anos para conseguir um "estágio"? e não pode atuar antes disso?

Mais ou menos, medicina não estuda 6 meses pra conseguir um estágio, na verdade ao invés de estágio fragmentado em 4 partes de 6 mese, cursos de medicina geralmente tem um estágio só de 2 anos anos ao final do curso que pode, OPCIONALMENTE ser seguido por uma residência que habilita o profissional a trabalhar em certas áreas, não é obrigatório fazer residência e muito raramente ela não é remunerada na maioria dos casos é pago uma bolsa-auxilio com o salário base (entre 8 mil e 13 mil) por mês nos últimos 4 anos de estágio que seria a residência

1

Talvez não ele mas, engenharia de software e qualquer profissão está sujeita a isso no Brasil ser processado é um direito constitucional

Sim, mas processos por erros médicos são frequentes no Brasil, muitos médicos tem medo de atender certos pacientes justamente por conta da chance de receber esse processo.

Acredite ou não? Sim, especialmente em empregos que realmente envolvem engenharia de software, como em qualquer profissão de nível superior, se você fizer besteira você perde o registro

Sim, mas você concorda comigo que a proporção é completamente diferente? Para um engenheiro de software chegar nesse nível uma série de processos (ou a falta desses processos) falhou. Não é um milímetro que você cortou para um lado.

Para atingir um resultado desastroso eu acredito que tenha que ser negligente.

Mais ou menos, medicina não estuda 6 meses pra conseguir um estágio, na verdade ao invés de estágio fragmentado em 4 partes de 6 mese, cursos de medicina geralmente tem um estágio só de 2 anos anos

Posso ter me equivocado no período necessário. Mas segue a proporção.

1

Nem vou entrar no corporativismo, ou seja, médico perde o registro por falar mal do outro, ter um processo público, algo criminoso, mas raramente por um erro médico.

Devs não perdem o registro proque essencialmente nenhum têm. Nunca vi um ser impedido de trabalhar, a não ser pela justiça em um crime muito grave, não estamos falando de algo culposo.

3
3

Vou tentar entender porque sua publicação teve tantos negativos, apesar de parecer interessante.

Ela começa bem falando que vai mostrar com algo mais concerto do que simples opinião e isso é bom.

Aí começam os problemas.

Um médico entende de muito mais domínios do que você acha, EU nem entendo muito do assunto, por isso não posso falar muito, mas sei que a medicina é algo que exige sempre tenha um entendimento de biologia, do corpo humano, e de vários aspectos correlatos para tratamento de pessoas, embora ela não vá entender todo os aspectos da medicina com profundidade. EU diria que tem que aprender mais que um bom desenvolvedor, mas é só uma opinião.

Não vou entrar na questão de que hoje tem médicos muito ruins e talvez enganem nisso, mas provavelmente temos "engenheiros de software" que são piores ainda e conseguem enganar mais facilmente, e dificilmente vão matar alguém ou causar problemas para pessoas como muitos médicos causam hoje em dia.

A questão de saber domínios diversos não é muito diferente do que o médico precisa saber, mas isso é algo opcional em muitos cargos, e mesmo que muitos também exijam esse conhecimento, geralmente é mais específico, o programador não precisa saber de tudo que existe no mundo.

Discordo totalmente que um médico não precisa de conhecimento horizontal, ainda que eu saiba que muito não tem isso, assim como engenheiros.

O item 2 acontece mesmo, mas só porque as pessoas querem assim, não deveria. E geralmente acontece justamente porque as pessoas consideram que é mais fácil, que dá para conseguir emprego mesmo com aprendizado "bumba meu boi" e tenho que admitir que é um pouco verdade, até que não seja.

Discordo que os melhores são forjados no caos, o caos pode ser um complemento, mas se vem só disso, não da estrutura, os resultados serão o caos, que ainda bem não vai matar ninguém, então é mais fácil.

O autodidatismo funciona muito para autodidatas reais, para os os outros que apenas acham que são isso é só gera caos. Caos não é qualidade.

A engenharia, apesar de não estar 10% consolidade e não é tão universalmente aceita (a medicina também não depois de tanto tempo), tem mapa sim, o fato das pessoas ignorarem é outro problema.

Não é verdade que TI se reinventa a cada semestre. Quase tudo que é muito importante é igual desde os anos 70, 60 e até 50. Poucas coisas foram realmente inventadas depois disso. A medicina teve muito mais invenções. Há pequenas variações e novas tecnologias criadas, muitas por questões de mercado, por modinha =, em TI, mas a medicina também, nó não sabemos que tudo o que aparece nela. Talvez os médicos são menos neófitos que os devs, o que é bom, é inteligência, se fizerem certo, ou seja, eles não podem ter a facilidade que o ES tem de fazer uma merda atrás da outra se metendo em barca furada como vivem fazendo.

Você já viu quantas drogas, exames e sintomas aparecem por aí? E só não aparece mais porque eles são mais cuidados. É mais trabalhar em algo que não precisa de tanto cuidado. Já viu como médicos vão em congressos para aprender técnicas novas? É verdade que boa parte vai porque ganharam tudo do laboratório e são sempre em resorts maravilhosos e recebem o certificado no primeiro dia de participação, depois você pode fazer o que quiser. Mas tem gente séria.

Boa parte dos devs vão em eventos e fazem a mesma coisa, só pra ganhar um dia de folga e diária e ingresso da empresa que trabalha.

Engenheiro de software sabe separar o joio do trigo e não fica tão perdido assim. Debe ser difícil para quem não tem base, que se formou no caos e ter que lidar com todas as modinhas. Para médico também se ele se formou assim, só é mais raro.

A comparação de salvar vidas e sistemas parece tola. UMa vida vale mais que qualquer outras coisa exceto m uitas vidas. É muito raro alguém fazer algo que afete muitas vidas, mesmo agora que tem mais coisas que podem envolver isso. De qualquer forma há mais controle agora porque a reponsabilidade é mais fácil de definir do que acontece com uma vida. E ainda tem gente contra a regulamentação da profissional, deve ser porque é mais difícil que não querem regular?

O item 5 não torna algo mais difícil. Embora eu ache que o médico tem um prestígio e poder maior do que deveria, é o que é, dá para entender porque acontece isso, mas não tenho muito o que falar porque foge do assunto.

A maioria dos médicos não possuem compaixão, eles até aprendem um pouco isso na faculdade porque pode ser muito difícil se houver tanto envolvimento. E alguns exageram e só pensam em seus bolsos, afinal eles têm esse poder. Não consigo ver como um médico precisa menos do que um engenheiro precisa ter e acho mais difícil ele enganar, a não ser quando é funcionário público, que é igual em TI.

Fazer bem a ES é bem mais complicado do que a maioria das pessoas acham e até do que é exigido. Mas vale para a medicina, boa parte só segue receitas de bolo, igual devs, muitos não tem a menor ideia do que está fazendo, até cometem erros graves em situações simples, como devs. Eu até acho que as pessoas deveriam considerar que ES é mais difícil do que é, porque isso melhoraria o nível dos profissionais, mas isso é mais um sonho.

Fica complicado comparar algo que mal passou de 50 anos com algo que tem muito mais de 500 anos.

Isso é sobre importância e não dificuldade, mas se tiver hipoteticamente que excluir por completo um dos dois, qual causaria mais problema?

A comparação precisa ser feita com bons profissionais de ambas e com maus profissionais de ambas. Talvez em uma análise indicasse que uma seria mais difícil que outra e na outra inverteria. Mas precisaríamos de um estudo mais profundo, não um manifesto acéfalo, que eu acho até interessante como base de discussão.

Quase sempre as pessoas têm visões equivocadas sobre muitos assuntos, isso tem nome é uma especialização do Dunning-Kruger. Ouço muito que programadores são os mais arrogantes que existem. Médicos falam o mesmo. Maestros, e a lista vai longe. Todos competem para dizer que a sua profissão é formada por mais arrogantes. Em geral está todo mundo errado. As pessoas não conseguem ver o todo.

O assunto é bom, o texto não é, lamento.

S2


Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente (não vendo nada, é retribuição na minha aposentadoria) (links aqui no perfil também).

2

Meus 2 cents:

Esta no perfil do autor que ele trabalha na area de healthtech - o que deve ter influenciado um bocado o vies do artigo.

Sim, medicos sao humanos e estao longe "da complexidade e nobreza profissional" idealizada.

Mas o que foi dito sobre engenharia de software pode ser dito sobre um bocado de areas, de exatas ou nao: engenharias diversas (civil, eletrica, etc), matematica, historia, geografia, pedagogia - o mundo eh uma amalgama de capacitacoes que fazem a roda girar, tentar dizer que uma eh mais importante ou complexa que outra eh a falacia facil do reducionismo.

Enfim - ate entendo o artigo sob o olhar de alguem que trabalha com medicos o dia inteiro e ve o quanto sao falhos e humanos (e geralmente um bocado arrogantes), criando um ranco e amargura sem fim, mas ate ai, aqui vai o grande spoiler: todos somos falhos e humanos.

O artigo acabou caindo na mesma armadilha que ataca: se achar importante demais.